Culturgest acolhe ciclo de filmes feitos por comunidades indígenas do Brasil
Cerca de uma dezena de filmes produzidos e realizados por comunidades indígenas do Brasil vão ser exibidos esta semana na Culturgest, em Lisboa, num ciclo intitulado “Câmera-Corpo”.
O ciclo, previsto para quinta e sexta-feira, mostrará filmes, entre curtas e longas-metragens, realizados por povos indígenas como os krahôs, os ianomâmis e os guaranis e que retratam modos de vida, rituais, a espiritualidade, a relação com a natureza e a defesa do território.
Entre as obras a apresentar está “Ketwajê” (2023), feito por um grupo de jovens cineastas krahô, Metuwajê – Guardiões da Cultura, com o Coletivo Beture, e que regista um ritual de iniciação de crianças e adolescentes que se tornam adultos guerreiros.
Outro dos filmes intitula-se “Coração da Terra” (2023), documentário de Alberto Alvares e José Cury no território Yvy Pyte, considerado sagrado para o povo guarani.
Este ciclo acontece associado ao premiado filme “A Flor do Buriti”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, sobre a luta da comunidade indígena krahô, no Brasil, e que está atualmente em sala nos cinemas portugueses.
“A Flor do Buriti” foi rodado com o povo krahô, na terra indígena Kraholândia, onde os dois realizadores já tinham feito “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”, em 2019.
Em 2023, o Festival de Cannes sublinhou que este filme, premiado na secção ‘Un Certain Regard’, presta um “extraordinário tributo à capacidade de resiliência daquele povo indígena e à luta pela liberdade”.
A mostra na Culturgest foi desenhada em parceria com o Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte, no Brasil.
João Salaviza e Renée Nader Messora estarão na sessão de sexta-feira do filme “Ketwajê” para uma conversa com o público.