Teatro Nacional D. Maria II reabre com espetáculo de Gus Van Sant e dezenas de estreias
O Teatro Nacional D. Maria II apresentou hoje a programação da sua Temporada 2021-2022, que se inicia a 23 de setembro e que traz consigo dezenas de novos espetáculos e atividades. A nova Temporada será também a última com assinatura de Tiago Rodrigues, Diretor Artístico do D. Maria II ao longo dos últimos seis anos, e que será sucedido em breve por Pedro Penim, recentemente nomeado para o cargo.
A abertura da Temporada 2021-2022 ficará marcada pela estreia mundial de Andy, a primeira criação para o palco do realizador norte americano Gus Van Sant. Integrado na programação da BoCA, Bienal de Artes Contemporâneas 2021, Andy é um espetáculo de teatro musical, desenvolvido com uma equipa inteiramente portuguesa. A everis NTT DATA Portugal, novo Parceiro de Inovação do D. Maria II, patrocina as apresentações do espetáculo neste Teatro. Já a Sala Estúdio, reabre a 29 de setembro, com Silêncio, peça escrita e dirigida em dupla, pelo francês Cédric Orain e pelo português Guilherme Gomes.
Com o objetivo de dar continuidade à missão de serviço público do Teatro Nacional D. Maria II, a nova Temporada dará palco aos grandes textos da biblioteca teatral e a criadores nacionais e internacionais de referência, ao mesmo tempo que aposta nas novas dramaturgias, na diversidade e na pluralidade de vozes.
Da programação fazem parte espetáculos de companhias e estruturas de relevo no panorama teatral português: Teatro do Vestido (Juventude Inquieta, de Joana Craveiro); Teatro Meridional (llhas, encenação de Miguel Seabra); Teatro O Bando (Paraíso – Divina Comédia, encenação de João Brites); mala voadora (OFF e, mais tarde, Cornucópia, ambos com direção de Jorge Andrade); Hotel Europa(Esta é a minha história de amor, de André Amálio e Tereza Havlíčková); Teatro Nacional 21 (Orlando, com direção de Albano Jerónimo); e Teatro Nacional São João (Espectros, encenação de Nuno Cardoso).
A nova Temporada conta também com espetáculos de novos criadores e companhias, como Ainda Marianas (de Catarina Rôlo Salgueiro e Leonor Buescu / Os Possessos), Outra Língua (de Keli Freitas, Raquel André, Tita Maravilha e Nádia Yracema), Cosmos (de Cléo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema) e Another Rose (espetáculo de Sofia Santos Silva, vencedora da 4ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço). A estes, juntam-se outros importantes criadores nacionais, como Miguel Fragata (Pranto de Maria Parda), Isabel Abreu (Diário da Peste – projeto online), Pedro Gil (O Inesquecível Professor), Tiago Rodrigues (O Cerejal e Catarina e a beleza de matar fascistas), Romeu Costa e Marta Carreiras (Maráia Quéeri), António Fonseca (Os Lusíadas como nunca os ouviu), Marlene Monteiro Freitas (Bacantes – Prelúdio para uma purga) e Tónan Quito (O Tartufo, integrado no Projeto Nós/Nous).
Em 2021-2022, o D. Maria II recebe também espetáculos de criadores internacionais, com destaque para os encenadores franceses David Geselson (O Silêncio e o Medo) e Caroline Guiela Nguyen (Saigão). O artista congolês Faustin Linyekula vai estrear na Sala Garrett Lisbon, My Lisbon!, uma produção do Teatro Nacional D. Maria II, onde o coreógrafo pretende juntar um conjunto de intérpretes que um dia chegaram a Lisboa, vindos de outro local, para explorar a relação íntima que têm tecido com esta cidade.
O Alkantara Festival está igualmente de regresso ao D. Maria II, já em novembro, com espetáculos de Chiara Bersani (Itália), Maan Abu Taleb (Jordânia) e Ali Chahrour (Líbano). Em janeiro, os espaços do Teatro serão ocupados por um novo Festival, o Feminist Futures Festival, projeto da apap – Feminist Futures, uma rede de 11 instituições de 11 países, que partilham a ideia de que a arte pode iniciar mudanças sociais poderosas. Nesta primeira edição do Festival europeu, serão apresentados no D. Maria II espetáculos de Cléo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema (Portugal), Sergiu Matis (Roménia / Alemanha), Naomi Velissariou (Grécia / Bélgica), Agata Maszkiewicz (Polónia / França), buren (Bélgica) e Paula Diogo (Portugal). Também em 2022, o Teatro recebe o Festival Amostra (Engolir Sapos, de Rafaela Santos), o Festival de Almada e o FIMFA Lx.
Na Temporada 2021-2022 haverá ainda lugar para dar continuidade a projetos de relevo no trabalho com diversos públicos. É o caso dos projetos Boca Aberta, Presente! e PANOS – Palcos Novos, Palavras Novas (o BPI e a Fundação “la Caixa” são mecenas deste projeto), destinados ao público infantojuvenil, do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II e da Rede Eunice Ageas que, em parceria com o Grupo Ageas Portugal, continuará a assegurar uma atividade teatral de qualidade em vários municípios.
A estes, juntam-se dois novos projetos que pretendem reforçar a presença do Teatro no país: Próxima Cena, através do qual se pretende promover a criação e digressão de espetáculos em territórios de baixa densidade populacional. O BPI e a Fundação “la Caixa” são mecenas deste projeto, que arrancará já em novembro, com a releitura de Miguel Fragata do clássico de Gil Vicente, Pranto de Maria Parda, e terá continuidade em 2022, com Os Lusíadas como nunca os ouviu, uma incursão de António Fonseca pela epopeia de Luís de Camões; e D. Maria Matos, uma parceria entre o D. Maria II e o Teatro Maria Matos, que visa prolongar a vida dos espetáculos na cidade de Lisboa e que se iniciará em janeiro de 2022 com Última Hora, encenação de Gonçalo Amorim do texto de Rui Cardoso Martins.
Esta Temporada, o Teatro Nacional D. Maria II continua a desenvolver um trabalho continuado ao nível da acessibilidade. Será em 2022 que o Teatro, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Patrocinador Acessibilidade), concretizará o seu objetivo de tornar todos os espaços do edifício – públicos e de bastidores – totalmente acessíveis e alargará ainda mais a sua oferta para públicos com necessidades específicas, permanentes ou temporárias.