Bienal de Fotografia do Porto regressa com “Atos de Empatia” espalhados por 16 exposições
A Bienal de Fotografia do Porto arranca quinta-feira, sob o título “Atos de Empatia”, para apelar à “ação” e “mudança”, com 16 exposições espalhadas por 14 locais da cidade, reunindo 70 artistas de 27 países.
“Esta 3.ª edição da Bienal de Fotografia do Porto, que nos traz como título ‘Atos de Empatia’, foca-se, afirma-se, convoca, e evoca, a nossa capacidade, individual e coletiva, de sentir, de nos emocionarmos, mas também de colaborar e de passar para a ação, que possa impulsionar mudanças, e que essas mudanças venham com qualidade, que possam ser saudáveis e que possam nutrir a nossa relação connosco, com o nosso vizinho, com o coletivo, quer a nível local, mas também a nível global”, explicou o coordenador-geral do evento, Virgílio Ferreira.
Em entrevista telefónica à agência Lusa, Virgílio Ferreira explicou que esta edição traz perspetivas locais, mas também globais, sendo sustentada por uma “matriz de quatro núcleos”: Sustentar, vivificar, expandir e conectar.
Segundo Virgílio Ferreira, a Bienal de Fotografia do Porto sempre se centrou em desafiar as pessoas a repensarem a sua relação com o mundo: “Como é que podemos contribuir para estas mudanças que são culturais, mas que trazem benefícios sociais e ecológicos e possibilidades de regeneração. Esse é o grande propósito. O grande desafio e que tem acompanhado todas as edições”.
O evento, que se prolonga até 02 de julho, prevê também mais de uma centena de atividades dedicadas ao público em geral, escolas e famílias.
“Inter-relações”, de Matilde Viegas e Uwa Iduozee, “Atravessar a matéria do tempo”, de Marcelo Moscheta, “Petricor”, de Jorge Graça, e “Green Roofs Grey Roofs”, de Inês D’Orey, são as quatro exposições inseridas no núcleo “Sustentar”, que explora temas de “sustentabilidade urbana e regional”. As quatro exposições têm a curadoria de Jayne Dyer e Virgílio Ferreira.
O núcleo “Vivificar” baseia-se nas ideias “viver e ficar” dos “encontros imersivos entre artistas durienses, nacionais e noruegueses com as comunidades locais a partir de estratégias participativas de criação” e o projeto vai estar patente no Museu do Vinho do Porto.
O projeto foi realizado durante 2022 nos municípios de Alijó, Lamego, Mêda e Torre de Moncorvo, acolhendo três artistas em residência artística em cada município, lê-se na página oficial da bienal.
No núcleo “Vivificar” questiona-se a fixação de populações, contando com trabalhos de Alexandre Delmar, André Tribbensee, Fábio Cunha, Hasan Daraghmeh, Ine Harrang, João Pedro Fonseca, José Miguel Pires, Maria Lusitano, Patrícia Geraldes, Raquel Schefer, Trond Lossius e Violeta Moura.
No núcleo “Expandir” apresentam-se iniciativas académicas e profissionais de cariz socioecológico para artistas emergentes.
O núcleo “Conectar” impulsiona diferentes ecossistemas culturais e artísticos através do intercâmbio nacional e internacional de projetos expositivos, ideias, e práticas transdisciplinares.
As exposições da Bienal de Fotografia do Porto vão estar espalhadas pela cidade em locais como o Centro Português de Fotografia, a Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto, a Fundação Marques da Silva, a Estação de Metro de São Bento, o Panóptico do Centro Hospitalar Conde Ferreira, a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, o Mira Fórum, entre outros.
O acesso às 123 atividades paralelas que vão decorrer pelo Porto é gratuito, mas vai estar sujeito à lotação dos espaços.
Entre as atividades destacam-se as visitas guiadas para famílias, visitas-oficina, conversas e lançamentos de livros.
O espaço central das atividades de mediação da Bienal´23 Fotografia do Porto é no Coreto do Jardim da Cordoaria e vai chamar-se “Semente de Empatia”. Vai estar aberto de quarta a domingo.