Como manter bons hábitos alimentares em quarentena
A finalista de nutrição Dânia Moura deixa-te dicas e conselhos para manteres uma alimentação saudável.
Em tempos de quarentena, é fácil cair em tentação e descuidar as nossas rotinas alimentares. Convidámos a estudante finalista de nutrição Dânia Moura para te explicar como é importante manter os bons hábitos e aconselhar sobre as práticas a seguir nesta fase. Descobre o que deves comprar e como podes cuidar do teu corpo e mente.
Nesta pandemia, o principal desafio para a maioria das pessoas são o distanciamento social e a quarentena, pois estes podem contribuir para as alterações no comportamento de compra e consumo dos alimentos.
Para além disso, este é um período suscetível a comportamentos sedentários e maus hábitos alimentares. Facilmente se passam longos períodos sentado e se verifica um aumento de ingestão de produtos processados, geralmente ricos em açúcar, gordura e/ou sal, devido à menor disponibilidade de alimentos frescos.
Esta pode e deve ser uma oportunidade para melhorar os hábitos alimentares. A alimentação tem um papel muito importante para a promoção de saúde, já que umestado nutricional e de hidratação adequados contribuem, de um modo geral, para um sistema imunitário otimizado e, consequentemente, para uma melhor recuperação em caso de doença, não existindo nenhum elixir ou “shot milagroso” que nos conceda imunidade ao vírus.
No que toca à nutrição, existem algumas estratégias que devem ser tidas em conta. O primeiro desafio é a ida ao supermercado, pelo que o ideal é fazer uma lista de compras, verificando os produtos disponíveis em casa e os que estão em falta. De preferência, apenas uma pessoa deve deslocar-se ao supermercado, e deve ser comprado apenas o necessário, de forma a não ocorrer uma nova deslocação num curto período, mas sem comprar quantidades exageradas de cada produto. Assim, o ideal é optar por comprar uma menor quantidade de alimentos frescos(privilegiando os de maior durabilidade, por exemplo a cenoura, abóbora, cebola, entre outros, no caso dos hortícolas, e a maçã, pêra, laranja, tangerina, no caso das frutas) e uma maior variedade de produtos com uma vida de prateleira mais longa. As leguminosas secas ou enlatadas, fruta desidratada, hortícolas, cereais de pequeno-almoço, tostas de trigo, ovos, peixes em conserva e congelado, leite, entre outras, sendo também uma boa opção congelar alguns alimentos como pão e carne.
É importante ter em conta que, em casa, devemos guardar os alimentos de forma a que os produtos de validade mais curta fiquem à frente. Em relação aos alimentos perecíveis, devem ser consumidos em primeiro lugar de forma a não fomentar o desperdício alimentar. Aliás, agora que o tempo já não parece tão escasso, pode ser uma boa oportunidade para explorar a cozinha, criar pratos com os ingredientes que possuímos e privilegiar aqueles prestes a estragar-se, ou escrever na lista de compras ingredientes de receitas que gostávamos de experimentar, tentandodiminuir o sal e dando preferência ao uso de ervas aromáticas.
Em adição, habitualmente, não devemos ter à disposição alimentos muito energéticos e devemos optar por pequenos prazeres como um quadrado de chocolate, gelados à base de água ou gelados caseiros feitos com fruta congelada, ou até mesmo rebuçados com açúcar, de forma a sentirmos a recompensa do cérebro e lidarmos o melhor possível com o stress emocional. Uma boa escolha poderão ser os frutos oleaginosos (nozes, amêndoas, avelãs…), sendo importante notar que, em casa, o nosso gasto energético será menor e, por isso, devemos ter ainda mais cautela nas escolhas e quantidades.
A chave é o equilíbrio. É importante não cair em exageros alimentares, ser flexível e utilizar os alimentos que temos à nossa disposição, evitando visitas frequentes ao supermercado, fazendo compras responsáveis e sendo um agente de saúde pública, seguindo sempre as orientações da Direção-Geral de Saúde.
Este artigo foi escrito por Dânia Moura e originalmente publicado e Espalha Factos.