Documentário “Vou e Venho, memória de Miguel Torga” estreia esta semana

por Comunidade Cultura e Arte,    20 Outubro, 2021
Documentário “Vou e Venho, memória de Miguel Torga” estreia esta semana
Miguel Torga e Andrée Crabbé Rocha em Tormes / Fotografia via Espaço Miguel Torga
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O documentário, realizado pela documentarista portuguesa Sofia Saldanha, será apresentado ao público pela primeira vez este sábado e domingo (dia 23 e 24), no Espaço Miguel Torga, em São Martinho de Anta, e Casa de Mateus, em Vila Real, respectivamente. A entrada é livre.

“Vou e Venho, memórias de Miguel Torga” regista a última memória da população de São Martinho de Anta sobre a figura de um dos mais influentes escritores e poetas portugueses do século XX.  

A memória da população da vila de São Martinho de Anta, terra-natal de Miguel Torga, localizada no concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real, estará agora registada para a eternidade através de um documentário sonoro realizado pela documentarista e radialista portuguesa Sofia Saldanha. “Vou e Venho, Memórias de Miguel Torga” reúne mais de uma dezena de depoimentos de quem travou contacto ou olhar com um dos grandes símbolos da literatura portuguesa das últimas décadas.

Sofia Saldanha / DR

Construído em residência artística ao longo do último ano, este documentário sonoro regista a memória individual de quem travou contacto com o escritor e constrói uma memória coletiva da figura, trazendo para os dias de hoje histórias que vão desde a infância do escritor até à sua morte. As saídas para a caça com o Padre da Paróquia de São Martinho de Anta, onde lhe surge o emblemático poema “São Leonardo de Galafura”, a figura do médico na sua relação com a comunidade, a educação na sua infância, a passagem de Samora Machel e Ramalho Eanes pela vila ou ainda o seu amor público pelas terras de Trás-os-Montes e Alto Douro são algumas das histórias que se podem ouvir pela voz da população de São Martinho de Anta.

“Vou e Venho, memórias de Miguel Torga” resulta de encomenda artística, comissariada por Ilídio Marques, para o projeto de programação em rede “Palavras Cruzadas”, iniciativa em parceria dos Municípios de Vila Real, Sabrosa, Bragança e Fundação Casa de Mateus.

O documentário será apresentado pela primeira ao público este sábado e domingo, no Espaço Miguel Torga, em São Martinho de Anta, e na Casa de Mateus, em Vila Real, respetivamente. Ambas as apresentações arrancam às 18:00 e têm entrada livre. Sofia Saldanha estará presente nas sessões para uma apresentação e comentários finais.

Miguel Torga é o pseudónimo de Adolfo Correia Rocha, escritor e poeta nascido a 12 de agosto de 1907 em São Martinho de Anta, vila do concelho de Sabrosa, Vila Real. Indicado por diversas vezes para Prémio Nobel da Literatura, é considerado como um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX e foi o primeiro escritor a receber o Prémio Camões, o mais importante título literário e cultural da língua portuguesa. Faleceu em Coimbra a 17 de janeiro de 1995, onde exercia medicina. 

Sofia Saldanha começou a trabalhar em rádio em 1992 quando ainda frequentava a escola secundária. Durante 15 anos foi uma das vozes da Rádio Universitária do Minho. Completou o Mestrado em Rádio do Goldsmiths College, University of London, no Reino Unido e fez o curso de rádio do Salt Institute for Documentary Studies, nos EUA. Ganhou o Best New Artist Award no Third Coast International Audio Festival (EUA, 2010) e o Prémio Prata no Prix Marulic – International Radio Festival (Croácia, 2021). Esteve nomeada para prémios no Prix Europa – The European Broadcasting Festival (Alemanha, 2019 e 2020), The HearSay Prize – HearSay International Audio Arts Festival (Irlanda, 2019) e Grand Prix Nova – International Radio Drama and Short Forms (Roménia 2021). Os seus documentários áudio foram transmitidos na Rádio Antena 2, BBC Rádio 4, e em inúmeros canais de rádio norte-americanos. É parte do In The Dark, uma associação que nasceu em Londres em 2010, dedicada a divulgar documentários áudio inovadores, e que organiza regularmente, em espaços públicos, sessões de escuta áudio no escuro. Em 2018 criou o In The Dark Lisboa. Sofia é membro do Sindicato de Poesia, uma Associação Cultural que desde Outubro de 1996 trabalha o ato performativo de dizer poesia.

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