A minha mãe é o meu futuro
Três ensaios sobre desigualdade e educação. Parte II: “As Mães”. (Parte I: “os professores”)
Talvez muitos desconheçam que o famoso pintor francês Henri Matisse só começou a pintar tarde na vida. Na sua juventude mudou-se para Paris para estudar Direito e não tinha um particular interesse pelas artes. Diz-se que nunca sequer visitou o Museu do Louvre durante o seu tempo de estudante na cidade (1). Quis o destino que, aos 20 anos, Matisse sofresse um ataque agudo de apendicite que o obrigou a uma longa recuperação no hospital. A sua mãe, aflita com o miserável desânimo do seu filho internado, resolveu levar-lhe uma caixa com materiais de arte para ele se entreter.
E assim, por um mero golpe do acaso aliado ao amor de uma mãe, ganhámos um dos maiores pintores de sempre.
Mas e se Matisse não tivesse tido apendicite? Ou se tivesse apendicite mais tarde na vida? E por que razão não foi o pai a cuidar dele na doença? Ou, ainda, se tivesse tido uma mãe mais virada para as ciências? Teríamos tido um grande cientista, ou só perdido um dos meus artistas preferidos?
“Ainda que muitos meritocratas do privilégio o neguem, o contexto da família em que calhamos nascer vai ter um enorme impacto na nossa capacidade de superar os obstáculos que a vida nos põe.”
Não é um exagero dizer que as nossas mães impactam a nossa vida e o nosso futuro de forma marcante. Instintivamente a sociedade percebe e espera que assim seja. É aliás, em parte por isso, que são as mães que passam mais tempo com os seus filhos, sacrificam as suas carreiras e quem se espera, injustamente, que façam tudo e mais alguma coisa nas lides domésticas. Contudo, sempre que explico que as nossas mães são um dos maiores determinantes na capacidade das crianças serem bem sucedidas nas escolas, sou recebido com um misto de espanto e curiosidade.
Tal como todos nós, Matisse também não escolheu ter nascido filho daquela mãe. E, ainda que tenha valido a pena, também não escolheu certamente ter tido apendicite. As nossas vidas são de facto moldadas pelas circunstâncias e alguns outros acasos que ninguém realmente escolhe, mas que, para o bem e para o mal, vão ter um impacto na nossa vida.
A meritocracia do privilégio
Na primeira parte desta série de ensaios refletimos sobre os professores, o fator que — dentro das paredes da escola — mais determina o sucesso dos nossos alunos e as suas aspirações em adultos (2). Contudo, é fora da escola que se encontram os elementos que mais vão influenciar a nossa capacidade de adquirir conhecimentos, ter boas notas e salários mais altos na nossa vida adulta: o contexto socioeconomico em que nascemos (3), a escolaridade dos nossos pais e, em particular, da nossa mãe (4) (5).
Ainda que muitos meritocratas do privilégio o neguem, o contexto da família em que calhamos nascer vai ter um enorme impacto na nossa capacidade de superar os obstáculos que a vida nos põe. Claro que há algumas destas pessoas — que apesar de barulhentas, estão longe de ser a maioria — que acreditam piamente que tudo o que a lotaria do nascimento lhes deu é merecido por força do seu esforço e empenho.
Talvez muitos deles se esqueçam ou, pior, talvez nem nunca tenham sabido, que é infinitamente mais difícil ser pobre. Talvez não nos tenha ocorrido que não é fácil estudar numa casa húmida e sobrelotada, muitas vezes sem espaço para, quando os há, abrir um livro e um caderno lado a lado sobre uma mesa. Talvez nunca nos tenha ocorrido a dificuldade que é pensar de estômago vazio. Isto apesar de vivermos num país onde cerca de 26 mil crianças abaixo dos 12 anos vivem em famílias onde não há dinheiro para comprar comida quando é preciso (6). Talvez, por não nos interessarmos, nunca nos tenha ocorrido que, além das privações materiais, a pobreza é um fardo que impacta o cérebro, a nossa atenção, e a capacidade de nos concentrarmos. Aliás, o peso da pobreza sobre a nossa capacidade cognitiva é de tal forma violento que é equiparável a passar uma noite sem dormir (7). Da próxima vez que tenha de aturar um meritocrata do privilégio e tenha de ouvi-lo falar sobre o seu próprio sucesso, peça-lhe para fazer uma direta e pergunte-lhe se já se cruzou com alguém que tenha ativamente escolhido nascer numa família desfavorecida: possivelmente a única pessoa pobre que ele conhece é a sua empregada — não por coincidência normalmente uma mulher, e muitas vezes com filhos. De que forma é que a sua vida é diferente?
