Em ‘Commuter’ nada soa realmente a convincente
Commuter tentou ser uma nova versão de um Liam Neeson mais velho na saga Taken. E nesse aspecto, peca em dois pontos. Em primeiro, porque a saga já passou do prazo de validade. Na minha opinião, podia ter ficado pelo primeiro, exactamente por ter sido um bom filme para o estilo em causa. Por último, é uma má versão.
Neste último ponto, há demasiadas coisas por onde pegar, infelizmente. O enredo não faz muito sentido, é demasiado forçado. Por mais desesperado financeiramente que ele estivesse, Michael MacCauley, um actual desempregado, não tinha necessariamente ver se realmente estavam vinte cinco mil euros na casa-de-banho. A reação mais normal seria não levar demasiado a sério a conversa da estranha personagem interpretada por Vera Farmiga. Ela nunca criou a tensão e o sentimento de perigo e, ao mesmo tempo, de sedução necessário para ele cair daquela forma na armadilha. Ao contrário dos outros vilões da saga, esta nunca pareceu ser realmente um perigo, nem sequer a empresa para a qual ela trabalhava. Também não faz muito sentido terem-no escolhido, mesmo tendo sido polícia no passado, para encontrar a tal pessoa. Se a empresa é tão poderosa, seria muito menos arriscado contratar alguém ou escolher um dos seus para fazer o seu trabalho. Quase pareceu mais um jogo simplesmente de entretenimento do que algo com um objectivo mais obscuro e com o qual poderíamos debater-nos.
Nada soa realmente a convincente e nestes filmes o enredo é tudo, é a única forma de manter o público agarrado. É a tensão criada por um vilão raptar a família e torturar psicologicamente o herói que tornou tão interessante o primeiro Taken. Obviamente, juntando a isto, uma sequência de cenas de acção muito bem concebidas, feitas exactamente para uma personagem e um actor já mais velhos do que a usual personagem principal altamente musculada.
No fim, este filme tentou ser uma versão madura de outro. E, para piorar tudo, acaba com o já renovado polícia a prender a criminosa que, ora vejam só, regularmente anda de transportes públicos sempre na mesma rotina. Quase parece que o filme tenta dar a ideia de que até o criminoso mais sanguinário, o que ela não é, anda de comboio como qualquer outro cidadão. E como um cidadão comum, também tem a sua rotina, onde nos momentos de pausa lê um livro e cultiva-se.