As 20 melhores séries de 2019

por Comunidade Cultura e Arte,    31 Dezembro, 2019
As 20 melhores séries de 2019
Ilustração de Carlota Real / CCA

Foi um ano rico em séries de qualidade. Há cada vez mais e melhores opções e as plataformas online à nossa disposição, que vão aumentando, e o efeito concorrencial entre elas, faz com que ideias originais se conjuguem com os meios necessários para trazer a bom porto todas essas criações interessantes que passam a estar à distância de um clique.

Séries como The Witcher chegaram já tarde para que pudéssemos ponderar se faria ou não parte do nosso top. Salienta-se ainda O Resto da Tua Vida, uma criação original e inventiva de Carlos Coutinho Vilhena, e que nos meteu a ver uma série no Youtube, gerou diálogo e causou impacto como poucas por cá. Sabendo de antemão da dificuldade que é gerar um top de séries, à semelhança dos outros tops que vos apresentámos, estas são as vinte séries (de tantas outras mais que poderiam lá constar) que vos deixamos e que mais marcaram 2019 para nós.

20. Silicon Valley
19. Unbelievable
18. Gomorra
17. Easy
16. Sex Education
15. Years and Years
14. Rick and Morty
13. Watchmen
12. Peaky Blinders
11. Afterlife

10. Sara
Numa espécie de híbrido entre cinema e televisão, Sara é também uma aventura de Marco Martins neste mundo que ainda não tinha explorado. A influência de Bruno Nogueira – envolvido na ideia, argumento e representação – está por toda a parte. Quem seguiu de perto o Último a Sair ou Odisseia (projectos anteriores do humorista), encontra em Sara vislumbres semelhantes, espelhados em longos momentos absurdos.

9. Game of Thrones
Chegou este ano ao fim uma das maiores jornadas da televisão. Uma das séries mais galardoadas de sempre teve o seu epílogo numa temporada que, apesar de ter mantido os fãs agarrados (o caminho já ia longo para desistir), para muitos não cumpriu as expectativas que foi gerando durante todos os anos em que os créditos não ficaram por mãos alheias. Ainda assim, esta última temporada de Game of Thrones ficará para a história e as criações à sua volta já se falam. A herança é pesada.

8. Black Mirror
Esta série antológica e distópica aborda o desconforto colectivo face ao mundo moderno, com episódios fechados que exploram temas perspicazes e de cortar a respiração dentro de assuntos contemporâneos e ligados à paranóia tecnológica e em como a tecnologia modificou a nossa vida; em cada casa; em cada secretária; em todo o lado – um ecrã touch; um ecrã de computador; um smartphone – “Black Mirror” reflecte a nossa existência no século XXI. A série foi criada e escrita por Charlie Brooker, e produzida por Charlie Brooker e Annabel Jones.

https://www.youtube.com/watch?v=2bVik34nWws

7. Mr. Robot
O fim de um ciclo. Depois da impactante primeira temporada, a série de televisão de Sam Esmail que trouxe Rami Malek para a ribalta e que estreou em 2015, chegou este ano ao fim. Depois de temporadas menos conseguidas, Mr. Robot terminou com os créditos com que começou.

6. Bojack Horseman
A série existencialista criada por Raphael Bob-Waksberg voltou à Netflix e com ele a antiga estrela de Horsin’ Around, o deprimido e alcóolico cavalo, Bojack Horseman. Apesar de ser uma série animada, Bojack Horseman foi das séries que mais facilmente rompeu com chavões tipicamente atribuídos a esse factor. É uma série adulta que se debate com temas sérios possuindo uma construção narrativa riquíssima.

5. Mindhunter
Mindhunter é uma das mais recentes apostas fortes da Netflix, produzida e realizada, em parte, por David Fincher e explora a mente de assassinos em série num período em que a criminologia estava ainda às escuras neste tema. O interesse de Fincher em criminosos violentos não é novo, bastando lembrar filmes como Se7en ou Zodiac, mas nesta sua aventura episódica procura antes perceber os desvios psicológicos que podem estar na base da prática destes crimes, sem focar numa mente em particular.

4. Euphoria
Além de ter criado uma narrativa fresca, inovadora e necessária nos tempos actuais, Euphoria deu também a conhecer ao mundo Jules, ou melhor, Hunter Schafer, uma pessoa que só quer ser feliz da melhor forma possível para si, mas que para garantir essa felicidade teve (e terá quase sempre) que enfrentar o mundo, mundo esse que está cá para nos destruir e que só iremos sobreviver se tivermos pelo menos metade da coragem de Jules, uma transexual que é a bandeira do que significa ser humano: liberdade para atingirmos a nossa felicidade.

3. Dark
É uma série de ficção alemã apresentada pela Netflix. A segunda temporada prova a sua consistência técnica e magnifico trabalho de toda a produção e elenco alemão. Conta a história de quatro famílias e a forma como cada uma das personagens tenta mudar os seus actos, seja no passado, presente ou futuro. Efectivamente, giramos à volta de um super mistério sobre a existência e reflexão sobre o tempo. Durante cada episódio da série, parece que vivemos as emoções em slow-motion, andamos em panorâmica com o ritmo das personagens, colidimos com os obstáculos como se fossem nossos. A linguagem ’fílmica’ é o grande destaque desta série, a narrativa prende o espectador, e a estética encontra-se tão bem fundada ,apesar do universo pesado, que tudo se torna absolutamente belo.

2. When They See Us
Estamos perante uma das melhores séries de crime real ficcionado da Netflix desde O Caso de O.J. – American Crime Story. Prova disso foi também as onze nomeações aos Emmy, sendo a segunda série mais nomeada, apenas atrás de Game of Thrones. A vitória nessa cerimónia para Jharrel Jerome foi, através dele, o reconhecimento a um acting imaculado na série por parte de todos os seus actores. Num catálogo Netflix recheado de qualidade no que diz respeito aos documentários e minisséries de crime, esta é uma das obrigatórias.

https://www.youtube.com/watch?v=u3F9n_smGWY

1. Chernobyl
É uma série que parte de um pressuposto muito forte, neste caso um argumento baseado em factos reais. A 26 de Abril de 1986, em Chernobyl,  houve a maior explosão nuclear de sempre, tornando-se numa das maiores catástrofes provocada pelo Homem. Mais que uma série , é um ‘filme’ dividido em cinco episódios tão densos e escuros, que nos deixam habituados a toda aquela falta de luminescência. Conta-nos a história de todos aqueles homens e mulheres que perderam todo uma construção de mundo que tinham formado até então. Vemos a vida a mudar, de forma profunda e drástica. Ninguém fica indiferente à narrativa, à estética da cor, e aos movimentos da vida e da câmara que também os sente.

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