Ensaísta nigeriano Sakiru Adebayo vence Prémio Amílcar Cabral 2022
O ensaísta nigeriano Sakiru Adebayo, especialista em literatura africana, venceu a segunda edição do Prémio Amílcar Cabral, anunciou hoje a organização.
O prémio, promovido pelo Instituto de História Contemporânea e pelo Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, distingue um trabalho de Sakiru Adebayo, publicado na revista African Studies, sobre o romance “Blackass”, do autor nigeriano A. Igoni Barrett.
Segundo o júri do prémio, o artigo de Sakiru Adebayo destaca “as sombras persistentes da dominação cultural imperial europeia na Nigéria, as suas heranças e os seus efeitos no imaginário pós-colonial nigeriano”.
Sakiru Adebayo formou-se na Universidade de Ibadan, na Nigéria, e completou o doutoramento na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo. Atualmente, é professor auxiliar na Universidade de British Columbia, no Canadá.
O júri atribuiu ainda menções honrosas a Merve Fejzula, da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos da América, e a Burak Sayim, da Universidade de Nova Iorque – Abu-Dhabi.
O júri foi composto por Manuela Ribeiro Sanches, Victor Barros e Rui Gomes Coelho.
O Prémio Amílcar Cabral foi criado em 2021 para reconhecer estudos científicos e o debate sobre “as resistências anticoloniais e os processos coloniais” desde o século XV até à atualidade.
O prémio consiste na atribuição de uma bolsa de investigação em Lisboa “para desenvolver atividades científicas e culturais durante um mês em equipamentos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da EGEAC, nomeadamente no Padrão dos Descobrimentos”.
A EGEAC é a empresa municipal que gere vários equipamentos culturais na cidade de Lisboa, incluindo o Padrão dos Descobrimentos.
O prémio foi batizado com o nome do político e intelectual Amílcar Cabral (1924-1973), um dos fundadores do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e que contribuiu para o fim do colonialismo europeu em África.