Entrevista. Ana Bárbara Pedrosa: “A leitura é o ginásio do escritor. Se passamos demasiado tempo a ler noutra língua, não há como evitar que ela polua a forma como escrevemos português”

por Magda Cruz,    16 Janeiro, 2025
Entrevista. Ana Bárbara Pedrosa: “A leitura é o ginásio do escritor. Se passamos demasiado tempo a ler noutra língua, não há como evitar que ela polua a forma como escrevemos português”
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Depois de três romances, o quarto livro de Ana Bárbara Pedrosa, publicado pela Bertrand, é um livro de Literatura de Viagens. «Viagens com o Mehdi» é o resultado das memórias de viagens pelo mundo: São Paulo, Nova Iorque, passando por Reiquiavique e Tromso até Jericó. 

Neste episódio do podcast «Ponto Final, Parágrafo», Magda Cruz conversa com a escritora sobre esta ode à amizade e à viagem. É feito também o convite à crítica literária e cronista para explorar as especificidades dos géneros literários, as várias formas como a leitura influencia a escrita, e os hábitos que Ana Bárbara tem enquanto leitora – tais como anotar os livros. 

Magda Cruz: Queria começar com a primeira frase do teu novo livro, «Viagens com Mehdi»: «Passei a vida sem sair do mesmo sítio». Quando e como é que chegaste a esta frase, a esta conclusão?

Ana Bárbara Pedrosa: Quase nem é uma conclusão. Acho que é mais uma introdução porque vem, realmente, de uma uma experiência literal: a vida. No caso, é a vida até à chegada à idade adulta. Eu, até aos 18 anos, nunca tínhamos saído da minha zona, de Vizela, da minha casa. Tinha ido, senti a Santiago de Compostela. Acho que tinha vindo a Lisboa duas vezes. De resto, uma outra praia e tudo muito ali na zona do Minho, ao volta do Porto ou assim. Mas nunca tínhamos ido para lugares longe. E é por causa disso.

MC: Dá-se uma mudança.

ABP: Porque depois o livro apresenta outra coisa, outros lagares que estão muito longe.

MC: Mais à frente, escreves: «A escrita abre tantos mundos que é fácil perguntar. Para quê uma estrada quando há livros? Mas de vez quando uma mulher também quer estrada. E eu, que tanto aproveito as viagens para escrever, nunca aproveito para escrever sobre viagens.» É deste contexto e desta permissa que surge a vontade de escrever este livro?

ABP: Talvez. O livro veio meio no seguimento de um desafio e de um artigo que eu tinha feito para a Revista LER. Pensei na altura que podia ampliá-lo, que houve histórias que não ficaram ali contadas. E ao mesmo tempo interessava-me pegar nas rédeas de alguns destes lugares porque me interessou, ao fazer o livro, a questão subjetiva da relação da amizade, e usar a relação da amizade como o eixo comum do livro e como o que guia a narrativa. Mas, ao mesmo tempo, poder dar mundo através de sítios muito diferentes. E, portanto, os capítulos são também muito diferentes, porque a vida nos lugares é radicalmente diferente — e a viagem, por causa disso, também é. Ou seja, o capítulo da Islândia terá forçosamente de ser sobre a paisagem e sobre um embate de uma, no caso de duas pessoas, num carro contra a paisagem, uma estrada aberta… Houve uma altura que nós tivemos à volta de dois dias e meio sem ver ninguém. E fizemos centenas de quilómetros. Mas o capítulo da Palestina tem de ser um capítulo, inerentemente, político. Não dá para fazer isso de outra maneira. O capítulo do Rio de Janeiro tem de ser social — e por aí fora. E também me interessou adaptar a escrita ao tipo de viagem. Portanto, ter um tipo de narrativa diferente consoante a viagem. Ao mesmo tempo que me interessava muito esta ideia de relação, que também acaba por, acho eu, humanizar cada viagem. Porque a verdade é que, num momento em que o Google está ao alcance de toda a gente, os lugares também estão ao alcance de toda a gente, Ou seja, nós não precisamos que nos contem como é o Big Ben, de Londres. Porque temos acesso a essas imagens. Mesmo quando cheguei a Nova Iorque ou ao Rio de Janeiro, pela primeira vez, tinha a sensação de estar a voltar lá, porque eram lugares que já me eram muito conhecidos. E a outra coisa que eu tinha para dar, além da experiência destas viagens, era uma relação que se faz exclusivamente através das viagens. E que é uma relação singular, acho eu. Acho que é muito incomum duas pessoas de países diferentes terem uma amizade durante tantos anos e que não é uma amizade que se alimenta do quotidiano. É uma amizade em situação de exceções.

MC: Em viagem.

ABP: Em viagem, exatamente. Interessou-me ir contando essa história, essa evolução e, sobretudo, a viagem com uma ideia de redoma. Porque é uma redoma, em termos de espaço, em termos de língua, muitas vezes, e, no caso, em termos de relação, também.

MC: Há pouco, dizia que escrevias «Para quê uma estrada quando há livros». Por isso, quando é que os livros deixaram de ser suficientes e é precisa a estrada?