A minha mãe, o meu esforço, determinismo e mérito
A pobreza é um fenómeno ultra-complexo e condiciona o nosso destino de diversas maneiras. Seja por ter piores condições de vida, menos materiais para estudar, menos incentivos, pior (ou menor) alimentação, há inúmeras dificuldades que podem levar a que, em média, crianças nascidas em famílias mais pobres tenham piores resultados na escola: a escolaridade das nossas mães é um desses factores. Estes factores não são isolados; pelo contrário, muitas vezes são cumulativos e vão acrescentando camadas de desvantagem que uma pessoa tem de superar.
Por exemplo, historicamente, as famílias mais pobres tendem a ter mais filhos e, portanto, a agravar ainda mais a sua situação de pobreza. Claro que, em si mesmo, uma família numerosa também tem maior probabilidade de ser pobre, porque o rendimento dos pais tem de ser repartido por mais crianças. Por sua vez, a privação material, alimentar e habitacional tende a ser mais aguda neste tipo de famílias. A taxa de pobreza também é maior quando se depende do rendimento de só um dos pais, como acontece nas famílias monoparentais — novamente, já adivinhou, na sua esmagadora maioria compostas por mães (8).
Quando chegámos à pandemia, nas escolas públicas portuguesas, cerca de 80% das mães dos alunos do ensino básico não tinha um diploma do ensino superior (9). Pare, e leia de novo esta frase.
Para lhe dar um exemplo do que isto significa, quase 6 em cada 10 alunos que tinham uma mãe sem curso universitário tiveram negativa a matemática no 9.º ano (10). O número de negativas destes alunos é mais do dobro daqueles que têm uma mãe licenciada.
Há um contraponto importante a reter aqui sobre o determinismo e o mérito. A pobreza e a escolaridade das nossas mães não determinam, fatal e irremediavelmente, que todos os alunos naquelas circunstâncias tenham de ser maus alunos e estejam de forma inevitável predestinados à pobreza. Em média, isso é verdade, e tem tanto de infeliz como de injusto e inaceitável. Aliás, por sua vez, os seus próprios filhos também vão em média enfrentar essas mesmas dificuldades, criando uma verdadeira armadilha que prende as pessoas em ciclos de pobreza que se perpetuam de geração em geração. Mas isto não significa que não haja crianças e jovens que, fruto do seu verdadeiro empenho e esforço, conseguem quebrar as barreiras e dificuldades que a vida lhes destinou. Este é o verdadeiro mérito e exige muito mais sacrifício, esforço e valor do que os meritocratas do privilégio julgam ter.
Porquê as mães?
Talvez (11) a explicação mais plausível seja que, tradicionalmente, as mães passam mais tempo com os seus filhos (12), sobretudo na primeira infância, que é por excelência a altura na nossa vida com maior desenvolvimento cognitivo e impacto na nossa educação (13). Mas a escolaridade das nossas mães vai também ter um impacto na quantidade de tempo que elas passam a educar os seus filhos. Uma análise de mais de quatorze países desenvolvidos (14) sugere que mães com níveis de educação mais elevados passam mais tempo a cuidar dos filhos do que as que tiveram níveis de educação mais baixos. De acordo com esse estudo, as mães com ensino superior passam em média mais 4,5 horas por semana a cuidar dos seus filhos do que as mães que têm apenas o ensino secundário ou menos. Uma mãe com educação ao nível pós-graduado acrescenta mais meia hora por semana a cuidar dos filhos (15).
Em muitos casos, claro, isto pode acontecer por haver uma maior disponibilidade e predisposição destas mães em investir tempo e dinheiro na educação dos seus filhos.
