“Cidades Invisíveis”. Teatro radiofónico que se baseia na grande obra de Italo Calvino estreia em Maio

por Comunidade Cultura e Arte,    7 Abril, 2022
“Cidades Invisíveis”. Teatro radiofónico que se baseia na grande obra de Italo Calvino estreia em Maio
Azulejo criado por Silvia Sá-Dantas
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O teatro sonoro radiofónico “Cidades Invisíveis” é uma viagem partilhada, através de cidades, vidas, sons e culturas imaginadas, baseada na obra “As Cidades Invisíveis” de Italo Calvino. Um projeto de António Sá-Dantas, com o selo de qualidade da Antena 2 e um distinto e variado elenco que conta com as vozes de Clara Andermatt, Cleo Diára, Fernando Luís, Francisco Arraiol, Igor Regalla, Isabel Zuaa, Juelce Beija Flor, Luísa Cruz, Mariana Pacheco de Medeiros, Nádia Yracema e Venâncio Calisto.

“Cidades Invisíveis” será transmitido ao longo de dois meses, numa produção absolutamente inédita que convida o ouvinte a entrar numa viagem imersiva pelas cidades imaginadas por Italo Calvino, e que ganha vida sob a direção artística e musical do compositor António Sá-Dantas.

O programa será transmitido a partir do dia 2 de maio e até ao dia 27 de junho, às 19h e em exclusivo na Antena 2, ficando disponível na RTP Play até final de julho. Cada um dos 9 episódios, é uma conversa entre Marco Polo e o imperador Kublai Kahn, na qual o primeiro descreve as cidades do império que ficou a conhecer nas suas viagens: os seus ciclos vitais, as suas pessoas, a personalidade e as relações que cada uma tem com ideias para além delas. “Há cidades que vivem da memória, do desejo, ou dos nomes que lhe são dadas. Kublai tem poder absoluto sobre o seu vasto império, mas vive fechado entre as muralhas do seu palácio sem conhecer a vida para além delas, enquanto Marco é o viajante rico em experiência, cujo mais valioso atributo é a sua imaginação. Muitas vezes, estas duas figuras podem ser vistas como dois lados de uma mesma pessoa, e nesta adaptação, vão mudando de voz, género, idade, sotaque sendo interpretadas à vez por todas as atrizes e atores neste projeto.”, pode ler-se num comunicado.

Dando uma nova vida à obra original, António Sá-Dantas explora com os atores e atrizes várias sonoridades existentes dentro da língua portuguesa, resultando numa plataforma de promoção dos diferentes sotaques do Português de todo o mundo, sempre numa perspectiva integracionista e de combate ao estereótipo. Em conjunto com o elenco, desenvolveram-se abordagens em que se celebra o sotaque do Português de Portugal central, da Madeira, dos Açores, da Guiné-Bissau, de Angola, de São Tomé e Príncipe, do Brasil e de Moçambique, todos em pé de igualdade.

Para além das distintas vozes, cada cidade terá o seu ambiente musical muito específico. A música é constituída por sons do dia-a-dia, recompostos e interligados de modo fantasioso, criando um ambiente musical único para cada cidade. A teia musical será cheia de associações aos sons da rua e de casa; com excertos de gravações antigas de música; e também a instrumentos como o violino, interpretado por Inês Delgado a voz soprano de Lara Martins, a trompa, tocada por Danae Eggen e o som da guitarra portuguesa por Hugo Vasco Reis, assim como violino, harmónica e voz de contratenor do próprio António Sá-Dantas.

Em 2016, numa colaboração com a rádio austríaca Ö1, António-Sá-Dantas produz e compõe o seu primeiro teatro musical radiofónico, baseado no texto “Dobrar uma Andorinha”, de Margret Kreidl. Após o sucesso do conceito, foi desafiado pela Antena 2 a produzir uma versão portuguesa do monólogo, que estreou em outubro de 2018 com a voz inconfundível da atriz Rita Blanco. “A parceria entre a estação de rádio nacional e o compositor ganhou forma desde então, materializando-se agora neste ambicioso projeto, que vê a obra-prima de Italo Calvino recontada numa dramatização sonora chamativa e inspiradora, interpretada por um elenco único e altamente diversificado do ponto de vista étnico e artístico.”, lê-se ainda no mesmo comunicado.

“Após esta longa experiência de confinamento, apercebemo-nos do valor da viagem através da imaginação, do contacto com pessoas que nos são próximas, mesmo à distância. A viagem é o diálogo, entre amigos ou desconhecidos, a troca de experiências contadas, ouvidas e vividas com outros. Aqui, através de um mundo de vozes diferentes, que são ao mesmo tempo sempre a mesma pessoa, fomentando igualdade, acessibilidade, diversidade, partilha e imaginação.”, lê-se ainda no mesmo texto.

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