Associações pedem ao Governo medidas sobre “questão sistémica” de assédio na Cultura

por Lusa,    21 Abril, 2025
Associações pedem ao Governo medidas sobre “questão sistémica” de assédio na Cultura
Fotografia de Sinitta Leunen / Unsplash

As associações de defesa de profissionais da Cultura Plateia e MUTIM reivindicaram hoje, numa carta enviada ao Governo, a criação de um canal de denúncias e um código de conduta sobre assédio no meio artístico.

“É urgente um sistema de proteção que contribua para a redução do número de casos de assédio no setor, bem como alterações legislativas eficazes e de impacto transformador”, afirmaram a MUTIM – Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento e a Plateia – Associação de Profissionais de Artes Cénicas, numa carta, divulgada hoje, enviada às ministras do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, e da Cultura, Dalila Rodrigues.

As duas associações dizem que têm acompanhado “o movimento de denúncias de assédio no meio artístico”, desencadeado sobretudo em 2024, com primeiras denúncias na área da música, e que esta é “uma questão sistémica” com impacto “em todos os agentes do setor”.

Embora as entidades públicas ligadas à Cultura tenham os seus próprios canais, como a Direção-Geral das Artes, o Instituto do Cinema e do Audiovisual ou a Museus e Monumentos de Portugal, a MUTIM e a Plateia defendem “a criação de um canal de denúncias específico para o setor”.

Na carta, as duas associações elencam outras três propostas concretas para uma “mudança de paradigma” para prevenir o assédio no meio artístico, nomeadamente a criação de um “Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho” para a Cultura e que abranja também os trabalhadores independentes.

Defendem ainda “uma alteração legislativa que possa definir todas as práticas de assédio enquanto crime” e um reforço de meios e formação de recursos humanos da Autoridade para as Condições do Trabalho.

A carta, na qual as duas associações se manifestam disponíveis para reuniões com o Governo, é subscrita por cerca de vinte outras associações, plataformas culturais e festivais de cinema.

A Academia Portuguesa de Cinema, a Associação para as Artes Performativas em Portugal (Performart), os festivais DocLisboa, IndieLisboa e MOTELX, a Casa da Animação e o Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos são algumas das entidades signatárias desta carta.

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