“Brasil Descolonizado” vai a teatro no Porto. Teatro Nacional São João recebe três estreias nacionais no âmbito do FITEI

por Comunidade Cultura e Arte,    9 Maio, 2019
“Brasil Descolonizado” vai a teatro no Porto. Teatro Nacional São João recebe três estreias nacionais no âmbito do FITEI
“Tchekhov é um Cogumelo” / Fotografia de André Guerreiro Lopes
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Um dos destaques da programação é o regresso do argentino Federico León, com Yo escribo. Vos dibujás

O Teatro Nacional São João (TNSJ) associa-se novamente ao FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, para a sua 42.ª edição. O festival traz três estreias nacionais aos espaços do TNSJ, com destaque para Yo escribo. Vos dibujás, que assinala o regresso do dramaturgo, encenador, ator e cineasta argentino Federico León, após Las Ideas, o seu memorável espetáculo apresentado há três anos no TNSJ, também no âmbito do FITEI.

“mistura de quermesse e festa de bairro” / Fotografia de Ignacio Iasparra

A edição de 2019 debruça-se sobre o tema “Brasil Descolonizado” e continua a busca de rejuvenescimento em que tem vindo a apostar nos últimos anos. O FITEI assume ainda uma dimensão diferente, tendo-se aliado ao Festival DDD – Dias de Dança. Este ano, o objetivo é o de promover o diálogo e a reflexão com o público. Como tal, as atuações estendem-se além do palco e contam com momentos de conversa pós-espetáculo, com o público e os artistas, depois de espetáculos selecionados.

Preto questiona o poder do olhar branco (e masculino)
“E o que fazer para que o enegrecimento seja cada vez maior, cada vez mais potente no lugar onde estamos?” A pergunta fica no ar, mas o microfone onde foi lançada fica virado para os espectadores. A companhia brasileira de teatro, pela mão do encenador Marcio Abreu, parte do racismo no Brasil e revela a sua dimensão universal, desafiando o público a abandonar uma postura de passividade. Preto é uma estreia nacional e pode ser visto nos dias 16 e 17 de maio, às 21h00, no palco do Teatro Carlos Alberto (TeCA). Os bilhetes têm um custo de 10 euros e incluem uma conversa pós-espetáculo, no dia 16.

“Preto” / Fotografia de Nana Moraes

Tempo é a matéria-prima de Tchékhov é um Cogumelo
O encenador brasileiro André Guerreiro Lopes usa As Três Irmãs – representadas por três atrizes de gerações distintas (três irmãs ou a mesma mulher em três tempos da vida) –, de Tchékhov, como uma síntese poética e política: uma espécie de haikai sensorial onde ecoa o presente do seu país, “em que as pessoas se sentem presas num círculo de angústia e ansiedade em relação ao futuro”. A peça – produzida pelo Estúdio Lusco-Fusco – vai ter estreia nacional no TNSJ, dia 18 de maio, às 21h00, e pode ainda ser vista no dia 19, às 16h00. O preço dos bilhetes varia entre os 7,50 e os 16 euros. Além da conversa pós-espetáculo, a récita do dia 18 conta com a oficina Carta-Branca, marcada para as 19h00. A iniciativa promovida pelo TNSJ destina-se a maiores de 4 anos e tem o custo de 2,50 euros, por criança.

Federico León apresenta uma “mistura de quermesse e festa de bairro”
Yo escribo. Vos dibujás resulta de uma coprodução FITEI que incluiu duas residências no Porto (em outubro de 2018 e março de 2019). O espetáculo de Federico León integra 23 atores locais e propõe uma reflexão sobre o teatro e o palco, como prática e espaço vital de aprendizagem pessoal e do mundo. A peça tem estreia nacional agendada para o dia 23 de maio, às 21h00, no Mosteiro de São Bento da Vitória (MSBV). O espetáculo pode ainda ser visto dia 24. O preço dos bilhetes é de 10 euros, sendo que no dia 23 de maio está agendada uma conversa pós-espetáculo.

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