Exposição “Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário” é inaugurada este mês no Museu Nacional de Etnologia
A exposição “Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário. O Colonialismo Português em África: Mitos e Realidades“, organizada pelo Centro de Estudos Sobre África e Desenvolvimento (CESA/ISEG-Universidade de Lisboa) e pelo Museu Nacional de Etnologia, estará patente ao público entre 30 de Outubro de 2024 e 2 de Novembro de 2025.
A exposição, concebida e coordenada pela historiadora Isabel Castro Henriques, visa apresentar as linhas de força do colonialismo português em África nos séculos XIX e XX. Tem como objetivos desconstruir os mitos criados pela ideologia colonial, descolonizar os imaginários portugueses e contribuir, de forma pedagógica e acessível, para uma renovação do conhecimento sobre a questão colonial portuguesa.
A exposição, que se integra no quadro das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, organiza-se em torno de textos e imagens que procuram explicar historicamente o fenómeno colonial. Apresenta também uma seleção de objetos de arte africana do Museu Nacional de Etnologia, que evidenciam a força política e criativa das culturas africanas e contradizem as narrativas depreciativas europeias relativas à África, assim como obras de arte africana contemporânea dos artistas Lívio de Morais, Hilaire Balu Kuyangiko e Mónica de Miranda.
Os textos e a seleção de imagens dos painéis desta exposição são da autoria de cerca de trinta investigadores, entre os quais Diogo Ramada Curto, Fernando Rosas, Margarida Calafate Ribeiro, Rosa Cruz e Silva, Victor Barros. A Comissão Executiva, presidida por Isabel Castro Henriques, é composta por Inocência Mata, Joana Pereira Leite, João Moreira da Silva, Luca Fazzini e Mariana Castro Henriques, e a Comissão Científica conta com António Pinto Ribeiro, Aurora Almada Santos, Elsa Peralta, Isabel do Carmo, José Neves, entre outros.
Serão também realizadas, no âmbito deste projeto, exposições itinerantes que circularão por escolas e centros culturais em Portugal e em outros espaços de língua portuguesa, como o Brasil e África.
Por fim, será organizado, ao longo de 2025, no Museu Nacional de Etnologia, um ciclo de conversas intitulado “Desconstruir o Racismo, Descolonizar o Museu, Repensar o Saber“, onde serão debatidos temas atuais como o conhecimento da historiografia africana, as reparações históricas, as independências africanas e o racismo em Portugal. Será também promovido, em parceria com o CESA/ISEG-UL, o ciclo “Cinema e Descolonização“, com projeções de filmes relacionados com a realidade pós-colonial, no ISEG e no Museu Nacional de Etnologia