Cristina Clara lança disco de estreia “Lua Adversa”, uma ponte entre Portugal e Brasil, entre o fado e o chorinho

por Comunidade Cultura e Arte,    10 Setembro, 2021
Cristina Clara lança disco de estreia “Lua Adversa”, uma ponte entre Portugal e Brasil, entre o fado e o chorinho
Cristina Clara / Fotografia de Daryan Dornelles
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Cristina Clara lança o seu disco de estreia “Lua Adversa”, um olhar fresco e criativo sobre as canções populares portuguesa e brasileira, inspirado na afinidade musical e poética que as une – já disponível em todas as plataformas digitais. Um álbum nascido entre luas favoráveis e adversas tornadas fados e chorinhos, com o apoio do Museu do Fado e distribuição digital da Sony Music Portugal.

Um trabalho contemporâneo, que reúne músicos brilhantes de diferentes origens, com raízes no jazz e na música tradicional. “Lua Adversa” é composto por doze canções. Cristina Clara assina a letra dos originais “Lua” e “Um dia hei-de inventar”, ambos compostos por Pedro Loch. A fadista Hermínia Silva é uma das suas grandes inspirações. Por esta razão Cristina dedica-lhe o “Novo Fado da Melancia” para o qual escreveu uma  letra original sobre a música de Raúl Ferrão, em jeito de homenagem. A produção é partilhada pela própria artista com Edu Miranda — virtuoso bandolinista e nome incontornável da música luso-brasileira — e com o exímio guitarrista e compositor Pedro Loch. Em “Lua Adversa” sente-se a sedução de Cristina pela poesia e estórias contidas na canção popular e o seu interesse sobretudo por promover o diálogo musical entre diferentes culturas como forma de expansão da sua própria linguagem.

O renomado fadista Marco Rodrigues, também ele um dos principais impulsionadores do inicio da caminhada de Cristina no fado, tendo sido desafiada por si para cantar no Café Luso no Bairro Alto, quando Cristina se mudou do Porto para Lisboa revela-nos que “A Cristina fez nascer um trabalho muito interessante, que junta o choro, a alma brasileira que canta a tristeza de uma forma quase feliz, ao fado que a canta da forma mais nostálgica que pode haver. Com a Cristina, o Flor Amorosa poderia perfeitamente ser cantado em Alfama, e um fado tradicional no Rio de Janeiro, porque são duas linguagens que domina e que fez questão de evoluir ao longo dos anos e que presenciei desde o seu início. É um disco muito interessante, que junta o talento da Cristina com músicos excepcionais e de enorme bom gosto e respeito pela música. Fiquei muito feliz  e fã quando ouvi este disco.”

Depois dos dois singles de avanço deste primeiro trabalho, “Lua” e “Flor Amorosa” Cristina Clara, apresenta o videoclipe do terceiro single, “Real e Abstrato”, também já disponível no canal de YouTube da artista. Este single é o tema mais dançante do disco, com um balanço que lembra a oscilação das marés, e onde é finalmente revelada a forte presença da sonoridade da guitarra portuguesa na narrativa. Tema composto por Tatiana Cobbett, bailarina, performer e cantautora brasileira, inspiradora pela sua criatividade e pelo seu forte carácter inconformado, características que a aproximaram de Cristina.

Cristina Clara nasceu em Vila Nova de Famalicão e durante vários anos dividiu o seu tempo  entre duas actividades que se alimentam e inspiram mutuamente. A viver em Lisboa, depois de concluir o curso de Enfermagem no Porto, muitas vezes adormeceu cantadeira em Alfama e acordou enfermeira no maior hospital do país. Cresceu entre as canções tradicionais que a mãe lhe cantava e as longas matinés a equilibrar uma moeda de dois e quinhentos no gira-discos da família. Cedo se revelou amante de poesia e das artes performativas. A sua versatilidade na vida e uma forma de estar permanentemente curiosa e atenta ao mundo que a rodeia sentem-se na sua música e é por isso impossível enquadrar Cristina Clara num estilo que não o seu próprio, agora compilado no seu primeiro LP.

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