Por um lado, maiores níveis de educação tendem a gerar maior disponibilidade financeira que se traduz, por exemplo, em melhores condições materiais em sua casa, nos transportes, nas tarefas domésticas e que lhes devolvem mais tempo para as crianças (16). Um exemplo típico é a capacidade de contratar serviços de limpeza ou ter um carro para as deslocações, libertando com isso tempo precioso para se dedicar a ser mãe e passar tempo de qualidade com os filhos. Por oposição, progenitores que trabalham com salários baixos acabam por precisar de acumular diferentes trabalhos para se sustentar, por vezes trabalhando fora de horas, em sacrifício do tempo que passam com os filhos.
“Não é honestamente possível falar de mães sem falar da desigualdade a que este fardo as condena. Desde o impacto nos salários, mas também na pressão e expectativas da sociedade.”
Por outro lado, tendo a mãe mais qualificações, terá um maior à-vontade nos conhecimentos, podendo assim sentir-se mais confiante em apoiar os seus filhos nos trabalhos de casa e actividades escolares.
Se não andar distraído pode ter reparado nisto durante a pandemia. Há um mito coletivo generalizado de que as pessoas ficaram confinadas e a trabalhar de casa nesse período. Mas isso não podia estar mais longe da verdade. Quase metade das pessoas com emprego nunca esteve em teletrabalho (17) e nunca deixou de se amassar pão nas padarias ou de amanhar o peixe no supermercado. Aliás, como é evidente, a maioria das pessoas que tiveram oportunidade de trabalhar de casa foram precisamente as que tinham qualificações e rendimentos mais altos. Não é por acaso que, durante o fecho das escolas, as crianças de famílias mais desfavorecidas e com pais menos qualificados tiveram perdas de aprendizagem drasticamente superiores (18).
Sem surpresa, os dados disponíveis sugerem que o fecho de escolas prejudicou mais as mães, que passaram em média cinco horas por dia a educar os filhos, contra apenas duas horas dos seus parceiros (19).
Desigualdade e maternidade
Para além do impacto nas crianças, não é honestamente possível falar de mães sem falar da desigualdade a que este fardo as condena. Desde o impacto nos salários, mas também na pressão e expectativas da sociedade.
O impacto nos rendimentos é desde logo visível porque há uma diferença salarial grande entre homens e mulheres. Em Portugal, por cada 1 euro que um homem ganha, uma mulher ganha 73 cêntimos e, pior ainda, apenas 66 cêntimos se for pobre (20). Isto apesar de as mulheres serem mais qualificadas do que os homens em Portugal. Como se não bastasse, há ainda um outro fosso salarial entre mulheres e mães, e uma discriminação contra as mães que não existe contra os seus parceiros (21).
Um dos exemplos mais expressivos do impacto desproporcional que a maternidade tem na sociedade deu-se recentemente em França. Até 2013, a semana escolar em França tinha uma pausa a meio da semana à quarta-feira. Nessa altura, o governo decidiu alterar esta semana escolar esquisita, de forma a que coincidisse com a semana civil, ou seja, com aulas de segunda a sexta-feira. Uma das consequências positivas desta alteração foi a diminuição da desigualdade salarial de género. Porquê? Porque eram as mães, e não os pais, que sacrificavam as suas carreiras para ficar com os filhos à quarta-feira (22).
Mesmo quando têm o mesmo horário laboral, além do maior número de horas que passam com os filhos, há ainda que ter em conta o famoso segundo emprego (23), não remunerado, que recai sobre as mulheres quando chegam a casa do trabalho e têm que resolver a maioria das tarefas domésticas, deitando por terra qualquer vislumbre de tempo para investir e cuidar delas próprias, nos seus hobbies e no seu bem-estar. Enquanto isso acontece, pessoas como eu descansam e sobem alegremente nas carreiras à custa do trabalho não remunerado das suas parceiras.
Mas isto não tem de ser assim. Recai sobre todos os pais, homens, o ónus e dever moral contribuir activamente para combater esta enorme desigualdade cultural, social e familiar. Talvez aí se façam estudos sobre o impacto da escolaridade dos homens, pais, no sucesso escolar dos seus filhos por terem também eles um papel igualmente importante no desenvolvimento dos filhos.
Por minha culpa
Em parte por causa deste fardo de uma sociedade e vida familiar, que estão desenhadas para pesar muito mais nas mulheres do que nos homens, a pressão ainda é imensa, e tem raízes muito profundas na nossa sociedade.
