Festival InShadow: o namoro entre corpo e imagem
A 16ª edição do InShadow – Lisbon Screendance Festival está a propulsionar-se a todo o gás. Até 15 de Dezembro, o único festival de vídeo-dança da capital promete fazer mover a cidade com uma programação inovadora e que contempla vídeo-dança, documentário, animação, artes performativas e visuais.
Museu da Marioneta, Teatro do Bairro, Cinemateca Portuguesa, Galeria e Cisterna da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), hub multidisciplinar SAFRA e Casa do Comum são alguns dos espaços pelos quais esta iniciativa da Vo’Arte se estende, dando palco a um conjunto de propostas que colocam em evidência o “namoro constante entre o corpo e a imagem”, como realça Pedro Sena Nunes, Co-Director Artístico do Festival.
“Chegar à 16ª edição é, para nós, um momento de magia absoluta. É sobretudo um trabalho de resistência e resiliência. De animação, paixão e dedicação. O grande desafio prende-se com redescobrir, ano após ano, formas de preservar a nossa essência, a nossa razão de ser. Queremos que o InShadow continue a ser original, diferente. Que traga questionamento, pensamento e correlação de temas. Que continue a atrair públicos e artistas a lugares pouco convencionais”, declara.
Ao longo dos anos, o Festival tem sentido um aumento exponencial na qualidade das propostas submetidas pelos artistas. Do ponto de vista criativo, denota-se a inovação na abordagem técnica e estética dos projectos. Já do ponto de vista narrativo, sobressai a concisão com que as mensagens são trabalhadas e a atualidade dos temas abordados.
Esta edição não é excepção. Destaca-se Marlene Millar, realizadora canadense com um trabalho notável. A sua presença em Lisboa será marcada pela dinamização dos workshops de vídeo-dança Making Dance Films, realizado a 28 de Novembro, na Escola de Tecnologias, Inovação e Criação (ETIC), e Collaboration in Creation Dance Film, que ocorre a 29 de Novembro, na Biblioteca de Alcântara – José Dias Coelho. A passagem da realizadora pelo InShadow contempla ainda a exibição dos filmes Pilgrimage, numa sessão especial que decorre a25 de Novembro, no Chapitö, e MABOUNGOU: Being in the World, uma co-realização com Philip Szporer que está entre os concorrente da Competição de Documentário do Festival, realizada entre os dias 16 e 24 de Novembro, na Casa do Comum. A artista integra ainda o Júri Oficial desta edição.
Outro destaque é Sam Asaert, fotógrafo e realizador belga, que terá uma presença muito semelhantes à da Millar. Parte do Júri Oficial, dinamizará a masterclass The importance of the emotional connectivity of visual storytelling, a 29 de Novembro, na ETIC, e o workshop de
vídeo-dança Interactive dance filmmaking, a 2 de Dezembro, nos Esúdios Pro. Dança. O artista inaugurará ainda a exposição Discernerable Beauty, que estará patente na Galeria da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) entre os dias 3 e 19 de Dezembro.
Sobressai também a vinda da companhia espanhola Baal ao Museu da Marioneta, com o espectáculo Viajantes do Espaço. Apresentado entre os passados dias 7 e 10 de Novembro, o projecto integra o LittleShadow, a secção do Festival dedicada aos mais novos. “Queremos ser transgeracionais e, por isso, criamos estes momentos para que as crianças possam também ficar inebriadas com mundo do movimento, das imagens e do corpo”, explica Pedro Sena Nunes.
O diretor artístico do Festival destaca ainda a estreia da performance The Heroine’s Journey, da autoria de Anouk Froidevaux, apresentada a 15 e 16 de Novembro, na Biblioteca de Alcântara – José Dias Coelho, Sopro, um criação coreográfica da CiM – Companhia de Dança que, nos dias 14 e 15 de Novembro, trouxe disrupção ao cotidiano das estações de comboios do Cais de Sodré e Santa Apolónia, e as sessões especiais que ocorrem na Cinemateca Portuguesa, entre os dias 5 e 7 de Dezembro. Nas suas palavras, estas sessões “revisitam aquilo que é a história do cinema e a relação direta que estabelece com a dança – este namoro constante entre o corpo e a imagem.”
“Na verdade, diria que esta edição é, em si mesma, um destaque”, acrescenta. “Todas as propostas são absolutamente extraordinárias e, de alguma forma, acabam por dialogar entre si. O espectador ideal seria aquele que pudesse ver tudo e, dentro desta constelação de oportunidades e experiências artísticas, tecer a sua própria narrativa. Acreditamos que é esta a vantagem da arte: fazer as pessoas a pensar sobre aquilo que as rodeia. É esta a nossa génese”, remata.
Consulte toda a programação da 16ª edição do Festival InShadow.
Conteúdo patrocinado por Associação Vo’Arte.