Alguns dos mais importantes nomes da nova geração da Arquitectura Contemporânea mundial vão estar no Porto
Alguns dos mais importantes nomes da nova geração da Arquitectura Contemporânea mundial vão passar pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) entre Fevereiro e Abril de 2018 para participar no Ciclo Internacional de Conferências intitulado “Contexto(s) na Arquitectura Contemporânea: 5 Continentes”. Pela primeira vez em Portugal vão estar os arquitectos Issa Diabaté (Costa do Marfim, África), Paul Owen (Austrália, Oceânia), Rick Joy (E.U.A., América), Li Xiaodong (China, Ásia), já David Chipperfield (Inglaterra, Europa) assinala um regresso à FAUP depois de em 1990 ter passado ainda enquanto jovem arquitecto pelo ciclo “Discursos sobre Arquitectura”.
O arquitecto Issa Diabaté, director do atelier Koffi & Diabaté Architects e co-fundador do Koffi & Diabaté Group baseados na Costa de Marfim, vai inaugurar o Ciclo Internacional de Conferências Contexto(s) na Arquitectura Contemporânea: 5 Continentes no dia 28 de Fevereiro, Quarta, às 17h00, no Auditório Fernando Távora na FAUP.
O Ciclo prossegue com o arquitecto da Oceânia Paul Owen, a 22 de Março, seguindo-se com Rick Joy, oriundo da América, a 11 de Abril, Li Xiaodong, da Ásia, no dia 18 de Abril, e David Chipperfield, do continente europeu em data a anunciar em breve.
A forte atenção ao contexto físico e cultural, a relação próxima à vida e às pessoas, e a simultânea vocação universalista na referência a temas centrais disciplinares poderão definir algumas das mais relevantes características da Arquitectura Portuguesa. Esse possível traço identitário serve de ponto de partida para a organização deste ciclo internacional de conferências, tendo como objetivo aprofundar o conhecimento em torno de temas com pertinência contemporânea e internacional. Com o propósito de confrontar o pensamento contemporâneo nacional com a actualidade internacional, pretende-se alargar o olhar aos 5 continentes.
Considerando um debate cultural que se funde entre o local e o universal, a reflexão a realizar tem por base uma ideia de Arquitetura que mantém a ambição de ser universalista no que respeita aos temas-chave disciplinares, sem que deixe de vincular-se ao contexto que lhe dá origem, expressando-o direta ou subtilmente. Ou seja, a ideia de Arquitetura que se deseja debater atribui um papel central à dimensão sensorial e fenomenológica como um dos seus “materiais” centrais, dimensão essa fundada num local e cultura concretos, e sempre centrada tanto no Homem, como na vida.
A reflexão a que se dará voz tem relevância para lá da Arquitectura e alarga-se à cultura portuguesa latu senso, tendo em consideração o modo como esta se posiciona e confronta internacionalmente. Considerando essas premissas, trata-se de um debate cuja pertinência transcende as fronteiras nacionais e se alarga a todas as geografias que partilham o mesmo tipo de interesses. Uma reflexão comum em torno de um leque de preocupações convergentes é, em suma, o propósito desta iniciativa da FAUP.
Na sequência do Ciclo Internacional de Conferências, será lançada uma publicação com o propósito de possibilitar o registo e uma divulgação mais alargada da iniciativa.
Esta iniciativa é uma organização da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), através do seu centro de investigação, CEAU, e é uma acção conjunta dos grupos de investigação Arquitectura: Teoria, Projecto, História + Atlas da Casa. São coordenadores os docentes Ana Neiva e José Cabral Dias.
