Criadores de “Stranger Things” adaptam livro do criador de “The End of the F***ing World”

por Espalha-Factos,    23 Fevereiro, 2020
Criadores de “Stranger Things” adaptam livro do criador de “The End of the F***ing World”
I Am Not Okay With This
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Se os anos 80 estavam de regresso a tudo o que é ficção, agora a febre continua a aumentar. Para os fãs de Stranger Things, a Netflix estreia na próxima quarta-feira (26) I Am Not Okay With This, uma nova comédia negra que promete trazer a nostalgia de volta ao ecrã.

A fórmula juvenil e sobrenatural parece querer vingar entre as produções do serviço de streaming. A nova série chega pela mão dos criadores das aventuras de Eleven e companhia, mas não só. I Am Not Okay With This é uma adaptação da novela gráfica homónima de Charles Forsman, o criador de The End of the F***ing World.

Com inspirações em histórias que bem conhecemos, a série segue Sydney e Stanley (interpretados pelos protagonistas de ItSophia Lillis e Wyatt Oleff, respetivamente), dois jovens que enfrentam o inferno da escola secundária em Brownsville, um subúrbio de Pittsburgh, e de crescer nessa época.

Mas não só. Syd, como é conhecida pelos mais próximos, tem de lidar com a morte do seu pai, a descoberta da sua sexualidade com uma crush na melhor amiga que, na realidade, namora com um bully homofóbico. Como se não fosse o suficiente, tem de aprender a lidar com os poderes de telecinese que acabou de descobrir.

https://www.youtube.com/watch?v=LH-QuK7f_pk&feature=emb_title

O elenco da série inclui, ainda, Sofia BryantKathleen Rose PerkinsAidan Wojtak-Hissong e Richard Ellis. A produção executiva está a cargo de Shawn Levy, Dan Cohen e Josh Barry, de Stranger Things; ao lado de Jonathan Entwistle, produtor em The End of the F***ing World.

Uma história “menos macabra”

A colaboração entre Charles Forsman e Jonathan Entwistle não é novidade. O autor da novela gráfica que inspirou I Am Not Okay With This e o produtor já tinham colaborado na adaptação de End of the F***ing World para o Channel 4 e, posteriormente, para a Netflix. Ambos formam um duo criativo em que Forman transmite ideias inéditas a Entwistle, que traduz as obras do primeiro para o ecrã.

graphic novel original da nova produção é uma história obscura, que se foca nos pensamentos mais íntimos de Sydney. Na história, esta tenta compreender o luto, a perda, a solidão, a angústia e a sua sexualidade, inseridos num quadro em que tenta perceber as doenças mentais.

Os temas são adultos e lidam com questões como o suicídio e até mesmo assassinatos, mas Jonathan Entwistle já garantiu que a série será “menos macabra” e “mais expansiva do que a história que lhe deu origem.

Fotografia: Netflix/DR

Em entrevista ao Deciderdurante as gravações, no ano passado, o realizador referiu que “o que fizemos foi retirar as coisas que levam a personagem” aos pontos da história original “e expandir esse mundo”.

Para Entwistle, a ideia foi “tentar encontrar uma forma de retirar os elementos da jornada de alguém confuso com diferentes coisas na sua vida e tentar fazer uma série diferente“. É, no fundo, uma série de super-heróis feita de forma diferente.

Com uma estética de aspeto independente, com uma paleta de cores inspirada no local onde a história acontece, I Am Not Okay With This foi pensada para ser uma série com continuação. Para tal, vai ao fundo das questões abordadas na novela gráfica. Há uma “conspiração maior, debaixo da superfície“, cujas respostas “virão à luz em temporadas seguintes“.

Uma nova Stranger Things?

Pela história, a estética e os elementos que a rodeiam, a série já está inevitavelmente a ser comparada com outras produções conhecidas, tanto da Netflix como de outros meios. As inspirações em It ou Carrie são reforçadas, mas Jonathan Entwistle não se parece importar.

Na entrevista à referida publicação, o produtor-executivo diz “adorar” as comparações a Stranger Things. “Faço sempre piadas com a Sophia [Lillis] sobre o que vamos copiar de Stranger Things a seguir“, porque “vai sempre existir essa referência.”

Entwistle considera que “se tanto, faz [a série] destacar-se como uma espécie de versão foleira e indie de superpoderes“. “Adorava que esta fosse a irmã feia de Stranger Things. Seria brilhante, acrescenta.

Este artigo foi escrito por Tiago Serra Cunha e originalmente publicado em Espalha Factos.

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