“Trégua”, para viola d’arco e banda filarmónica, é o mais recente disco de José Valente
Atualmente, o músico prepara-se para lançar um novo disco em maio, de tributo a José Mário Branco, desta vez com o seu mais recente projeto, “6 Violas”, um sexteto de violas d’arco.
“Trégua” é a primeira obra criada para viola d’arco e banda filarmónica, da autoria do premiado compositor e violetista José Valente. “O improvável é a dimensão e o substracto deste “concept” que articula o convencional com o disruptivo, o formal com o excêntrico, o épico com o desconcertante, o profundo com o volátil.”, pode ler-se no ensaio de Rui Eduardo Paes sobre “Trégua”.
O violetista José Valente lançou, no final de 2021, o disco “Trégua”, uma nova proposta musical que junta a viola d’arco, enquanto solista, a uma banda filarmónica. A pandemia obrigou a uma recalendarização do projeto que poderia já ter vindo a público em 2020. Atualmente, o músico prepara-se para lançar um novo disco em maio, de tributo a José Mário Branco, desta vez com o seu mais recente projeto, “6 Violas”, um sexteto de violas d’arco.
O desejo pela inovação musical e a disrupção de paradigmas foram os principais motes para uma reunião imprevisível entre a sua viola, a sua composição e o esforço da Orquestra Filarmónica Gafanhense, um coletivo de 55 músicos, dirigida pelo prestigiado saxofonista e Maestro Henrique Portovedo, que resultou na criação desta obra inédita – uma marca indelével na história da música portuguesa – registada num disco Antena 2. A gravação decorreu no contexto das residências artísticas do 23 Milhas e o processo criativo e de conceção da obra ficará registado em documentário, que virá a público brevemente.
“Trégua” encerra uma trilogia discográfica do músico, iniciada com “Os pássaros estão estragados” e procedida por “Serpente Infinita” (Prémio Carlos Paredes 2019). Trata-se de uma obra inédita e original, que inaugura um novo paradigma musical, o “jazz filarmónico”, como refere o crítico Rui Eduardo Paes no ensaio que escreve sobre o disco.
Este projeto estreia uma proposta criativa singular, tanto para a viola d’arco, enquanto instrumento solista, como para a realidade filarmónica. A particularidade deste desafio reside justamente no contexto musical inovador, fundado pela inóspita fusão aqui indicada. Uma junção de contextos distintos e distantes que promove, inevitavelmente, a busca por uma nova posição estética e consequentemente pela criação de um novo conhecimento artístico e cultural.
”Trégua”, produzido pela Black Dress – Produtora Cultural, conta com o apoio institucional da República Portuguesa – Cultura | DGARTES – Direção-Geral das Artes, Fundação GDA, 23 Milhas, Orquestra Filarmónica Gafanhense, Antena 2 e Associação Interferência e com o apoio à divulgação da Comunidade Cultura e Arte e Jazz.pt.