Plataforma “Companhia Residente” para promover agentes das artes performativas lançada em Viseu
O concelho de Viseu tem, a partir de ontem, uma plataforma de promoção de agentes culturais na área das artes performativas que pretende contribuir para a existência de equipas mais variadas e inclusivas.
“A ideia é que seja uma plataforma que cruza as pessoas, de maneira a tornar o trabalho nas artes performativas mais eficaz e mais diversificado”, disse ontem à agência Lusa o coordenador do projeto CRETA, Guilherme Gomes.
A plataforma Companhia Residente, que foi ontem lançada, é promovida pelo projeto CRETA – Laboratório de Criação Teatral e conta com o apoio do município de Viseu (através do Eixo Cultura).
Segundo Guilherme Gomes, trata-se de “uma plataforma de cruzamentos de profissionais”, porque em Viseu “já existem muitas pessoas com profissões muito diferentes e todas relacionadas com as artes performativas”.
“Queremos contribuir para equipas mais variadas, para que as pessoas se lembrem de outras pessoas para trabalhar, de profissões que normalmente não se lembrariam de integrar na equipa”, explicou o ator, encenador e dramaturgo.
Quem pretender criar uma equipa poderá aceder à plataforma (companhiaresidente.pt) e ver, por exemplo, quais os atores, cenógrafos, operadores de som e de luz ou produtores que existem em Viseu.
“Acabamos sempre por trabalhar com as pessoas que conhecemos e, de certa maneira, o circuito fica viciado. Esta é uma tentativa de quebrar essas recorrências e tentar contribuir para que profissionais sediados em Viseu possam trabalhar, mesmo que ainda não estejam integrados no circuito”, justificou Guilherme Gomes.
Mesmo antes de ontem, dia do lançamento oficial da plataforma, já havia 14 pessoas para inscrição, com resposta para 24 profissões, que vão desde atores a intérpretes de língua gestual portuguesa, passando por áudio descritores e compositores de música.
O dramaturgo frisou que “a ideia é que se possa dar respostas à complexidade do que são as artes performativas hoje em dia, que também devem preocupar-se com o vídeo, com a acessibilidade, com a tradução”.
Para já, o projeto vai agir localmente, dando resposta à realidade do município de Viseu, mas o sonho é que possa crescer.
“Conforme a resposta que formos tendo, veremos se isto tem potencial para crescer a nível nacional”, acrescentou.