“As Bruxas de Salém”, de Arthur Miller com encenação de Nuno Cardoso, no Teatro Aveirense

por Comunidade Cultura e Arte,    27 Setembro, 2023
“As Bruxas de Salém”, de Arthur Miller com encenação de Nuno Cardoso, no Teatro Aveirense
Fotografia de TUNA/TNSJ
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Com encenação de Nuno Cardoso, o espetáculo completa um ciclo dedicado ao Teatro Nacional São João, promovido em setembro pelo Teatro Aveirense.

A 29 de setembro o Teatro Aveirense apresenta “As Bruxas de Salém” (ler crítica), uma obra de Arthur Miller encenada por Nuno Cardoso. Esta peça marca a segunda e última etapa de um ciclo dedicado ao Teatro Nacional São João, promovido em setembro pelo Teatro Aveirense, que teve como ponto de partida o espetáculo “As Areias do Imperador”, apresentado em Aveiro nos dias 8 e 9 de setembro, numa coprodução do Teatro Aveirense com o Teatro Nacional São João, Teatro Nacional D. Maria II e outras estruturas moçambicanas e francesas.

Fotografia de TUNA/TNSJ

Baseada em factos históricos, “As Bruxas de Salém” conta a história da pequena comunidade americana de Salém, onde, em 1692, mulheres e homens foram perseguidos e julgados por bruxaria. A peça estreou em 1953 e alude ao macarthismo que se vivia na época nos Estados Unidos da América. Nessa altura promoveu-se a perseguição política a diversas figuras da cultura norte-americana, incluindo a Arthur Miller. Atualmente, o encenador Nuno Cardoso encontra aí ecos que se propagam no mundo contemporâneo.  

“Esta peça é uma história de fugas para a frente. Seja no século XVII, no Massachusetts puritano, seja na América macarthista da década de 1950, seja no Portugal pós-covid do seculo XXI, nós tendemos com naturalidade para a fuga. A necessária confrontação com as consequências dos nossos atos é sempre substituída por uma desculpa qualquer, uma narrativa que nos conforte e favoreça o escapismo. Assim foi com a histeria à volta das bruxas em Salém, assim foi com o medo dos comunistas nos anos 1950, assim é hoje na sociedade de praças públicas digitais, em que é mais fácil acusar do que, em silêncio, nos confrontarmos com a pegada da nossa responsabilidade”, afirma o encenador Nuno Cardoso.

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