“Os Barrigos e os Magriços”, baseada em conto homónimo de Álvaro Cunhal, estreia na Casa da Cultura de Setúbal

por Lusa,    19 Janeiro, 2024
“Os Barrigos e os Magriços”, baseada em conto homónimo de Álvaro Cunhal, estreia na Casa da Cultura de Setúbal
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A peça “Os Barrigas e os Magriços”, numa adaptação livre do conto homónimo de Álvaro Cunhal, é a nova criação do Teatro Estúdio Fontenova e estreia-se a 15 de fevereiro, na Casa da Cultura de Setúbal.

Incluída no programa das comemorações dos 50 anos dos 25 de Abril de 1974, trata-se da primeira criação do ano daquela companhia de teatro de Setúbal e, apesar de classificada para maiores de 12 anos, foi concebida “para as faixas etárias mais jovens”, acrescentou a companhia.

“Os Barrigas e os Magriços” é uma parábola sobre o 25 de Abril de 1974 para as crianças: A história centra-se num Portugal de “há muitos anos”, onde havia uns homens conhecidos como Barrigas e outros como Magriços. Os primeiros comiam tanto que todo o corpo podia ser estômago, os segundos quase nada tinham para matar a fome.

“Recebemos esta história pelas mãos de um avô, e assim, lembrámo-nos das histórias dos nossos avós… Conta-nos Álvaro Cunhal nessa história sobre os Magriços, que como alguns avós trabalhavam muito, no campo e no mar, andavam descalços, não puderam ir à escola, mas queriam um país melhor”, lê-se na sinopse do Teatro Estúdio Fontenova sobre o conto da autoria do fundador e secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) desde 31 de março de 1961 a 05 de dezembro de 1992.

Mas também sobre os Barrigas, “aqueles que tinham muitas coisas, eram donos das terras, das leis e achavam que eram donos das pessoas”, observa a sinopse da peça, que conta a história de “um país que era muito amarelo, tão amarelo que os sorrisos eram mais pequeninos que a palma da mão”.

“Mas continuámos a caminhar até hoje, ou a correr, e embora já não encontremos tantos pés descalços, ainda há sapatos que se acham melhores que outros, e que até podem pisar alguns pés! Nesta maratona, em que também se sobe e desce, vamos cozinhar uma açorda a várias mãos todos debaixo do mesmo céu e acima do mesmo chão”, conclui a sinopse.

O espetáculo tem criação, dramaturgia e interpretação de João M. Mota, Patrícia Paixão e Sara Túbio Costa, que assina também a coordenação de projeto, cenografia e figurinos. 

A música original é de João M. Mota, o desenho de luz de José Maria Dias e Ricardo Batista, e a ilustração de Paula Moita.

Nas consultorias do espetáculo estiveram investigadores, políticos e criadores como Ana Margarida Campos, Armindo Miranda, Clara Cândido, Joana Mortágua, Joana Simões Piedade e Ricardo Guerreiro Campos.

Na Casa da Cultura de Setúbal, “Os Barrigas e os Magriços” terá seis representações nos dias 15 e 16 de fevereiro, com sessões às 11:00, 15:00 e 21:30, duas no dia 17 (11:00 e 21:30) e duas no dia 18 (11:00 e 16:00).

A peça terá ainda sessões em escolas, nomeadamente na Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, em Setúbal, ou no Polo da Ajuda d´A Voz do Operário, acrescentou a companhia, sem precisar datas.

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