Casa da Criatividade, em São João da Madeira, recebeu quase 200 mil pessoas em 10 anos

por Lusa,    8 Junho, 2023
Casa da Criatividade, em São João da Madeira, recebeu quase 200 mil pessoas em 10 anos
Casa da Criatividade, em São João da Madeira / DR

A Casa da Criatividade, principal sala de espetáculos de São João da Madeira, celebra segunda-feira 10 anos de funcionamento, somando nesse período 188.537 espectadores e anunciando a continuidade de uma “oferta mais ajustada” à capacidade financeira da população.

O compromisso é do presidente dessa autarquia do distrito de Aveiro, que, em declarações à agência Lusa, reconhece que, desde 2018, a programação da casa sofreu ajustes de forma a garantir um maior acesso por parte do público.

O percurso feito ao longo destes 10 anos é notável e permitiu desenvolver políticas culturais importantíssimas na nossa cidade e com impacto na região, mas é de salientar também uma medida tomada em 2018, que contribuiu para aproximar ainda mais o público: a modificação da bilhética e da política de preços, o que facilitou o acesso de pessoas com menores recursos económicos à Casa da Criatividade, nomeadamente cidadãos seniores e população acompanhada por instituições sociais”, defendeu o autarca Jorge Vultos Sequeira.

O autarca socialista propõe-se continuar a seguir essa estratégia, reservando para o referido equipamento cultural um orçamento que, em média, tem sido de 90.000 euros por ano. Esse investimento privilegiará, por sua vez, “uma programação diversificada e de qualidade”, que visa “fidelizar o público sanjoanense, criar hábitos e rotinas de frequência, e atrair cada vez mais público de fora do concelho – do que resultam igualmente vantagens para a economia local”.

Integrada na Rede de Teatros e Cineteatros desde 2021, a Casa da Criatividade acolheu na sua primeira década de funcionamento um total de 569 espetáculos e eventos, distribuídos por um total de 744 sessões. 

Essa oferta abrangeu na sua maioria concertos (241), peças de teatro (133), espetáculos de dança (58) e conferências (22), mas incluiu ainda atuações de poesia, circo, humor e cinema, entre outros domínios de intervenção.

Essa atividade envolveu intérpretes e convidados de 13 nacionalidades distintas, com predominância de portugueses, brasileiros e americanos, mas com representantes também da Ucrânia e de quatro países africanos.

Mesmo considerando o período de confinamento associado à pandemia de covid-19 e os respetivos cancelamentos, os 188.537 espectadores registados na sala ao longo destes 10 anos refletem uma taxa média de ocupação de 64%.

Quanto à reputação que a sala granjeou por altura da sua inauguração devido à engenharia que lhe permitia diferentes configurações interiores, essa versatilidade manifestou-se sobretudo em três formatos: o isabelino, com e sem fosso de orquestra entre o palco e a plateia inclinada; o amplo, com todas as cadeiras recolhidas para espectadores em pé sobre uma plateia plana; o intimista, com bancadas amovíveis instaladas no palco para audiência reduzida; e o de arena, com bancadas nos extremos da sala e a área de atuação a meio.

O presidente da Câmara de São João da Madeira realçou que essa última configuração foi uma das utilizadas para a edição de 2018 do ciclo Novembro Jazz, que apontou como um dos principais eixos de programação da casa nos últimos anos – juntamente como o programa “Alternativa à 5inta” e, desde 2020, “uma forte aposta em projetos de índole comunitária, com diferentes públicos-alvo”.

É o caso dos projetos do programa “Odisseia Nacional”, do Teatro Nacional D. Maria II, que marcam o arranque das comemorações do 10.º aniversário da Casa da Criatividade, envolvendo iniciativas com artistas portadores de deficiência, por exemplo, e mediação com agentes culturais locais.

O cartaz das celebrações prevê ainda um concerto com Jorge Palma, a exibição de uma instalação artística de Noiserv, oficinas criativas para público familiar e escolar, e visitas orientadas ao edifício – que preserva a fachada original do antigo Cinema Imperador, inaugurado em 1958, com base numa recuperação desenhada pelo arquiteto Filipe Oliveira Dias (1963-2014).

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