Filme-ensaio sobre Angela Davis estreia em Portugal com presença do realizador Manthia Diawara
Após a sua apresentação na Bienal de Sharjah, a estreia portuguesa do filme-ensaio “Angela Davis: A World of Greater Freedom” (2023), da autoria de Manthia Diawara, decorre no Centro Cultural de Belém a 30 de setembro, pelas 19h00. A exibição do filme é acompanhada por uma conversa entre Manthia Diawara e a investigadora Sarah Lewis-Cappellari.
Produzido por Maumaus/Lumiar Cité e cofinanciado pela Fundação Centro Cultural de Belém, o filme reflete sobre a vida e a obra da ativista norte-americana Angela Davis (sabe mais). A câmara de Diawara segue Davis a caminhar por uma floresta de sequoias gigantes, a trabalhar no jardim ou a passear o cão, enquanto esta reflete sobre inúmeras questões, incluindo as noções e ideias de liberdade, resistência, revolta, reconstrução do mundo, negritude política, pensamento negro radical, música, (inter)nacionalismo, feminismo (no Sul Global), abolição, complexos prisionais industriais, mudanças geracionais, dialéticas, contradições, África, sexualidade, desejo e, também, de amizade. O filme não se constrói como uma biografia ou uma narrativa fictícia. Em vez disso, as imagens de Diawara, intercaladas com material de arquivo relevante, apresentam-se como um compêndio poético do pensamento crítico de Davis e uma inspiração para traçar novos imaginários e novas relações no contexto de um emergente mundo novo.
Manthia Diawara (Mali) é escritor, cineasta e professor na New York University. Para além de ser autor de diversas publicações sobre o cinema de África e das suas diásporas, contribuiu com ensaios sobre arte e política para Artforum, Mediapart, LA Times, Libération e The New York Times Magazine, entre muitos outros. Entre os seus filmes destacam-se: AI: African Intelligence (2022), A Letter from Yene (2022), An Opera of the World (2017), Negritude: A Dialogue between Soyinka and Senghor (2015), Édouard Glissant, One World in Relation (2010), Maison Tropicale (2008), e Rouch in Reverse (1995). A sua obra foi apresentada em festivais, bienais e exposições, incluindo: 34a Bienal de São Paulo; Biennale de Dakar; Centre Pompidou, Paris; documenta 14, Kassel; Festival Internacional de Cinema de Berlim; Haus der Kulturen der Welt, Berlim; Institute of Contemporary Arts (ICA), Londres; Lumiar Cité; Manifesta, Palermo; MOCA Busan; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid; Museu de Serralves; Pan-African Film & TV Festival of Ouagadougou (FESPACO); Serpentine, Londres; e Sharjah Biennial.
Sarah Lewis-Cappellari (República Dominicana, EUA) é curadora, dramaturga e doutoranda em Performance Studies na University of California, Los Angeles (UCLA). O seu trabalho aborda a interação entre performance, arte contemporânea, economias visuais coloniais e cultura negra. Em Berlim, concluiu o mestrado no programa “Art in Context” da University of Arts Berlin e colaborou com o Mobile Academy Berlin, coletivo de arte e ciência, como uma das principais curadoras e investigadoras. Sarah Lewis-Cappellari investigou e trabalhou com práticas artísticas colaborativas, enquanto membro do coletivo de performance LEWIS FOREVER, com apresentações no Performance Space 122 e no New Museum (ambos em Nova Iorque). Como membro independente, colaborou com SOIT, cujas apresentações incluem: Agora (Bruxelas), Sophiensaele (Berlim) e Tanzhaus NRW (Düsseldorf).