Cineteatro Capitólio reabre portas e anuncia primeiras propostas de programação para 2018

por Comunidade Cultura e Arte,    21 Fevereiro, 2018
Cineteatro Capitólio reabre portas e anuncia primeiras propostas de programação para 2018
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Reabriram-se as portas do Cineteatro Capitólio, 30 anos após o seu encerramento, tendo sido revelada esta manhã, em conferência de imprensa, a agenda dos eventos confirmados até ao momento para o ano de 2018 (que pode ser consultada abaixo). O renovado Cineteatro Capitólio – Teatro Raul Solnado, agora sob a direcção da Sons em Trânsito, apresentou as suas primeiras propostas programáticas e, em simultâneo, vários espectáculos de diversos agentes culturais do país.

Vasco Sacramento, director da Sons em Trânsito, começou por salientar esta manhã a enorme responsabilidade e alegria que é para a Sons em Trânsito ter a concessão do Cineteatro Capitólio durante os próximos 5 anos, tendo como objectivo criar uma identidade e assinatura para a sala, democrática e aberta a todos. Salientou que esta “é uma sala que nos abre várias possibilidades, com lotações em pé, sentadas e outras configurações, preenchendo uma lacuna que Lisboa tinha em espectáculos de média dimensão, de que muitas cidades cosmopolitas dispõem e que a nossa capital oferece, a partir de agora”.

Acrescentou ainda, sobre o posicionamento da sala: “Queremos ser complementares e não concorrenciais, criar programação em rede, em articulação com o resto da cidade e do país; desenvolver uma oferta de serviço educativo, que atraia novos públicos, nomeadamente o infanto-juvenil; e estimular o pensamento, com tertúlias e conversas a decorrerem no terraço. O Capitólio quer assinalar os grandes acontecimentos da cidade de Lisboa, como a Eurovisão, os Santos Populares ou a Web Summit.

Catarina Vaz Pinto, vereadora da cultura da Câmara Municipal de Lisboa, realçou esta manhã, na sua intervenção na conferência de imprensa: “A Sons Em Trânsito destacou-se desde logo no concurso público para a gestão da sala, com uma proposta de programação pluridisciplinar, que se relaciona com a cidade de Lisboa e preenche lacunas na oferta cultural da cidade. Lisboa é um ecossistema cultural e a Câmara Municipal promove concursos para entidades privadas gerirem e programarem espaços onde se possa criar, numa dinâmica de complementaridade, mais oferta, com maior diversidade cultural. Aguardo com expectativa a resolução de todos estes projectos no Capitólio.

Elisa Rodrigues, uma das grandes revelações do jazz nos últimos anos, que tocou em alguns dos mais prestigiados palcos do mundo, como o Hollywood Bowl ou o Barbican Centre, encerrou a conferência com um showcase onde estreou dois temas do seu primeiro álbum em nome próprio, a editar na primavera, e que será apresentado ao vivo nesta sala.

O Cineteatro Capitólio – Teatro Raul Solnado constitui um marco fundamental na história da cidade de Lisboa e do país, tendo protagonizado, ao longo das décadas de 30 a 80 do século XX, um papel crucial na produção artística nacional e nas práticas culturais da cidade e da região de Lisboa, acolhendo uma geração de artistas que marcam a história da nação, como Raul Solnado, agora patrono do cineteatro, José Viana, Beatriz Costa, Ivone Silva, Henriqueta Maia, entre muitos outros. A história do Parque Mayer e do Capitólio são, assim, indissociáveis do percurso político, social e intelectual de Portugal.

Para além do papel que desempenhou na história da cidade e do país, o Cineteatro Capitólio – Teatro Raul Solnado é, também, reconhecido internacionalmente pela sua relevância arquitectónica, assumindo-se como símbolo da arquitectura modernista na cidade de Lisboa e sendo classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1983.

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