Daniel Seabra é o criador selecionado para o apoio à criação nacional do festival LEME de Ílhavo
O LEME, festival de circo contemporâneo que acontece anualmente em Ílhavo e que aposta na criação artística, na reflexão e debate entre profissionais e na programação de projetos em sítios não convencionais, regressa em dezembro, de 5 a 8, em vários espaços da cidade.
O evento, organizado pelo 23 Milhas, projeto cultural do Município de Ílhavo, em parceria com a Bússola, que desenvolve projetos artísticos, apoia todos os anos uma nova criação, em estreia no festival e que recruta inspiração, materiais e outros contributos da região. No ano passado, a criadora Ana Jordão a encabeçar este apoio à criação nacional, arrastando os músicos ilhavenses André Imaginário e Vanessa Marques Oliveira que compuseram a banda sonora do espetáculo.
Em 2019, é Daniel Seabra o artista alvo deste apoio e desafio levando consigo para o território ilhavense uma equipa constituída pela artista e investigadora Maria Trabulo e pelo músico Miguel De, numa residência artística que já arrancou esta semana, na Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré, numa criação que parte das matérias-primas e dos produtos industriais de empresas de Ílhavo. As mangueiras da Heliflex são o ponto de partida desta criação e um símbolo da relação do festival com o território.
HOSE é a designação provisória de uma peça performativa em que existe uma fronteira muito ténue entre o movimento contemporâneo e a técnica circense e em que surge um desafio criativo a partir de um material do quotidiano. Falamos de mangueiras, estas cedidas pela empresa ilhavense Heliflex, fabricante de soluções integradas de tubos e mangueiras, que serão cenário, objeto e meio na criação de Daniel Seabra. A ideia é que aquilo que parecem, à partida, simples e rudes tubos industriais, se transformem em ambiente ou aparelhos disruptivos que acolhem a arte circense em busca de uma linguagem transgressiva, intimista e futurista. Ao espetáculo, irá aliar-se a banda sonora do músico ovarense Miguel De.
Daniel Seabra é natural do Porto e trabalha, essencialmente, em acrobacia aérea. Trabalha como aerealista para a Royal Circus, a Cirque Pinder (2014), entre outros. Colabora também com companhias como La Fura del Baus, Companhia da Esquina, Teatro Experimental do Porto, Teatro Cão Solteiro, Chapitô, entre outras.
A criação de Daniel Seabra será apresentada durante o LEME e a sua evolução pode ser acompanhada nas redes sociais do festival.
DR
