Plano Nacional de Leitura dedica uma semana a aproximar comunidade dos livros
O Plano Nacional de Leitura vai dedicar uma semana de atividades em cinco cidades de norte a sul do país ao desafio de aproximar toda a comunidade dos livros e mostrar que “a leitura é de todos”.
A partir de segunda-feira, o Plano Nacional de Leitura (PNL) 2027 inicia uma semana de viagem em que vai passar por Braga, Condeixa-a-Nova, Faro, Évora e Lisboa com várias atividades programadas em escolas, bibliotecas e teatros.
O objetivo, explicou à Lusa a comissária do PNL 2027, é dar visibilidade a projetos locais, apresentar novas iniciativas e celebrar a leitura na comunidade, desmistificando também a ideia de que o PNL é apenas para as escolas.
“Acho que há muito essa imagem, se calhar porque tem havido um trabalho mais sistemático e intencional com as escolas, que tem de continuar a haver, mas queremos que esse trabalho exista para a comunidade”, sublinhou Regina Duarte.
A missão é ambiciosa, admitiu a comissária, mas já na segunda-feira será apresentada uma nova iniciativa que a responsável espera possa vir a contribuir para esse objetivo: o “Lab PNL”, uma espécie de incubadora de projetos de leitura, aberto a toda a comunidade.
“Vamos apoiar projetos de municípios, associações culturais, bibliotecas e projetos escolares. Queremos que seja um espaço congregador que dê resposta à missão do PNL, que é promover a leitura e melhorar os níveis de literacia para o país em geral”, explicou Regina Duarte.
Exposições, sessões de leitura, debates, ‘performances’ artísticas e concertos são algumas das atividades previstas no programa de cinco dias que arranca na segunda-feira em Braga e termina na sexta-feira em Lisboa.
Pelo caminho, serão apresentadas outras iniciativas como o Plano de Ação para a Leitura e a segunda fase da Leitura Orientada em Sala de Aula, ambos dirigidos às escolas, ou o Roteiro Livro-objeto, em colaboração com o Plano Nacional das Artes.
A 17.ª edição da Semana da Leitura encerra com um concerto da Lisbon Poetry Orchestra no Cineteatro Capitólio, em Lisboa, com a presença dos ministros da Educação, João Costa, e da Cultura, Pedro Adão e Silva.
“A leitura é de todos e queremos que seja celebrada e dessacralizada. A leitura não é só para ambientes fechados, tristes e sisudos, mas é para celebrar em festa, em espetáculos e em conversa”, resumiu a comissária do PNL, que assumiu o cargo no ano passado, substituindo Teresa Calçada que se demitiu a meio do mandato de dez anos.
“A semana da leitura não é uma novidade do nosso mandato, mas a orientação que lhe estamos a dar sim. Queremos que seja um sinal claro do nosso trabalho, que tem de ser para todos”, insistiu.
Num balanço sobre a evolução dos hábitos de leitura nos últimos anos, Regina Duarte mostrou-se otimista depois de alguns estudos relatarem fracos hábitos de leitura dos portugueses.
“Neste momento, parece haver uma inversão da tendência. Os jovens estão a ler muito mais e o mercado editorial tem crescido nos últimos dois ou três anos”, afirmou, sublinhando que, ao contrário do que se parecia sentenciar, os livros não estão a morrer.