Cofina já não vai comprar a TVI
A Cofina informou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de que não conseguiu concluir com sucesso o aumento de capital, que era indispensável para poder efetuar a compra da Media Capital. O negócio está abortado.
No comunicado enviado ao regulador, a empresa dá conta de que o número de ações subscritas não atingiu o total de ações objeto da oferta pública, o que inviabiliza a concretização do negócio, que neste momento já tinha sido aprovado por todas as instâncias regulatórias.
A oferta abrangia um total de 188.888.889 ações, e não tendo sido alcançado este número, a Cofina desiste de fazer “o lançamento de uma oferta particular para colocação das ações sobrantes, cuja possibilidade se encontrava prevista no prospeto da oferta pública de subscrição“, argumentando que não estavam reunidas as condições para tal dada a “recente e significativa deterioração das condições de mercado“.
Desta forma, e não tendo sido conseguida a subscrição integral do aumento de capital da holding detentora do Correio da Manhã e Record, entre outras marcas, esta oferta pública fica sem efeito e o montante entregue pelos investidores será agora devolvido.
O sucesso desta oferta pública era a “última condição suspensiva” para ser consolidado o fecho da operação de aquisição à Prisa dos 100% do capital social e direitos de voto da Vertix, a detentora de 94,69% das ações da Media Capital, dona da TVI, Rádio Comercial e IOL.
Este negócio, que causou controvérsia, acaba cancelado. A Quatro permanece nas mãos dos espanhóis da Prisa que, pela segunda vez, falham na intenção de alienar os ativos que detêm em Portugal. O primeiro revés aconteceu no negócio com a Altice, que acabou chumbado pela Autoridade da Concorrência, o segundo surge agora, com a Cofina a não conseguir reunir o capital necessário para concluir a operação.
Este artigo foi originalmente publicado em Espalha Factos.