Casa de Saddam Hussein vai virar museu
Este Outono, a população do Iraque terá mais um espaço onde apreciar arte e artefactos, e a sua localização é algo de peculiar: trata-se do palácio de Saddam Hussein em Basra. Espera-se que a nova identidade do presidente iraquiano executado em 2008 seja mostrada ao público ainda em setembro deste ano. Será assim o primeiro museu a abrir naquele país desde 2003, ano que marcou a ocupação do país por parte de forças armadas norte americanas, sob o aval de George W. Bush.
O homem que lutou para fazer este projeto acontecer foi Qahtan al-Abeed, diretor do Iraq’s State Board of Antiquities and Heritage for Basra, que cobiçava a mansão desde 2008, ano da morte do ditador e da saída do território das tropas britânicas, que usavam o espaço como ponto estratégico de combate. Durante os dois anos que se seguiram, os esforços de al-Abeed foram contínuos e ultimamente compensaram, pois em 2010 o governo cedeu à sua organização a utilização do palácio.
3 dos 3,5 milhões de dólares necessários para a remodelação do espaço também foram oferecidos pelo governo iraquiano, e os restantes 500 mil vieram de uma organização de caridade britânica que angariou fundos através de doações de companhias de petróleo. O British Museum também não quis deixar de fazer parte desta história e ofereceu ajuda na curadoria do museu sem nenhum custo adicional.
Apesar de o palácio se encontrar parcialmente destruído, tanto pelas guerras iraquianas como pela passagem pelo país do ISIS, al-Abeed acredita que o projeto será um sucesso, e que será apenas o início de uma transformação em toda a região de Basra, a segunda maior cidade do Iraque: «queremos construir um espaço moderno, um museu muito moderno que faça mais do que mostrar objetos. Queremos trazer pessoas aqui para todos os tipos de atividades, incluindo cursos de treino em várias formas de arte, atividades culturais e até encontros com profissionais das artes».
«Queremos fazer deste espaço um património, uma área com hotéis e restaurantes e um museu, mas ao mesmo tempo queremos ter a certeza de que as pessoas continuam a viver aqui» disse al-Abeed à National Geographic. «Queremos transformas Basra numa espécie de Granada, em Espanha, mas este é um projeto para 15-20 anos». finalizou. A área de Basra está neste momento listada como candidata ao título de património da humanidade, e vive agora uma nova vida fruto da estabilidade política e uma indústria do petróleo bastante prolífera, para além de ser o berço de um dos sítios no mundo com mais valor arqueológico do mundo, sendo uma das maiores e menos exploradas localizações onde existem artefactos antigos.