Fundação Calouste Gulbenkian apresenta o futuro do seu novo jardim, desenhado pelo arquitecto Kengo Kuma
No dia 10 de Dezembro, a Fundação tem todo um programa dedicado aos Edifícios e ao Jardim Gulbenkian, que este ano celebram (à excepção do edifício da Colecção Moderna) o seu cinquentenário. Durante três sessões, ao longo da tarde, vai falar-se do que vemos hoje e do que edifícios e Jardim nos oferecem; será feito um tributo ao seu passado e à sua história; e ainda se desvendará um pouco mais daquilo que poderá encontrar de diferente neste “Parque para a cidade”, depois de realizada a obra de ampliação do Jardim.
Recorde-se que, em 2019, foi lançado um concurso internacional de ideias para o alargamento do Jardim Gulbenkian, para permitir a criação de um novo eixo verde na capital – da Rua Marquês da Fronteira (a sul) à Praça de Espanha (a norte, e também ela em processo de requalificação urbana).
O concurso internacional, no qual participaram 12 ateliês de arquitectura de renome, pedia que se desse resposta a quatro questões fundamentais: 1) uma nova entrada no Parque, através do “Vértice sul”, importante alternativa no acesso do público às Colecções do Museu e ao Parque; 2) uma nova área de jardim, promovendo uma integração coerente com o existente e especial cuidado com as áreas de transição; 3) o acesso ao edifício da Colecção Moderna e, através dele, aos restantes espaços do Parque; 4) e, por fim, a ampliação de área da Coleção Moderna e o seu atravessamento. Tudo no total respeito pelos valores existentes, mas sem prejuízo de uma linguagem marcadamente contemporânea.
Por unanimidade, o júri seleccionou a proposta da equipa do arquitecto Kengo Kuma. Premiado arquitecto japonês, com vasta obra construída em todo o mundo e responsável, entre outros, por projetos como o V&A Dundee (UK), Besançon Art Center and Cité de la Musique (França), Maritime History Museum (França), Baisoin Temple ou os museus Nezu, Yusuhara Wooden Bridge, Nasu History, Nakagawa-machi Bato Hiroshige, Kitakami Canal (todos no Japão), Kengo Kuma trabalhou com o paisagista libanês Vladimir Djurovic, autor da proposta de exteriores para o MAAT e sede da EDP, em Lisboa, e galardoado com o prémio Aga Khan pelo projecto Aga Khan Park.
A proposta da equipa liderada por Kengo Kuma demonstrou respeito pelos valores existentes, trouxe modernidade e acrescentou valor ao património da Fundação. O seu projecto reforça ainda o diálogo entre os edifícios e o jardim, permitindo a reunificação do antigo Parque de Santa Gertrudes – recorde-se que a parte remanescente do Parque (excepção feita à Casa da Fundação Eugénio de Almeida e respectivo logradouro) foi comprada em 2005 a Maria Tereza Eugénio de Almeida. Após a sua morte, em 2017, a Fundação Calouste Gulbenkian tomou posse da parte sul do jardim, dando início ao processo para devolver o antigo Parque à cidade.
É este projecto de alargamento que o arquitecto Kengo Kuma virá apresentar ao Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
Programa
17:00 Mesa redonda Edifícios e Jardim Gulbenkian – Passado, Presente e Futuro
Com Ana Tostões, Gonçalo Byrne (comissário da conferência) e João Nunes, que vão debater a arquitectura dos edifícios Gulbenkian e a sua inserção na cidade de Lisboa, desde a sua construção aos dias de hoje.
Lançamento do livro Gulbenkian, de André Cepeda (ed. Monade).
O fotógrafo português fotografou os vários espaços do antigo Parque de Santa Gertrudes, num trabalho aprofundado sobre a arquitectura do edifício, a sua relação com o jardim e com a cidade. A apresentação estará a cargo de Gonçalo Byrne, André Cepeda, José Neves e João Carmo Simões.
18:30 Conferência Um parque para a cidade
O arquitecto japonês Kengo Kuma, vencedor do concurso de ideias para a expansão do Jardim, vai desvendar um pouco mais do projecto que elaborou em colaboração com o paisagista Vladimir Djurovic, os novos percursos do jardim e a sua nova dinâmica.