Cerca de 9.000 doentes precisam de resgate médico de emergência de Gaza, sublinha Organização Mundial de Saúde
Cerca de 9.000 pacientes da Faixa de Gaza devem ser retirados com urgência para tratamento, numa altura em que o território palestiniano tem apenas 10 hospitais a funcionar em mínimos, alertou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Com apenas 10 hospitais a operar com capacidade mínima em Gaza, milhares de pacientes continuam privados de cuidados de saúde”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, numa publicação nas redes sociais.
Antes da guerra, Gaza tinha 36 hospitais, segundo dados da OMS.
“Cerca de 9.000 pacientes precisam de ser transferidos urgentemente para o estrangeiro para serviços de saúde vitais, incluindo tratamento de cancro, ferimentos causados por bombardeamentos, diálise renal e outras doenças crónicas”, disse o responsável.
Este número corresponde a mais 1.000 pacientes do que na última contagem avançada pela OMS, no início do mês.
Desde 07 de outubro e do ataque sem precedentes do Hamas ao território israelita, Israel prometeu eliminar o movimento islâmico e tem levado a cabo bombardeamentos intensivos em território palestiniano, que danificaram parcialmente a estrutura sanitária.
Decorrem há várias semanas combates violentos no terreno, que por vezes atingem hospitais ou as imediações, que também servem de abrigo a milhares de habitantes de Gaza que perderam as suas casas ou fogem dos combates.
O território está sujeito a um bloqueio quase total e organizações como a ONU acusam Israel de não facilitar a chegada da ajuda humanitária, da qual depende a maior parte dos cerca de 2,4 milhões de habitantes que ainda vivem em Gaza e estão concentrados principalmente no sul, dentro e ao redor da cidade de Rafah.
O ataque do Hamas em Israel resultou na morte de pelo menos 1.160 pessoas, principalmente civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelitas.
O Ministério da Saúde do Hamas anunciou hoje um novo número de 32.705 pessoas mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra e 75.190 feridas. As vítimas são principalmente mulheres e crianças, segundo o Hamas.
O diretor-geral da OMS disse que até agora “mais de 3.400 pacientes foram encaminhados para o estrangeiro via Rafah, incluindo 2.198 feridos e 1.215 doentes”.
“Mas muitos mais precisam ser transferidos. Instamos Israel a agilizar as aprovações para evacuações [de locais], para que os pacientes críticos possam ser tratados. Cada momento conta”, pediu o responsável.
Antes do início da guerra, em 07 de outubro, 50 a 100 pacientes eram transferidos por dia de Gaza para Jerusalém Oriental e para a Cisjordânia, metade dos quais estava em tratamento oncológico.