London Grammar: ‘Truth Is a Beautiful Thing’, quando nem sempre a beleza nos salva
Quatro anos depois do seu primeiro álbum, o trio britânico formado pela vocalista Hannah Reid, o guitarrista Dan Rothman e o teclista Dominic Major, lança o segundo trabalho de estúdio do grupo London Grammar.
A antecipação por Truth Is A Beautiful Thing era grande, devido ao aclamado primeiro álbum, If You Wait. Contudo, este segundo álbum falha por não impressionar. Sim, a vocalista continua a ser competente; os arranjos são suaves e aprazíveis ao ouvido; todavia, não são argumentos que bastem para tornar o álbum memorável.
Nas palavras da vocalista, as letras do álbum versam sobre “pessoas que entram e saem da minha vida”. Grande parte das faixas que compõem o segundo trabalho de estúdio dão especial destaque aos dotes vocais de Reid, com muito pouca experimentação instrumental, que raramente passa de um apontamento menor.
Existem músicas que acabam, ainda assim, por se destacar. O instrumental da segunda metade de “Big Picture” parece pronto para ser usado enquanto sample nos remixes que se avizinham. “Hell To The Liars” destaca-se pela letra e, possivelmente, pelo melhor desempenho vocal por parte de Reid neste trabalho. “Everyone Else” é a música que com mais facilidade irá ser relembrada quer seja pelo tempo mais acelerado ou pela letra fácil de trautear.
Menção honrosa ainda para a interpretação de “Bitter Sweet Symphony” que consta na versão Deluxe de Truth is a Beautiful Thing. Infelizmente, esta interpretação do clássico dos The Verve, estando muito bem conseguida, é um anátema do que este segundo álbum dos London Grammar poderia ter sido. As restantes músicas pecam por não serem dissemelhantes, tornando o trabalho um marasmo.
Trata-se de um álbum que não é, quer em conteúdo quer em forma, diferente do primeiro, ficando assim mais facilmente sujeito a comparações. O trio, não tendo arriscado, acaba por apresentar um trabalho insípido e pouco memorável.