Cinco filmes e uma série para ver nos próximos dias na RTP2
Ao longo dos anos a RTP tem-nos habituado a uma excelente curadoria no que toca a filmes e séries. E, sendo assim, para darmos o devido destaque, que é tão merecido, fizemos uma selecção de cinco filmes e uma série que vão ser exibidos na RTP2 nos próximos dias. Optámos por não anexar os horários de cada filme, uma vez que podem sofrer alterações. No entanto, colocámos um link embebido na data de estreia para confirmarem, caso o queiram fazer. É de relembrar ainda que alguns dos filmes/séries depois passam a estar disponíveis, por tempo determinado, na RTP Play.
A série “O Tempo dos Operários”, da autoria de Stan Neumann, e que tem quatro episódios, começa a ser exibida a 29 de Abril, na RTP2. Por meio de revoluções, guerras e progresso social, a classe trabalhadora desempenha há mais de 300 anos um papel essencial na história dos países europeus.
“A History of the European Working Class” (2020), série documental de 4 episódios, recorda o que as nossas sociedades devem aos movimentos operários e às suas lutas. A história começa no século XVIII. Mas a luta continua até hoje. As instituições e os valores das democracias em que vivemos derivam em grande parte das reivindicações mais antigas da classe trabalhadora: sendo o sufrágio universal ou a solidariedade social alguns dos melhores exemplos. A nossa cultura, a maneira como nos vestimos, a música que ouvimos, os filmes a que assistimos e os próprios meios de comunicação social, dependem muito da cultura popular dos trabalhadores de outrora.
Finalmente, em toda a Ásia, África e América Latina, milhões de mulheres e homens vivem agora experiências semelhantes às da classe trabalhadora europeia dos séculos XVIII e XIX. Através de testemunhos e fotografias contemporâneos, fluindo constantemente entre a história e situações atuais, religamos os fios da memória de ontem e de hoje.
O filme “Joan Miró – O Fogo Interior”, realizado por Albert Solé, será exibido a 3 de Maio, na RTP2. O documentário aborda as facetas menos conhecidas do pintor espanhol, figura icónica do mundo da Arte.
Trinta anos após a sua morte, Joan Miró (1893-1983) tornou-se uma figura icónica do mundo da Arte. Quanto mais o tempo passa, mais a sua arte se torna universal, transcendendo fronteiras e géneros. As suas obras vivem para além dos museus, nos muros de prestigiadas instituições, e a sua influência estende-se ao design, à arquitetura, e é visível nos locais mais inesperados.
Graças ao testemunho de Joan Punyet Miró, neto e administrador das fundações Miró, de arquivos inéditos, do acesso privilegiado ao seu estúdio e ao seu trabalho, vamos descobrir as facetas menos conhecidas do pintor, que “de dia podia ser um tesouro e de noite podia ser um monstro”. O Miró provocador mas também o Miró sensível ao sofrimento dos compatriotas. O legado de um grande artista, que hoje em dia recai sobre os ombros de um único descendente, e o destino trágico da maioria dos membros da sua família.
O filme “Bergman: Um Ano Uma Vida”, realizado por Jane Magnusson, será exibido a 4 de Maio, na RTP2. O documentário com assinatura da jornalista sueca centra-se no ano de 1957, um dos mais produtivos da vida de Ingmar Bergman.
Em meados do século XX, durante um período de seis anos, algo insuperável acontece. Um sueco, esguio, perto dos quarenta anos de idade, vive um período de produção cinematográfica sem precedentes. Entre 1957 e 1963 Ingmar Bergman (1918-2007) realizou alguns dos maiores clássicos da história do cinema, produziu peças para teatro e rádio, e realizou seis filmes para televisão. No panorama contemporâneo o realizador sueco continua a ser inigualável.
O documentário da jornalista sueca Jane Magnusson centra-se no ano de 1957, um dos mais produtivos da vida de Ingmar Bergman, em que estreia dois dos seus mais aclamados e célebres filmes, “O Sétimo Selo” e “Morangos Silvestres”.