Basta pensar que, por exemplo, a minha mãe ainda nasceu num país onde as mulheres só podiam ir para o estrangeiro ou ter conta no banco com autorização dos maridos. O caminho tem-se feito graças às lutas feministas, e à evolução das mentalidades, mas também do progresso tecnológico: há cem anos seria quase impossível para uma mulher ter um emprego a tempo inteiro se tivesse responsável por todas as tarefas domésticas sem recursos a criados ou eletrodomésticos.
Esta tensão entre o papel histórico e cultural das mulheres e mães na sociedade continua a deixar marcas profundíssimas nos dias de hoje. Um dos temas incontornáveis que esta imposição deixa na maternidade é a pressão e culpa. A culpa de cada momento em que se está no trabalho em vez de estar com o filho. A pressão de ser uma boa mãe, uma boa profissional. E o relógio biológico que não pára. As idas ao médico, as reuniões de “pais”, as vacinas. Encontrar uma creche. Ter a casa arrumada e os filhos a condizer. Dar de mamar. Preparar o lanche e o jantar. E ainda ter tempo para o yoga e, claro, recuperar rapidamente a figura para o verão. E ainda manter uma vida social activa. Ser tudo isto em simultâneo e de forma perfeita. A ideia de ser uma super mãe e uma super mulher, sem desculpas ou falhas. A comparação incessante perante modelos de maternidade irrealistas e mães perfeitas ou gurus do instagram, das revistas, ou de casas reais europeias que estão cheias de virtude, mas que ocultam deliberadamente as baby-sitters ou empregadas nas fotografias e nos seus posts.
E eu? Talvez o facto de eu ter instintivamente escolhido Matisse para começar esta história seja logo um sinal deste machismo patriarcal que descrevo e que — apesar de tudo — ainda personifico. Não por acaso, Renoir, Monet, Matisse, Braque e Picasso, os grandes pintores dessas épocas foram todos homens: e certamente todos tiveram uma mãe sobre quem não escrevi.
Declaração de interesses: As opiniões expressas neste artigo são exclusivamente do autor e não refletem os princípios ou posições das organizações às quais está associado. O autor trabalha num instituto inglês, sem fins lucrativos, especializado no apoio a professores e escolas que servem alunos desfavorecidos.
Referências:
1 – Ainda que haja uma discussão sobre se, já na sua vida artística, Matisse na verdade daria mais valor à capacidade de os artistas desenvolverem o seu próprio estilo do que se inspirarem nos mestres do passado. Flam, J. D. (1978). Matisse on Art (ISBN: 0-525-47490-0). E. P. Dutton., Elderfield, J. (1992). Henri Matisse – A Retrospective. Museum of Modern Art: Distributed by H.N. Abrams.
2 – Opper, I. (2019). Teachers Matter: Understanding Teachers’ Impact on Student Achievement. https://doi.org/10.7249/RR4312
3 – Acemoglu, D., & Pischke, J.-S. (2001). Changes in the wage structure, family income, and children’s education. European Economic Review, 45(4–6), 890–904. https://doi.org/10.1016/S0014-2921(01)00115-5 e o clássico Coleman, J. S. (1966). Equality of Educational Opportunity (COLEMAN) Study (EEOS).
4 – Carneiro, P., Meghir, C., & Parey, M. (2013). Maternal Education, Home Environments, and the Development of Children and Adolescents. Journal of the European Economic Association, 11, 123–160. https://doi.org/10.1111/j.1542-4774.2012.01096.x
5 – Há uma nota importantíssima a fazer: a esmagadora maioria da literatura que existe diz apenas respeito a casais heterossexuais, cisgénero e binários. Existe alguma literatura para casais e pais homossexuais, mas quase toda focada em casais lésbicos. Infelizmente não conheço a existência de literatura sobre pais não cis e/ou não-binários. Contudo, é sempre importante lembrar que o género é uma construção social (Lorber, 1994) e não quero com o texto induzir a ideia de que a paternidade ou maternidade é necessariamente heteronormativa. Cfr. Lorber, J. (1994). Night to His Day: The Social Construction of Gender. Paradoxes of Gender, Yale University Press.
