Argumentistas e dramaturgos temem que plano para a comunicação social proposto pelo governo seja um “duro golpe” em toda a indústria

por Lusa,    9 Outubro, 2024
Argumentistas e dramaturgos temem que plano para a comunicação social proposto pelo governo seja um “duro golpe” em toda a indústria
“Série Pôr do Sol”, criada por Henrique Cardoso Dias, Rui Melo e Manuel Pureza

A Associação Portuguesa de Argumentistas e Dramaturgos (APAD) afirmou esta quarta-feira estar apreensiva com o Plano de Ação para a Comunicação Social, em particular no que diz respeito ao fim da publicidade na RTP.

“A APAD tem acompanhado com apreensão o Plano de Ação para a Comunicação Social, apresentado pelo Governo, com especial atenção na proposta referente ao fim da publicidade no canal público de televisão, a RTP”, referiu, em comunicado.

O Governo apresentou, esta terça-feira, o seu Plano de Ação para a Comunicação Social, composto por 30 medidas, divididas em quatro eixos — Regulação do Setor, Serviço Público Concessionado, Incentivos ao Setor, Combate à Desinformação e Literacia Mediática.

Este plano contempla, entre outros pontos, o fim da publicidade na RTP e saídas voluntárias de até 250 trabalhadores, com a contratação de um jornalista por cada dois que se retirarem.

Apesar de ver como positiva a diferenciação do canal público dos operadores privados, para a APAD o fim da publicidade na RTP, sem um reajuste orçamental, vai traduzir-se no enfraquecimento do Serviço Público, que trará implicações para o setor audiovisual do país.

A associação lembrou que a RTP produz e apoia a produção de séries, cinema, telefilmes, documentários, programas, filmes, curtas-metragens, cinema de animação e festivais, para além de ter uma ação direta numa diversidade de programas reconhecidos a nível nacional e internacional, que “correspondem à noção de serviço público”.

Os argumentistas e dramaturgos temem que estas medidas representem um “duro golpe” em toda a indústria, numa altura em que a comunicação social caminha para uma modernização e revolução sem precedentes.

“[…] Desinvestir na RTP é desinvestir no futuro e desproteger não só o serviço público, como a pluralidade cultural e o setor da indústria audiovisual“, vincou.

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