CLOSE-UP: Observatório de Cinema de Famalicão abre a 12 de Outubro com cine-concerto de Surma
CLOSE-UP apresenta mais de 30 sessões de cinema, entre Memórias do Futuro, a homenagem a William Friedkin, a “Fantasia Lusitana” de João Pedro Rodrigues & João Rui Guerra da Mata e a excentricidade de Quentin Dupieux.
Memórias do Futuro é o mote do 9.º CLOSE-UP, o Observatório de Cinema da Casa das Artes de Famalicão. De 12 a 19 de Outubro, uma programação com mais de 30 sessões de cinema vai proporcionar o diálogo com o público através das sessões comentadas e do cruzamento de géneros artísticos, um traço fundamental da festa do cinema de Famalicão.
A secção Paisagens Temáticas dedica-se a explorar as Memórias de Futuro, as ideias de futuro presentes no cinema ao longo de várias gerações, através de percursos e narrativas singulares pontuados por personagens com um olhar para o futuro em vidas passadas, num diálogo com as imagens que se define como um eterno retorno.
Serão exibidos Saint Omer, de Alice Diop (comentado por Alda Rodrigues, tradutora, e Alexandre Andrade, escritor e professor universitário), Leão de Prata e o prémio Luigi de Laurentiis da 79.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, o documentário Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz (comentado por João Antunes, crítico e programador de cinema), A Sala de Professores de Ilker Çatak, filme nomeado para o Óscar de Melhor Filme Internacional, Futura, ou o que está por vir, de Alice Rohrwacher, Francesco Munzi e Pietro Marcello (comentado por Carlos Natálio, crítico e professor universitário), que revisita Pasolini, Videodrome de David Cronenberg, Bom Dia, de Yasujirô Ozu e Vidas Passadas, de Celine Song, estreado no festival Sundance e esteve nomeada para os Óscares de Melhor Filme e Argumento Original.
Para além das viagens de ida e volta no tempo, CLOSE-UP revisita, em 2024, na secção As Histórias do Cinema, o realizador recém desaparecido William Friedkin. Em tom de homenagem, serão exibidas quatro obras maiores do cineasta, consideradas também como as maiores obras do cinema norte-americano da década de 1970, respetivamente Os Incorruptíveis contra a droga (comentado por Edgar Medina, argumentista e produtor, O Comboio do Medo (comentado por João Palhares (programador de cinema), O Exorcista na versão director’s cut, e por fim A Caça (comentado por Susana Bessa e Luís Mendonça (críticos de cinema). Em diálogo com esta programação, será inaugurada a exposição Imagens da Nova Hollywood, numa parceria reiterada com o Museu de Cinema de Melgaço e o espólio deixado por Jean-Loup Passek.
A secção Fantasia Lusitana foi este ano entregue à dupla João Pedro Rodrigues & João Rui Guerra da Mata, que partem do seu mais recente filme, Onde Fica Esta Rua? Ou Sem Antes Nem Depois, para criaŕ um mapa de relações entre o seu trabalho e o movimento iniciado pelo cinema novo do cinema português, com o filme Verdes Anos de Paulo Rocha no centro. Nesta teia serão não só exibidos os dois filmes já mencionados como também Dina e Django (1981) de Solveig Nordlund, filme sobre um país que se libertava da ditadura e uma relação amorosa que se agitava como uma rima com o verso de Sérgio Godinho: a sede de uma espera só se estanca na torrente, e As Ruínas no Interior (1976) de José Sá Caetano, que explora o verão de uma família burguesa nas vizinhanças de uma comunidade piscatória, num país ambientado na paz podre de uma ditadura sobressaltado por sintomas da guerra.
Há também Isto não é um filme?, a secção dedicada a apresentar obras que desafiam as margens do território do cinema, que este ano apresenta Daaaaaali! e Yannick, as duas últimas longas metragens estreadas em Portugal do excêntrico realizador, argumentista, montador e diretor de fotografia, Quentin Dupieux.
Os quatro café-concertos da secção Café Kiarostami pontuam o Observatório de Cinema da Casa das Artes de Famalicão com incursões na música e na literatura, sempre com um cruzamento com o cinema. Este ano os cafés-concertos contam com músicas do mundo e do ativismo político apresentadas por Daniela Tomaz e Vítor Ribeiro, Diários e Cadernos de Patricia Highsmith apresentados por Alda Rodrigues, em parceria com Alexandre Andrade, um debate sobre a circulação do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM) e um DJ set de Manuel Carvalho que encerra o CLOSE-UP.
A toda esta programação juntam-se ainda os cine-concertos previamente anunciados com Surma, Joana Gama & Luís Fernandes, Rui Horta & Micro Audio Waves e a Orquestra Costa Atlântico, que vão transformar “sessões de cinema” em verdadeiros espectáculos, assim como a programação para escolas e famílias que desafia os mais novos a descobrir novos olhares sobre o mundo e a vida através do cinema.
A programação dia a dia de CLOSE-UP está disponível em closeup.pt e casadasartes.org.
Conteúdo patrocinado por Wake Up!.