6 – Inquérito às Condições de Vida e do Rendimento, 2018
7 – Mani, A., Mullainathan, S., Shafir, E., & Zhao, J. (2013). Poverty Impedes Cognitive Function. Science, 341(6149), 976–980. https://doi.org/10.1126/science.1238041
8 – (Instituto Nacional de Estatística – Censos 2021. XVI Recenseamento Geral Da População. VI Recenseamento Geral Da Habitação : Resultados Definitivos, INE, 2022)
9 – DGEEC/MISI, dados para 2018.
10 – Esteves, M., Freitas, P., Herdade, M., Carvalho, B. P., & Peralta, S. (2021). Crianças em Portugal e ensino a distância: um retrato. https://doi.org/10.5281/ZENODO.4507917
11 – Não é fácil determinar exatamente quais as variáveis que levam a esta constatação do impacto que a educação das mães. Por exemplo Plug (2004), argumenta que quando se tem em conta a hereditariedade e o assortative mating, o efeito da educação da mãe sobre o desempenho escolar do aluno pode advir do facto desta escolher um parceiro com um nível de escolarização semelhante ao seu, verificando-se que o efeito da educação materna sobre a escolarização do filho desaparece. Cfr. Plug, E. (2004). Estimating the Effect of Mother’s Schooling on Children’s Schooling Using a Sample of Adoptees. American Economic Review, 94(1), 358–368. https://doi.org/10.1257/000282804322970850
12 – A forma como o envolvimento dos pais impacta a educação é intuitiva, mas tipicamente assentou mais em evidência qualitativa do quantitativa, e é difícil descrever exatamente que mecanismos têm mais efeito do que outros. Cfr. Fan, X., & Chen, M. (2001). Parental Involvement and Students’ Academic Achievement: A Meta-Analysis. Educational Psychology Review, 13(1), 1–22. https://doi.org/10.1023/A:1009048817385.
13 – Heckman, J. J. (2006). Skill Formation and the Economics of Investing in Disadvantaged Children. Science, 312(5782), 1900–1902. https://doi.org/10.1126/science.1128898
14 – Guryan, J., Hurst, E., & Kearney, M. (2008). Parental Education and Parental Time with Children. Journal of Economic Perspectives, 22(3), 23–46. https://doi.org/10.1257/jep.22.3.23
15 – Doepke, M., & Zilibotti, F. (2019). Love, Money, and Parenting – How Economics explains the way we raise our kids. Princeton University Press. https://doi.org/10.2307/j.ctvc77fr1
16 – Ibid Doepke & Zilibotti (2019) argumentam que as mães com qualificações mais altas trabalham em média mais horas, mas que ainda assim passam mais tempo a cuidar dos filhos do que as mães com qualificações mais baixas. Segundo os autores, a diferença entre os dois grupos reside na quantidade de horas que umas e outras dedicam tendencialmente a actividades de lazer, ainda que esta com expecções, por exemplo para o caso das mães em famílias monoparentais.
17 – Monteiro, N., & Jalali, C. (2022). Um Novo Normal? Impactos e lições de dois anos de pandemia em Portugal. Fundação Francisco Manuel dos Santos.
18 – Engzell, P., Frey, A., & Verhagen, M. D. (2021). Learning loss due to school closures during the COVID-19 pandemic. Proceedings of the National Academy of Sciences, 118(17). https://doi.org/10.1073/pnas.2022376118
19 – Villadsen, A., Conti, G., & Fitzsimons, E. (2020). Parental involvement in home schooling and developmental play during lockdown – Initial findings from the COVID- 19 Survey in Five National Longitudinal Studies.
20 – Peralta, S., Carvalho, B. P., & Esteves, M. (2022). Portugal, Balanço Social 2021.
21 – Correll, S. J., Benard, S., & Paik, I. (2007). Getting a Job: Is There a Motherhood Penalty? American Journal of Sociology, 112(5), 1297–1339. https://doi.org/10.1086/511799
22 – Duchini, E., & Van Effenterre, C. (2022). School Schedule and the Gender Pay Gap. Journal of Human Resources, 0121-11431R2. https://doi.org/10.3368/jhr.0121-11431R2
23 – Hochschild, A., & Machung, A. (2012). The Second Shift: Working Families and the Revolution at Home. Penguin Books.