Cinco jovens estudantes da Universidade do Porto organizam cimeira sobre geopolítica

por Comunidade Cultura e Arte,    2 Dezembro, 2024
Cinco jovens estudantes da Universidade do Porto organizam cimeira sobre geopolítica
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Cinco jovens estudantes da Universidade do Porto, em parceria com a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) e com o jornal ECO, como Media Partner, organizam cimeira sobre geopolítica no Porto, lembrando que o futuro do país depende dos mais jovens, sendo sua responsabilidade contribuir para o debate informado. A Cimeira conta com a presença de políticos, especialistas, jovens e decisores, com o objetivo de engrandecer o debate e garantir que ninguém é esquecido nesta discussão central para o desenvolvimento do tecido económico do país.

Pedro Passos Coelho, Augusto Santos Silva, Luís Filipe Menezes, José António Vieira da Silva, José Azeredo Lopes, Zita Seabra são alguns dos 14 oradores da cimeira organizada por este grupo de jovens sobre política internacional e os seus desafios.

Um mês depois das eleições americanas e no momento em que a nova Comissão Europeia toma posse, os estudantes defendem que os jovens devem fazer parte da discussão e devem contribuir para o debate público de ideias. Pretendem que a discussão sobre os desafios estratégicos da UE e das suas relações com os EUA e a China não sejam levados de ânimo leve.

A acontecer dia 4 de dezembro, começará às 14 horas e tem término previsto às 19h. A sessão será aberta pelo ex-Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, numa sessão fechada à Comunicação Social, que discursará sobre os desafios do projeto europeu e sobre os paralelismos ou diferenças entre a reação dos líderes europeus à crise das dívidas soberanas e à do Covid-19. O encerramento fica a cargo do Secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira. No entretanto, estarão presentes figuras como Augusto Santos Silva, José António Vieira da Silva, Zita Seabra ou Luís Filipe Menezes. Os painéis e os horários seguem no gráfico seguinte:

● Discursos Iniciais | Óscar Afonso e José Paulo Soares | 14h00 – 14h10
● Sessão de Abertura | Pedro Passos Coelho | 14h10 – 14h45
● China e Sudeste Asiático: Economias Emergentes, Potências do Futuro | Helena Ferro
Gouveia; Pedro Ponte e Sousa; José Azeredo Lopes e André Azevedo Alves | Moderação de
Rui Henrique Alves | 14h45 – 15h45
● EUA: As consequências do Novo Mundo | José António Vieira da Silva; João Maria Jonet;
Zita Seabra e Luís Filipe Menezes | Moderação de Vasco Granja | 16h00 – 17h00
● Europa: Oportunidades e Desafios | João Diogo Barbosa; Catarina Caria; André Coelho
Lima e Augusto Santos Silva | Moderação de António Costa | 17h30 – 18h30
● Sessão de Encerramento | Secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira | 18h30 –
19h00

Em comunicado, os organizadores não aceitam que, num mundo em constante transformação, num contexto tão decisivo para o futuro das relações internacionais, os jovens e o debate qualificado sobre geopolítica continuem a ser relegados para segundo plano na agenda político-partidária interna. Como enfrentar a redefinição do papel dos Estados Unidos no cenário global após a eleição de Donald Trump? Que desafios se colocam ao projeto europeu num contexto de fragmentação interna e competição externa? Qual o impacto da ascensão da China na ordem geoeconómica e militar? Conseguirá a China tornar-se rica antes de envelhecida? Estas são algumas das questões que os jovens e especialistas presentes pretendem ver discutidas.

Depois de uma pandemia que trouxe mudanças profundas na ordem global e num momento em que as crises energética, climática e migratória expõem fragilidades nas estruturas internacionais, é imperativo refletir sobre o futuro da cooperação e da governança global. Quando uma sociedade não compreende as implicações das dinâmicas de poder na geopolítica contemporânea e quando a ausência de uma educação consistente em relações internacionais limita a participação cívica informada, este debate torna-se crucial.

Segundo estudos recentes, as desigualdades entre os países continuam a perpetuar barreiras ao progresso global. Já este ano, o Banco Mundial alertou que os países menos desenvolvidos estão a divergir do grupo das economias mais ricas pela primeira vez neste século, agravando as tensões sociais e políticas. Um relatório do Instituto Económico Alemão afirma que, num cenário em que tanto a UE como os EUA impõem tarifas sobre as importações de 20% um ao outro, pode resultar na UE-27 a registar uma perda do PIB de cerca de 1,3%. Por outro lado, é ainda evidente que a Europa enfrenta uma crise de identidade que, em última instância, coloca em causa o seu papel como ator global. Os estudantes afirmam que: “Esta cimeira foi desenhada a pensar, principalmente, naqueles que, por diversas razões, não têm acesso à formação em questões geopolíticas. Muitos jovens sentem-se alheados da compreensão de processos decisivos para o seu futuro, e isso dever-nos-ia preocupar enquanto cidadãos globais.

O grupo de jovens organizadores questiona ainda: quantos sabem que no 4º trimestre de 2023, a BYD já vendeu mais que Tesla e os analistas preveem que a BYD a ultrapasse em vendas já no fim de 2024? Que, em 2100, se projeta que das 10 maiores cidades do mundo, 5 sejam em África e 5 na Ásia e a primeira europeia esteja fora do top 50? Ou que o valor investido na Europa em Defesa cresceu mais de 60% desde 2014, já sendo, hoje, superior ao do fim da Guerra Fria? Acreditam que o futuro das gerações vindouras depende da capacidade de compreender e agir perante os desafios geopolíticos que moldam o presente.

Os organizadores afirmam ainda que: “Não podemos esquecer que o comércio internacional e as relações entre as nações impactam diretamente as nossas vidas nas mais variadas formas. Não precisamos de imaginar situações extremas como guerras para concluir que o equilíbrio na ordem global influencia os nossos padrões de consumo e até mesmo o nosso custo de vida.

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