“Contágio”, de Steven Soderbergh, é exibido na televisão portuguesa
O filme conta a história do aparecimento de um vírus altamente contagioso, partilhando traços da nossa realidade.
Contágio, o thriller de 2011, vai ser exibido pela SIC este fim de semana. Numa altura em que a procura por filmes sobre catástrofes tem sido cada vez maior dada a situação de pandemia que vivemos, o filme de Steven Soderbergh tem também ganho popularidade. A transmissão do especial “Grande Cinema” do canal 3 acontece este domingo (10), às 17h30.
Já estava disponível nos videoclubes de várias operadoras e noutras plataformas, mas agora a produção chega também à televisão aberta portuguesa. É na SIC que vais poder ver este filme americano com um elenco de estrelas.
Contágio é um triste espelho da realidade atual, pois retrata a história de um vírus altamente contagioso e perigoso, com origem na China, que se começa a propagar pelo mundo inteiro, causando o pânico geral e colocando a comunidade médica internacional numa corrida contra o tempo para encontrar uma cura.
O filme é realizado pelo conhecido Steven Soderbergh e, apesar de ter estreado em 2011, viu os números de procura na Europa e nos Estados Unidos dispararem recentemente, uma vez que este conta uma história bastante semelhante à atual realidade da Covid-19. O filme é assustadoramente fiel na exposição de cenários, como as prateleiras vazias de supermercados e a tensão social que causa lentamente uma fratura na sociedade.
O paralelo com a pandemia atual é impossível de ignorar: no filme, o novo vírus, que tem origem num morcego infetado, mata milhões de pessoas que estavam com sintomas de gripe. Tudo começa quando Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow), a chamada paciente zero, morre pouco depois de ter regressado de uma viagem de negócios a Hong Kong. Esta havia sido contagiada pelo chefe de cozinha de um restaurante que, ao cumprimentá-la, lhe transmite o vírus, transportado pelas suas mãos, depois de tocar num pequeno leitão também já contagiado pelo morcego.
O vírus do filme não tem qualquer vacina que o possa impedir de se espalhar, e transmite-se facilmente através do toque. Um contacto com uma pessoa infetada pode causar a transmissão a várias pessoas, e o vírus é altamente letal. Questiona-se ainda se este vírus pode ou não estar a ser usado como uma arma.
O distanciamento social e a desinformação retratada no filme tem igualmente semelhanças com o nosso quotidiano. Contágio tem sido apontado, ao longo das últimas semanas, como o filme de catástrofes mais realista, dado que, na altura da sua produção, foram chamados dezenas de médicos e cientistas para tornar a história o mais verídica possível. Nele, além da desordem descontrolada da população, do clima de tensão entre as personagens e do cenário catastrófico, é ainda possível perceber como o governo e os profissionais de saúde tentam conter a pandemia, descobrir a cura e estudar todos os pormenores sobre o vírus ainda desconhecido.
O elenco é recheado de estrelas, contando com nomes sonantes como Matt Damon, Kate Winslet, Jude Law, Marion Cotillard, Gwyneth Paltrow, Bryan Cranston eLawrence Fishburne e é um caso em que o entretenimento se mistura com a nossa realidade. O argumento foi escrito por Scott Z. Burns (The Laundromat, Side Effects).
De salientar ainda que, tendo previsto, há dez anos. quase de forma integral, a chegada deste coronavírus, Steven Soderbergh foi recentemente eleito para liderar um comité americano formado pelo Directors Guild of America (DGA). O objetivo é explicar como é que os realizadores devem retomar as produções dos seus filmes em segurança quando a pandemia estiver controlada.
Artigo escrito por Diogo Silva e originalmente publicado em Espalha Factos.