O filme “Maria Helena Mendes Pinto – Uma Vida nas Artes Decorativas em Portugal” será exibido a 6 de Maio, na RTP2. O documentário de Paulo Seabra retrata a vida profissional de Maria Helena Mendes Pinto, uma referência no mundo dos museus e da cultura
Após acabar o Curso de Artes Decorativas da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, em Lisboa, Maria Helena Mendes Pinto iniciou a sua colaboração com o Museu Nacional de Arte Antiga, em 1959, como conservadora adjunta. Em 1975 passa a integrar o quadro do museu, sempre dedicada às coleções de Mobiliário e Artes da Expansão. Durante mais de 30 anos trabalhou no estudo e organização destas coleções, conferindo-lhes um estatuto de primeira linha, de que até então, não usufruíam. Deste labor nasceram as respetivas exposições permanentes e as obras de referência: Os Móveis e o seu Tempo – Mobiliário Português do Museu Nacional de Arte Antiga Séculos XV – XIX e Biombos Namban.
Maria Helena Mendes Pinto comissariou numerosas exposições em Portugal e no estrangeiro, entre as quais sobressaem, no contexto da XVII Exposição do Conselho da Europa, o núcleo do Mosteiro dos Jerónimos e no Festival Europália 91, as exposições Via Orientalis e De Goa a Lisboa.
Por iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, que em 2003 a homenageou, e com o apoio do Estado Português, coordenou a criação de museus na Índia, designadamente em Goa (Rachol) e em Cochim.
O filme “Franz Kafka – Um Escritor Entre Mundos” será exibido a 7 de Maio, na RTP2. O documentário conta a vida e obra de um dos escritores mais influentes do século XX.
Em vida, Franz Kafka (1883-1924) ordenou que o seu espólio de obras por publicar, cartas e escritos fossem queimados após a sua morte. Felizmente, o seu editor e amigo Max Brod não realizou esses desejos e deste modo salvou uma obra fundamental da literatura mundial. Mas quem foi realmente o Doutor em Direito e escritor Franz Kafka?
Neste documentário mostra-se o paralelo entre a vida de Kafka e os seus caricatos e angustiantes escritos. Vários textos são encenados de modo cinematográfico, tornando-os assim mais fáceis de entender.
O documentário de Herbert Kafka percorre várias etapas da vida de Kafka. Em Praga, obviamente, mas também em Viena e no Mar Báltico, onde terá encontrado o seu último amor, e procura aprofundar a razão por que nunca se terá sentido verdadeiramente preenchido ao lado de ninguém, embora tivesse tido vários casos inconsequentes. Apresentações de teatro e ópera, como “O Processo” no Festival de Salzburgo, completam o documentário, bem como investigações, no “Oxford Research Centre”, que se dedicam ao estudo de Kafka.
“No Coração da Escuridão” será exibido a 8 de Maio, na RTP2. Filme dramático sobre fé e moralidade, do cineasta Paul Schrader (“American Gigolo”, “Mishima”, “Adam Renascido” ou “Vingança ao Anoitecer”).
Ernest Toller (Ethan Hawke), um ex-capelão militar, de luto pela morte do filho que convencera a ingressar no exército, começa a questionar a sua fé em relação a Deus e à sociedade. Pastor de uma pequena localidade a norte de Nova Iorque, Toller é um homem atormentado por demónios pessoais e sentimentos de culpa pela morte do filho e também pelo divórcio que se seguiu. Mas os dilemas pessoais ganham uma nova dimensão quando é confrontado com as dúvidas de Mary (Amanda Seyfried), uma jovem a atravessar um momento difícil com o marido, um ambientalista radical. A jovem está grávida, mas o marido não quer ter a criança por considerar que o mundo não tem qualquer salvação ou futuro. Através deles, Toller descobre uma série de negócios obscuros entre a Igreja que representa e algumas empresas pouco escrupulosas da região. Ao perceber a sua impotência para resolver o caso, o reverendo começa a colocar em causa as suas mais profundas convicções. Será que Deus perdoa pelo que estamos a destruir?