Investigadores portugueses criam spray que pode substituir plásticos na conservação de alimentos
A conservação de alimentos depende em grande medida da utilização de plásticos, nomeadamente de películas aderentes para envolver os alimentos. Esta solução gera bastante desperdício e constitui um problema ambiental. Em superfícies de grande retalho, os alimentos, tais como frutas cortadas ao meio, cogumelos, barras de queijo, fiambres e outras charcutarias são envoltos em película aderente, processo que demora tempo aos colaboradores.
“É feito com extractos de plantas. Leva também na sua constituição um biopolímero extraído de algas – que serve para fazer a parte mais viscosa e assim aderir mais aos alimentos. Mas é tudo com base natural e sem qualquer tipo de químicos de síntese”, explicou à Renascença o investigador Márcio Carocho.
Assim, para solucionar a problemática ecológica do plástico e melhorar a eficiência de processamento alimentar, a equipa de investigadores do Centro de Investigação de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança, liderada pela Prof. Isabel C.F.R. Ferreira desenvolveu um spray que pode ser aplicado directamente sobre os alimentos a conservar. O spray, desenvolvido a partir de extractos de plantas e biopolímeros extraídos de algas é natural e edível, não contendo na sua formulação químicos de síntese. O spray reduz a desidratação do alimento, evita a oxidação (rancificação) e impede o desenvolvimento de microrganismos à superfície.
Os investigadores estabeleceram uma parceria com uma empresa do grande retalho nacional, tendo validado até à data a utilização desta tecnologia em fiambres com bons resultados, estando agora em curso ensaios em cogumelos e posteriormente será testado em frutas.