“Poder e Democracia” na 1.ª Bienal Internacional de Poesia de Oeiras
Há muito que Oeiras e poesia andam de mãos dadas, numa relação materializada pelo Parque dos Poetas, onde são homenageadas dezenas de poetas de língua portuguesa. Definido como “o centro geodésico da poesia” pelo presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, o Parque dos Poetas é encimado pelo Templo da Poesia, de onde se vê o Tejo a desembocar no mar, e onde irá ocorrer a 1.ª Bienal Internacional de Poesia, que começa hoje (dia 16) e que se prolongará até 21 de Novembro.
Nas palavras de Tito Couto, a Bienal Internacional de Oeiras tem como objectivo, nas palavras de Tito Couto, ser “um espaço em que a poesia é percebida como algo que faz parte das nossas vidas”. Sob o tema “Poder e Democracia”, o evento contará com a presença de mais de 100 convidados, que, entre concertos e palestras, farão as pontes entre poesia e música, imagem e democracia. Entre os convidados estará José Ramos-Horta (Nobel da Paz em 1996), que “nos trará as perspectivas o movimento da independência timorense como revolução poética” e Mário Vargas Llosa, que numa sessão exclusiva para alunos do Município, nos trará a “perspectiva da relação da poesia e da democracia”.
Além das masterclasses e de debates sobre o peso que a poesia tem na Humanidade e na forma como, nas palavras de Jorge Barreto Xavier, “o exercício poético permite o que não é possível dizer-se de outra forma”, a 1.ª Bienal Internacional de Oeiras terá também várias conversas-concertos com, entre outros, Simone de Oliveira, Samuel Úria, António Zambujo, Sérgio Godinho ou Capicua.
Entre vários temas, como “a poesia como instrumento de relação”, uma masterclass de Jorge Valdés Díaz-Vélez ou se “a poesia mete medo”, mesa de debate sobre o facto de a poesia ter vindo a perder leitores por todo o mundo, enquanto nas redes sociais crescem os posts com citações de poemas, haverá ainda espaço para apresentação da nova tradução de Frederico Lourenço da obra ‘Bucólicas‘ de Virgílio e do livro ‘Memórias, Aparições, Arritmias‘ de Yara Nakahanda Monteiro.
A 1.ª Bienal Internacional de Poesia de Oeiras pretende, acima de tudo, ser um espaço de todos para todos, uma celebração da poesia, da expressão poética e, nas palavras de Isaltino Morais, “um processo no sentido da democratização da cultura”. Esta iniciativa insere-se igualmente na candidatura de Oeiras a Capital Europeia da Cultura de 2027.
A Bienal de Poesia irá ocorrer no Templo da Poesia, Edifício Atrium e Nirvana Studios entre dia 16 e 21 de Novembro. A entrada é gratuita, mediante reserva em bienaldepoesiadeoeiras.pt.