Doclisboa 2018 em antecipação na Cinemateca
A Cinemateca Portuguesa recebe novamente a antecipação do Doclisboa, dia 27 de Julho às 22h30, numa sessão ao ar livre onde serão apresentados a retrospectiva de autor e o foco que integram a edição deste ano, e exibidos dois filmes que farão parte da programação do festival.
Retrospectiva – Luis Ospina
“Aquilo que mais me interessa é investigar o próprio documentário, questionar os mecanismos que o cinema – e particularmente o documentário – tem para transmitir verdades ou mentiras.” Luis Ospina
O Doclisboa 2018 dedica a sua retrospectiva de autor ao realizador Luis Ospina, um dos nomes mais importantes do cinema colombiano. Uma forte paixão pelo cinema e um olhar humorístico em relação à história do seu país fazem dele uma figura maior da cinematografia latino-americana. Esta é a primeira retrospectiva integral dedicada ao cineasta na Europa, e contará com a estreia mundial do seu filme mais recente, a curta-metragem Selfish (2018). Neste programa, vários filmes serão exibidos em cópias restauradas. Esta retrospectiva será complementada por uma carta branca que incluirá surpresas e descobertas.
A antecipar a retrospectiva, será exibido o filme The Vampires of Poverty (1978). Este é um falso documentário centrado numa equipa de filmagens ao serviço da televisão alemã que produz um filme sobre a miséria na América-Latina. O modo pouco ético como esta se aproxima da pobreza, explorando-a com fins comerciais está na base de The Vampires of Poverty, que é uma crítica contundente ao oportunismo de cineastas que exploram a miséria dos outros.
Foco – Navegar o Eufrades, Viajar no Tempo no Mundo
A sessão na Cinemateca continuará com A Flood in B’ath Country (2003), de Omar Amiralay, que servirá para antecipar a foco “Navegar o Eufrates, Viajar no Tempo do Mundo”. O Doclisboa 2018 propõe-se a contar a complexidade desta área, devastada por múltiplas guerras nos últimos 20 anos, e fá-lo através de filmes realizados antes das guerras contemporâneas. Filmes capazes de compor a variedade e a multiplicidade destes territórios desde a Arménia, à Turquia, ao Curdistão, à Síria, ao Iraque e capazes de trazer-nos de volta a diversidade de linguagens cinematográficas.
A Flood in B’ath Country fecha uma trilogia iniciada em 1970. O documentário acompanha os efeitos devastadores resultantes do colapso da Barragem de Zayzun, em que morreram dezenas de pessoas e milhares de vidas foram arruinadas. Esta catástrofe surge ainda associada à revelação de um relatório oficial que previu o destino da barragem e de outras construídas na mesma altura. Censurado pelo regime sírio, A Flood in B’ath Country participa do espírito de contestação dos poderes instituídos que floresceu durante a primavera árabe na região.
Antecipação Doclisboa18
27 de Julho, 22h30
Projecção ao ar livre na Cinemateca Portuguesa
– The Vampires of Poverty
de Luis Ospina, Carlos Mayolo
Colômbia, 1978 – 27 min / legendado em português
– A Flood in B’ath Country
de Omar Amiralay
França, Síria, 2003 – 48 min / legendado em português
Os bilhetes para esta sessão já se encontram à venda, e podem ser adquiridos aqui. Este ano, o Doclisboa celebra a sua 16ª edição, e acontece em vários espaços da cidade de Lisboa entre 18 e 28 de Outubro.