As cinco sessões terão lugar na FAUP, entre Fevereiro e Abril de 2018. As conferências serão proferidas em inglês, sem tradução, e são de entrada livre (sujeita à lotação da sala)
Programa:
Issa Diabaté (África) 28 de Fevereiro (Quarta-feira), 17h00, Auditório Fernando Távora
Issa Diabaté, mestre em arquitetura pela Universidade de Yale, é co-fundador do escritório Koffi & Diabaté Architecte, em Abidjan. Entre 1991 a 1993, estagiou em África, Estados Unidos e Europa, com destaque para a permanência no escritório Jean Nouvel et Catani. O seu trabalho foi reconhecido por vários prémios e distinções. Foi nomeado cavaleiro de Mérito Cultural e galardoado na Bienal de Arte Contemporânea DAK’ART do Senegal, em 1998. A sua acção é sublinhada pela sensível qualidade arquitetónica dos projectos, resultado de uma cuidadosa atenção às condições climáticas e às circunstâncias do contexto. Como resultado do papel central que as preocupações sociais desempenham na sua acção, Issa Diabaté visa desenvolver modelos alternativos, mais equilibrados, para o futuro das cidades da Costa do Marfim.
Paul Owen (Oceânia) 22 de Março (Quinta-feira), 18h30, Auditório Fernando Távora
Paul Owen foi um dos fundadores do Gabinete de Arquitectura Owen and Vokes and Peters em 2003, em Brisbane, e é actualmente a principal figura de Owen Architects. Através de uma abordagem culta, Owen concilia elementos e materiais que decorrem de um forte conhecimento da casa tradicional de Queensland, da sua espacialidade e da tecnologia local de construção em madeira pintada. A atualização de elementos históricos e vernaculares, o tratamento das zonas de transição entre interior e exterior, ou o atento desenho dos dispositivos de sombreamento, fazem com que a sua Arquitectura manifeste um humanista desejo de conforto e de diversidade ambiental, culturalmente enraizado.
Rick Joy (América) 11 de Abril (Quarta-feira), 17h00, Auditório Fernando Távora
Rick Joy é a principal figura de Rick Joy Architects, escritório criado em 1993, em Tucson, no Arizona. Os seus trabalhos foram extensamente exibidos, publicados e distinguidos com números prémios. Rick Joy recebeu o Prémio de Arquitectura da Academia Americana de Artes e Letras em Arquitetura, em 2002, e em 2004 ganhou o prestigiado Prémio Nacional de Design do Smithsonian Institute/Cooper-Hewitt Museum. Rick Joy tem sido regularmente Professor Visitante na Harvard Graduate School of Design. A sua arquitetura está fortemente comprometida com temas da tradição americana. O respeito pelo contexto e pelas características únicas da paisagem e das condições climáticas desempenha um papel central no seu pensamento e expressivo desenho, como marca permanente do seu próprio trabalho.
Li Xiaodong (Ásia) 18 de Abril (Quarta-feira), 17h00, Auditório Fernando Távora
Li Xiaodong, doutorado pela TU Delft em 1993 e principal figura do escritório fundado em Pequim, tem sido reconhecido por vários prémios e distinções: Medal RIBA Tutor’s Prize, em 2000; Prémio AR de Arquitetura Emergente, em 2009; Prêmio Aga Khan de Arquitetura, em 2010; e Membro Honorário da AIA (EUA), em 2012. A sua obra foi distinguida com o Prémio do Júri da UNESCO (?) para a Inovação, o Prémio de Design Anual EDRA/Places (EUA) e a Medalha de Ouro ARASIA. Focado numa aproximação espiritual e racional à arquitetura, sem deixar de ser universal, Li Xiaodong concentra-se no significado cultural e espacial chinês de tranquilidade e harmonia. Consequentemente, o seu trabalho resulta da permanente pesquisa sobre conceitos que sublinham as características singulares do contexto espacial chinês.
David Chipperfield (Europa) Data a anunciar
David Chipperfield fundou o gabinete David Chipperfield Architects em 1985, actualmente com escritórios em Londres, Berlim, Milão e Xangai. O gabinete recebeu mais de 100 prémios e distinções internacionais, incluindo os prémios do Royal Institute of British Architects (RIBA) e do American Institute of Architects (AIA) em 2007, bem como o Prémio Mies van der Rohe em 2011. David Chipperfield recebeu a RIBA Royal Gold Medal em 2011 e o Praemium Imperiale atribuído pela Japan Art Association, em 2013. A reputação do escritório tem-se fundado no compromisso com uma visão da arquitectura enquanto acto colectivo, bem como no forte empenho na definição de soluções arquitectónica, social e intelectualmente coerentes.