Candidatos à Câmara de Évora comprometem-se a honrar financiamento à Capital Europeia da Cultura
Os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Évora comprometeram-se hoje a honrar os compromissos da autarquia no financiamento da Capital Europeia da Cultura (CEC) Évora 2027, embora alguns reconheçam dificuldade em fazê-lo.
“Évora_27 – Capital Europeia da Cultura” foi o tema de um debate que juntou os sete candidatos no Convento São Bento de Cástris, num debate promovido pela rádio Diana FM e a Associação Évora 2027.
Segundo o livro de candidatura (‘bidbook’) da CEC Évora 2027, consultado pela Lusa, do total de 44.587.603,10 euros de financiamento do setor público para a iniciativa, 10.519.953,10 euros cabem à Câmara de Évora.
Em 08 de maio, a presidente da Associação Évora 2027, Maria do Céu Ramos, avisou, em declarações à Lusa, que “há um compromisso financeiro da câmara que tem de ser honrado, sob pena de comprometer a viabilidade” da CEC Évora 2027.
Os candidatos começaram por ser questionados sobre isso mesmo.
O candidato da CDU, força política que atualmente lidera a o executivo, João Oliveira, começou por dizer que “a resposta a esta questão é válida para o financiamento como para tudo o resto”.
“Aquilo que é preciso é cumprir os compromissos que estão assumidos”, afirmou, alegando que a CEC Évora 2027 “só será o grande evento de transformação cultural e da cidade, e do concelho, e da região, se for concretizada nos termos em que os compromissos foram assumidos na candidatura vencedora, com tudo o que isso significa, inclusive o seu financiamento”.
Já o cabeça de lista do PS, Carlos Zorrinho, recordando que a CEC é fruto de uma parceria, referiu que todos os envolvidos “têm de assumir os seus compromissos”.
“A Câmara de Évora, comigo presidente, assumirá os seus compromissos, capacitando-se a si própria para receber a CEC, capacitando os empreendedores, os projetos, para receberem a CEC, capacitando a associação organizadora para receber a CEC. Nesse processo de parceria, trabalhando em conjunto com todos os empreendedores, também com o Governo, um parceiro muito importante deste projeto, estou convencido que em todo este processo vamos investir mais do que os 10ME”, disse.
Pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, Henrique Sim-Sim defendeu a necessidade de garantir que a autarquia “vai conseguir os recursos para ir o mais longe possível” num projeto “que pode transformar a cidade em diferentes dimensões”.
Mas para este candidato, ir o mais longe possível “não quer dizer que seja tudo orçamento do município”.
“Temos de conseguir ir o mais longe possível no orçamento municipal e ter a inteligência, a criatividade, o trabalho, a diligência de arranjar financiamento para conseguirmos complementar aquilo que foi o nosso compromisso”, defendeu.
A cabeça de lista do Movimento Cuidar de Évora, Florbela Fernandes, disse que, caso presida ao executivo, dará prioridade à CEC, assim como à sua programação.
“A Câmara não dispõe dessa verba ‘tout court’ [expressão francesa que significa simplesmente ou ponto final] de 10ME para atribuir à associação [Évora 2027]”, defendeu.
No entanto, referiu que a câmara “dispõe de verba que tem investido nomeadamente na área da Cultura”.
“Aquilo que é o investimento [em Cultura], que ronda os quatro milhões de euros, naturalmente terá de ser prioritariamente para a área da CEC”, afirmou, acrescentando que depois tentará “arranjar outras formas de financiamento”, dando como exemplo o apoio à programação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP).
O atual executivo da Câmara Municipal de Évora é composto por dois eleitos da CDU, dois do PS, dois do PSD e um do MCE.
Na corrida eleitoral de 12 de outubro entram também o Bloco de Esquerda (BE), a Iniciativa Liberal (IL) e o Chega.
O candidato do BE, Pedro Ferreira, recordando que “a Câmara de Évora comprometeu-se, em termos de financiamento, em termos monetários e em termos de serviços” com a CEC, disse que a sua candidatura “assume os compromissos”.
“Além de assumir o compromisso do atual executivo, vamos pressionar o Governo para apostar ainda mais na Évora_2027. Todos que aqui estão têm de assumir compromisso dos 10 milhões de euros, e ir buscar mais 10 milhões se for necessário, para a CEC”.
O candidato da IL defendeu que a Câmara “tem de assumir integralmente” o compromisso de financiamento.
Algo que, para o candidato do Chega, Ruben Miguéis, é “fundamental”.
“Não vai ser fácil, mas dado que está prometido, vamos ter de arranjar soluções e certamente arranjaremos soluções”, disse.

