‘Artifact to Human Communication’: Últimos dias da exposição de Filipe Pantone na Galeria Underdogs

por Joana Leão,    21 Abril, 2017
‘Artifact to Human Communication’: Últimos dias da exposição de Filipe Pantone na Galeria Underdogs

A exposição a solo de Filipe Pantone, “Artifact to Human Communication”, inaugurou no passado dia 10 de março, na galeria Underdogs, e desde então que a sua presença se tem feito notar, particularmente nas redes sociais. Algo que se torna pertinente referir, uma vez que, nesta exposição, o artista de origem argentina apresenta uma reflexão sobre a natureza da obra de arte e a comunicação na era da Internet e da “informação excessiva”

Para Filipe Pantone, a diferença entre uma obra de arte e um objeto utilitário reside no facto de a obra de arte falar com quem as observa, ultrapassando esse mesmo patamar de mera observação e passando à interação. As “boas obras de arte têm uma voz, embora isso exija um espectador preparado disposto a procurar, organizar e assimilar a informação que lhe é dada; sendo nesse momento que o prazer artístico ocorre”, diz Pantone. Torna-se cada vez mais importante que os espectadores procurem esta informação uma vez que, como já foi referido, todos os dias nos deparamos com o excesso de informação que a emergência da internet nos trouxe. É verdade que somos bombardeados com informação mundana através da publicidade, televisão e redes sociais, no entanto o artista defende que este “excesso de informação só se torna prejudicial quando o sujeito age exclusivamente como o recetor”, o que torna fulcral estimular o pensamento criativo e a capacidade de questionar o que nos rodeia.

O artista, que cresceu em Espanha, iniciou a sua atividade artística aos 12 anos, quando descobriu o graffiti, que o levou mais tarde a interessar-se por desenho, pintura, e consequentemente, por arte. Tem vindo a explorar vários campos, como a arte cinética, instalação, design, e claro o graffiti e a desenvolver um estilo característico evidente na exposição patente na Galeria Underdogs. A utilização de cores fortes, da justaposição do branco e do preto numa referência à op arte, os padrões geométricos e o uso de tecnologia marca a sua obra, criando uma estética moderna e uma linguagem única.

A exposição só permanecerá até dia 22 de abril em Lisboa, e se ainda não a visitou aconselhamos vivamente a que o faça. Poderá também ver o maior mural que Filipe Pantone já pintou na sua carreira. Este encontra-se Praça Bernardino Machado, na zona da Quinta das Conchas.

Fotografias de Diogo Caetano / CCA

 

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