“Succession”, “A Rixa” e “The Bear” conquistam quase tudo em TV nos SAG Awards
A última temporada de “Succession” obteve a consagração final na 30ª edição dos Prémios do Sindicato dos Atores (SAG Awards), durante esta madrugada em Los Angeles, ao vencer Melhor Elenco em Série Dramática.
É a estatueta que equivale a prémio de melhor série do ano numa cerimónia onde são os atores que premeiam outros atores.
“Um último viva”, disse Alan Ruck, que deu corpo a Connor Roy durante quatro temporadas e fez o discurso de vitória em nome de todo o elenco.
“Vocês estão a olhar para algumas das pessoas mais sortudas do planeta, e algumas das mais gratas”, afirmou o ator, considerando que “Succession” foi uma das melhores séries de sempre da televisão.
“A magia de ‘Succession’ é que a escrita era tão fabulosa que nos inspirou todos a trazermos as melhores prestações desde o início”, continuou. “Conseguimos apanhar um relâmpago dentro de uma garrafa”, acrescentou.
Esta edição dos SAG Awards foi transmitida, pela primeira vez, na plataforma de streaming Netflix, o que significou ausência de intervalos comerciais e maior flexibilidade nos discursos.
Nas categorias de interpretação, os prémios em drama foram divididos: Elizabeth Debicki levou a estatueta de Melhor Atriz em Série Dramática por “The Crown” e Pedro Pascal venceu Melhor Ator em Série Dramática por “The Last of Us”.
Ao aceitar, Pascal protagonizou um dos discursos mais inusitados da noite. Disse que estava bêbedo e usou um palavrão para expressar o seu contentamento, aproveitando que a Netflix não tem as mesmas regras de linguagem que os canais generalistas.
“Não consigo lembrar-me dos vossos nomes agora”, admitiu, lembrando que faz parte do Sindicato dos Atores desde 1999. “Vou ter um ataque de pânico e vou-me embora”, acrescentou.
Em comédia, tudo como esperado tendo em conta as tendências da temporada de prémios: “The Bear” venceu Melhor Elenco, Melhor Ator (Jeremy Allen White) e Melhor Atriz (Ayo Edebiri).
“Sinto-me tão honrado por fazer parte desta comunidade”, expressou Jeremy Allen White. “Quis fazer parte desta comunidade toda a minha vida. Não tinha plano B”, revelou o ator, que começou muito cedo na carreira.
White disse sentir-se “incrivelmente emocionado” por estar em palco a receber o reconhecimento dos seus pares.
Ayo Edebiri ecoou o sentimento de gratidão e disse que estar ali a ser premiada era “de loucos”.
Na categoria de Filme para Televisão ou Minissérie, “A Rixa” voltou a ganhar, tal como nas outras entregas de prémios da temporada. Ali Wong, que foi Melhor Atriz, agradeceu à mãe de 83 anos a paciência que teve com ela quando lhe disse que queria fazer comédia ‘stand-up’.
Steven Yeun, Melhor Ator na mesma categoria e pela mesma série, recordou como o primeiro emprego como ator que lhe permitiu entrar no Sindicato dos Atores foi um anúncio para uma marca de chocolates.
“Senti-me tão entusiasmado por receber aquele cartão quanto por receber agora este prémio”, gracejou.
Numa cerimónia com apresentação de Idris Elba que durou pouco mais de três horas, Barbra Streisand recebeu o Prémio Carreira e mostrou-se emocionada pela distinção.
“Lembro-me de sonhar em ser atriz quando era adolescente, sentada no meu quarto em Brooklyn a comer gelado de sabor a café e a ler uma revista de cinema”, contou. “De alguma forma, tudo se realizou”, acrescentou.
Membro do Sindicato dos Atores há mais de 60 anos, Streisand frisou que é “um privilégio” fazer parte desta profissão e lembrou que muitos dos criadores da indústria chegaram a Hollywood fugidos da perseguição aos judeus na Europa.
“Sonho com um mundo onde tais preconceitos são coisas do passado”, afirmou Streisand. “Sempre acreditei no poder da verdade”, acrescentou.