O que vem aí
Olá pessoal. Sou o Pedro. Fui psicólogo noutra VIDA (mas nesta VIDA – acalmem-se os místicos, era metafórico) e um dia mudei de rumo. Sempre fui escrevendo, mas depois comecei a viajar e subsequentemente a escrever livros de viagens e, quando me apercebi, já tinha três livros destes périplos. O conceito da viagem continuou a sugar-me e comecei a apresentar a Metamorfose Ambulante, programa dentro do universo Maluco Beleza e, entre outras aventuras artísticas, agora vou escrever aqui.
Mas este texto não é para falar de mim. Esse é o próximo. Os heróis e os vilões têm, muitas vezes, uma origin story. Outrora achei que os viajantes eram heróis. Hoje, sendo um deles, percebo que não são. Ainda assim, o meu próximo texto, o primeiro texto a sério desta senda, será a minha origin story.
Este serve apenas para explicar do que vos vou falar. Não vou escrever artigos tipo “10 coisas a não perder em Timbuktu”, críticas a hotéis, descrições da comida local, guias de viagem, artigos patrocinados ou explicar como se faz uma mala. Este tipo de artigos podem ter o seu valor, mas estão mais que explorados e há cinquenta mil blogs a falar disso.
Alguns textos serão sobre sentimentos que nos assaltam mais frequentemente em viagem, como a saudade, o desespero ou a solidão. Outros serão histórias minhas, como ter sido preso no Laos, ter participado numa cerimónia xamânica no Gabão, ter apanhado boleia do maior comboio do mundo na Mauritânia, ou ter entrado à meia-noite nas ruínas de Tikal na Guatemala. Outros serão sobre pessoas que conheci, como o Emile, rastafári do Gana, o Qayum, paquistanês reformado da VIDA de hippie actualmente com um albergue nas montanhas paquistanesas, ou o Abdul, revolucionário pela causa saaráui. Por vezes escreverei sobre conceitos menos tangíveis, como a liberdade, o preconceito ou o centrismo-ocidental.
Esporadicamente os textos serão excertos dos meus livros mas, na sua maioria, serão escritos propositadamente para esta coluna, com todo o esforço e cuidado para que a viagem seja suave, só com aquela turbulência que nos assusta mas não nos deixa a temer a queda do avião.
Até já.
PS: A palavra VIDA está em maiúsculo porque é um tributo infantil que, aos 12 anos, decidi prestar à existência.