2017, o ano em que regressamos à década de 90
O Nu Metal está de volta! 2017 traz de volta a Portugal Ill Niño, Korn, Deftones, entre outros. Podemos culpar os Linkin Park do ressurgimento de um género musical que viveu vários anos no esquecimento. Até há bem pouco tempo, o Nu Metal era visto com maus olhos, mas nos últimos anos são diversas as bandas do género que têm esgotado salas no país e vendido mais discos. Várias bandas do género têm teimado e tentado furar o domínio do indie rock nas rádios e imprensa mundial, algumas com mais sucesso, outras com menos.
2012 foi um ano exemplar para o Nu Metal em Portugal. Tivemos por cá bandas como Limp Bizkit, Linkin Park e outras associadas à década de 90 como os The Smashing Pumpkins e The Offspring. O último ano trouxe de novo à ribalta os Korn, que, segundo os críticos, lançaram um dos melhores álbuns da sua carreira, voltando à sua origem fortemente ligada à fundação do Nu Metal.
A questão que importa colocar é: mas de onde vem exactamente o Nu Metal? O início remonta à década de 90, isso é certo, mas o seu nascimento não é um dado objectivo. Calcula-se que tenha surgido de uma fusão entre o Hip-Hop e o Metal, culpa provavelmente de Korn, Faith no More e Rage Against The Machine. O género pode classificar-se como uma mistura de vários, desde os dois referidos anteriormente ao Pop, praticado no início dos anos 90. Algumas das críticas fazem-se devido a este mesmo factor: à falta de identidade objectiva. Se, por um lado, hoje conseguimos reconhecer claramente qualquer uma das bandas deste estilo musical, na década em que começou a proliferar era complicado separá-lo de outros géneros.
A verdade é que, com o passar dos anos, o Nu Metal começou a dominar as vendas de álbuns e concertos, saltando dos Estados Unidos para todo o mundo. No final dos anos 90 os discos que mais vendiam em Portugal, além do Pop e música Pimba, eram os de Nu Metal, graças a bandas como Limp Bizkit, Soufly, Linkin Park, Korn e System of a Down. Além do estilo musical, o Nu Metal realçava também o estilo visual e carismático dos seus vocalistas. Quem é que não se lembra de Max Cavalera (Soufly, Sepultura), Fred Durst (Limp Bizkit), Jonathan Davies (Korn) ou Mike Patton (Faith No More)?
E álbuns? O que é que resta do Nu Metal que ainda valha a pena revisitar? Na verdade, tanta coisa… Peguem nos álbuns de Korn (Issues, Follow the Leader), Limp Bizkit (Three Dollar Bill Y’all, Significant Other, Chocolate Starfish and the Hotdog Flavour Water), Linkin Park (Hybrid Theory), Deftones (Adrenaline, White Pony), Soufly (Soulfly), entre outros (Slipknot, Coal Chamber, Staind) e deixem-se contagiar pela energia revigorante e destaque dado ao baixo, distorção e vocais. Pode soar apenas a ruído, mas é ruído com muita identidade e vontade, que ao vivo ganha, sem dúvida, nova vida.
Estamos em 2017 e o ano já está repleto de confirmações de concertos dos anos 90/00’s em Portugal. Em Janeiro tivemos Sum 41, em Março vamos ter Ill Niño e os Korn, e em Maio Placebo. Em Junho faz-se o regresso dos amados e odiados HIM e dos Deftones, assim como Red Hot Chilli Peppers e os Foo Fighters em Julho. A verdade é que assistimos a um ressurgimento de várias bandas dos anos 90/inícios de 00 que, nos últimos anos, andaram um pouco desaparecidas.
A questão fica no ar, para quando um festival de Nu Metal em Portugal?
Texto de João Miguel Fernandes