Candidaturas para representar Portugal na Bienal de Veneza passam a ser abertas e deixam de ser por convite
A apresentação de candidaturas para representar Portugal na Bienal de Veneza de arquitetura passa a ser aberta, e não apenas por convite, já a partir da edição do próximo ano, anunciou hoje o Ministério da Cultura.
Além da “alteração do modelo de seleção da representação oficial portuguesa”, “de forma a garantir uma participação ampla”, a tutela anunciou também, em comunicado, uma nova localização do Pavilhão de Portugal, que deixa assim de ser no Palazzo Franchetti, no Grande Canal de Veneza, para passar ao Fondaco Marcello, junto ao Grande Canal.
A 19.ª Exposição Internacional de Arquitetura – Bienal de Veneza acontece de 10 de maio a 23 de novembro de 2025.
O processo de seleção para a representação portuguesa “passa a incluir, na primeira fase, uma ‘chamada à manifestação de interesse’, permitindo a apresentação de candidaturas a todos os que desejem participar”.
“A participação é aberta a arquitetos e profissionais com ligações à área disciplinar da arquitetura”, lê-se no comunicado.
Na edição passada, tal como em anteriores, realizou-se um concurso limitado, no qual foram convidados a participar arquitetos e estúdios de arquitetura.
De acordo com o Ministério da Cultura, “as candidaturas podem ser individuais ou coletivas, podendo apenas ser apresentada uma candidatura por pessoa”.
Entre as candidaturas recebidas, serão selecionadas três, em função da “qualidade e consistência da proposta curatorial, da resposta ao tema lançado pelo curador geral da Bienal de Veneza 2025 [‘Intelligens. Natural. Artificial. Coletivo’], do curriculum vitae do/s candidato/s, e da apropriação do espaço do pavilhão”.
Essas três propostas serão escolhidas por um grupo “representativo de vários percursos e experiências profissionais no campo disciplinar da arquitetura: Ana Jara, Ana Vaz Milheiro, Diogo Passarinho, Inês Lobo e Luís Santiago Baptista”.
A segunda fase do concurso seguirá as regras estabelecidas para o modelo anterior de concurso limitado.
O projeto “Fertile Futures”, com curadoria de Andreia Garcia, da Architectural Affairs, representou Portugal na Bienal de Arquitetura de Veneza entre 20 de maio e 26 de novembro de 2023, sob o tema “O Laboratório do Futuro”.
Na próxima edição da Bienal de Arquitetura, e durante três anos, o pavilhão oficial e Portugal passa a estar instalado no Fondaco Marcello.
“Terminado o contrato de arrendamento com o anterior espaço, o Palazzo Franchetti, o Ministério da Cultura entendeu ser necessário encontrar um novo espaço que garantisse melhores condições expositivas”, refere a tutela, acrescentando que o novo, com uma área de 370 metros quadrados e com “dois espaços abertos e amplos num único piso térreo”, “tem uma localização central, junto ao Grande Canal”.
O Palazzo Franchetti acolhe até ao final de novembro o Pavilhão de Portugal na 60.ª Bienal de Arte de Veneza, onde é mostrado o projeto “Greenhouse”, das curadoras e artistas Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala,
A data de abertura do concurso para o representante de Portugal na Bienal de Arquitetura e a respetiva dotação orçamental não foram divulgadas.
O concurso para Representação Oficial Portuguesa na exposição de Arquitetura – Bienal de Veneza 2025 é um dos oito concursos do Programa de Apoio a Projetos previstos na declaração anual da DGArtes para 2024, divulgada em 28 de março ainda sob gestão do Governo anterior.
Os montantes e prazos limites de abertura daqueles oito concursos serão definidos pelo novo Governo, que tomou posse em 02 de abril.
Ao dia de hoje, esses prazos e montantes ainda não foram revelados.