Vários trabalhadores da Casa da Música dispensados após vigília de protesto
Na passada segunda-feira (dia 01), e meia hora depois de terminada a vigília de protesto de trabalhadores precários da Casa da Música, oito assistentes de sala receberam um e-mail do seu superior hierárquico onde se podia ler que estavam afinal dispensados do trabalho já agendado para Junho. Juntam-se agora aos técnicos de palco, que trabalham a tempo inteiro na Casa da Música há 15 anos e foram depois também proscritos. Em comum têm o facto de terem subscrito o abaixo-assinado no passado mês de Abril, pode ler-se num comunicado enviado para a nossa redacção.
Desde o envio do abaixo-assinado ao Director Geral da Fundação Casa da Música, a 18 de Abril, apelando à responsabilidade social da instituição, “vários trabalhadores a recibo verde começaram a ser sujeitos a reuniões individuais intimidatórias, com directores e coordenadores”, pode ler no mesmo comunicado.
Num comunicado enviado também para a nossa redacção onde é denunciada a mesma situação pode ler-se ainda que “Alguns técnicos foram também ameaçados explicitamente de represálias pelo seu coordenador e vários retiraram as suas assinaturas do abaixo-assinado, já ele tinha sido entregue ao Director Geral.”, pode ler-se no mesmo documento.
Aos músicos-formadores do Serviço Educativo, o respectivo coordenador informou também que “não são trabalhadores da Casa da Música. São colaboradores, prestadores de serviços.” Pelos trabalhos cancelados poderiam receber, sob a forma de bolsa de horas, valores que seriam diluídos em trabalho a realizar gratuitamente no futuro. O coordenador transmitiu-lhes que “este critério foi aplicado a todos os sectores da Casa que têm pessoas na mesma situação”. No entanto, e segundo o comunicado enviado para a nossa redacção: “as medidas aplicadas foram muito diferenciadas: desde trabalhadores a receber 75% dos serviços cancelados, a receber apenas bolsas de horas e a não receber nada.”.
Quanto aos assistentes de sala, e segundo a mesma fonte, estes nunca foram contactados e alguns chegaram a ter trabalho marcado para Junho. No entanto, e após a noite da vigília, que contou com a participação de muitos trabalhadores desta área, foram informados via email que não seria necessária a sua presença nos concertos anteriormente alocados.