Teatro Villaret acolhe “Frankenstiny”, musical de elogio à diferença para toda a família
O musical “Frankenstiny”, que a Companhia da Esquina estreia a 04 de novembro no Teatro Villaret, em Lisboa, é um espectáculo “cómico e absurdo” para toda a família, disse o seu encenador, Jorge Gomes Ribeiro, à agência Lusa.
Adaptado do livro “Frankenstein”, de Mary Shelley, o musical demonstra “que é bom sermos todos diferentes dentro de um princípio igualitário”, e como a diferença é necessária, pela originalidade e pela genialidade que muitas vezes gera, explicou o encenador.
“Frankenstiny”, o espetáculo, “opta assim pela segunda vertente de terror” contida na obra da autora britânica, que é “o terror científico”, disse Jorge Gomes Ribeiro, acrescentando ser a primeira vez que a obra é representada em Portugal, contando com música escrita por Diogo Sotto-Mayor.
O terror científico “abre uma janela para um campo que no teatro é muito pertinente que é o fantástico”, e este “não tem de ser aterrorizante”, ainda que possa ter “suspense e [ser] ligeiramente amedrontador, daquele que faz cocegazinhas nos pés”, frisou Gomes Ribeiro.
A peça conta a história do jovem Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que, seguindo as pisadas de avô cientista, tenta descobrir o segredo da vida.
O ponto de partida para o espectáculo está no âmago da obra de Mary Shelley: a simultânea “normalidade e monstruosidade” do seu protagonista, para a mostrar como “uma criatura que é incompreendida e que pretende ser como o resto da humanidade”.
O desafio da peça consiste assim em mostrar “a importância da diferença e da sua aceitação”, porque ser “diferente não é ser extraordinariamente diferenciado ou separado daquilo que é o grupo ou que são as preferências de uma sociedade”.
Como sublinha Jorge Gomes Ribeiro, ser diferente é antes “ser original”, e isso é necessário, tanto nos dias de hoje como foi ao longo dos séculos.
“É do diferente e dos originais que vem realmente, muitas vezes, a virtuosidade; a genialidade muitas vezes vem daquilo que é diferente”, sublinhou.
A importância da peça está pois em mostrar às crianças “que é bom sermos todos diferentes dentro de um princípio igualitário”.
Com sete músicas originais de Diogo Sotto-Mayor, que assina a direção musical, a nova criação da Companhia da Esquina sucede aos musicais “Conto de Natal”, “Pinóquio” e ao original “A loja dos brinquedos”.
A peça tem texto de Jorge Gomes Ribeiro e Pedro Martinho, a partir do original, coreografia de Laura Póvoa, direção vocal de Pedro Pernas e a interpretar estão André Nunes, Brienne Keller, Pedro Pernas, Ricardo Raposo, Sofia Ramos e Zita Milene
A cenografia é de Marta Fernandes da Silva e Jorge Gomes Ribeiro e, os figurinos, de Rita Olivença.
O musical estará em cena até dia 17 de dezembro, com sessões para famílias ao sábado, às 16:00, e, aos domingo, às 11:00.