ABP: Acho que não foi uma questão de suficiência. Acho, também, que foi uma questão de circunstâncias da vida: ter ficado adulta, ter tido mais capacidade económica e de ter conhecido essa possibilidade, que até então não era uma possibilidade: ir aos sítios. Os sítios existiam, mas não havia como chegar lá.

MC: Lias apenas sobre eles.

ABP: Lia apenas sobre eles, claro.

MC: Sobre Londres dizias: «Inglaterra com Dickens, Colin Doyle e Orwell». Quando escreves que chegas a Londres, por exemplo, dizes que estavas entre pares, Ou seja, e até vou citar: «Os que me tinham dado Londres antes de eu a ver.» Já tinhas uma ideia do país, até porque tinhas o hábito de ler sobre o país antes de ir também.

ABP: Sim, claro. Há logo essa ideia do lugar porque já se esteve lá de outras formas. Muitas vezes, é uma forma que demora várias centenas de páginas, mas que nos põe no lugar. Também me aconteceu muito isso no norte da Noruega por causa do Knausgård. Mas eu, por acaso, já tinha ido lá uma vez, depois é que li o Knausgård, mas quando voltei ao norte da Noruega, pela segunda vez, já tinha lido aquilo.

MC: Vês com outros olhos.

ABP: Nem é só uma questão de outros olhos. É de sentir que estou num cenário real e, ao mesmo tempo, num cenário de ficção, em que parece que o lugar se abre para outra dimensão, também.

MC: Essa ideia é muito gira. No livro, quando Ana Bárbara conhece o Mehdi, é pintada uma imagem muito bonita que é: ambos estão a ler e ambos estão a ler coisas diferentes — e na sua própria língua. Ou seja, é uma imagem muito bonita sobre incompreensão, mas também sobre tolerância. Afinal, cada tinha a sua comida, o seu inverno, a sua falta de vitamina D.

ABP: Eu não, ele que tem. [risos]

MC: Ou seja, tudo era diferente. Era uma sensação que querias passar, essa tolerância?

ABP: Não necessariamente. Não tinha um objetivo, mas é uma questão evidente e que ajuda àquela ideia de redoma. O facto de nós falarmos línguas diferentes e de ele viver na Dinamarca e eu em Portugal implica que tínhamos vidas quotidianas diferentes: os horários de trabalho, as relações laborais, os direitos laborais, o poder económico também é diferente e, depois, a língua, claro. E o facto de nós falamos línguas diferentes faz com que não estejamos abertos, muitas vezes, às mesmas realidades. Por exemplo, o Bolsonaro, que para nós é uma figura evidente, conhecida, que nos entra pelo telejornal e pelo computador, era-lhe desconhecido até há pouco tempo. Ele, naturalmente, é muito mais conhecedor da vida da Escandinávia. E isso é ótimo porque nos leva a outros lugares e, muitas vezes, porque nos leva a entender que o que nos parece o único assunto dominante do mundo, na verdade, pertence a uma fação. No caso, a fação linguística. Acho que era mais por causa disso. E, depois, claro, os hábitos são diferentes. Isso é muito engraçado quando se tem intimidade com alguém porque é como a Literatura: permite-nos ver outra vida e ser outra vida, também.

MC: Depois, ainda se adiciona ao facto de ele ser vegetariano e as refeições serem muito diferentes entre e o outro. É um detalhe.

ABP: Sim, sim. Isso não é assim tão diferente. Eu também como vegetariano às vezes.

MC: Também é engraçada a vossa relação ao longo do livro com a alimentação, porque, quando eram mais jovens, duas bolachas e pacote de sumo valia-vos como almoço e, a partir de certa altura, já não. Ele também uma pessoa com muita fome, não é? [risos]

ABP: Eu acho que sim, mas ele também é muito alto. [risos]

MC: É mais comida por centímetro quadrado.

ABP: Sim, eu acho que a ideia da alimentação é mais ou menos comum. Eu acho que quando se é mais novo se tem mais resistência física e, portanto, não se sente tanta falta de nutrientes, por exemplo. À medida que fomos envelhecendo, acho que começamos a precisar dos nutrientes.

A escritora Ana Bárbara Pedrosa com a autora do podcast «Ponto Final, Parágrafo», Magda Cruz

MC: Falaste dos direitos laborais e do salário, por exemplo. É engraçado que, quando Ana Bárbara chega ao Rio de Janeiro, diz que tem salário português no Rio e que isso lhe dá algumas vantagens, mas o Mehdi ainda se sobrepõe a isso. Tem um salário dinamarquês. Essa relação do dinheiro com o consumo também é interessante e é explorada ainda nas entrelinhas do livro, porque é uma coisa inerente: a viagem também implica gastos.

ABP: Claro. No início notava-se mais. O meu rendimento era muito inferior, ou seja, antes do doutoramento. E, enfim, nas viagens notava-se bem a diferença de poder de compra. Nós resolvemos o assunto de uma maneira quase ditatorial. Passei a ser eu a decidir os sítios. Os sítios estou a falar de restaurantes ou o que fosse. Ele oferecia-se para pagar, eu não queria. Mas claro, nota-se perfeitamente a diferença entre a Europa do sul e a Europa do norte. Era quatro, cinco vezes mais o rendimento mensal que eu tinha aqui.

MC: E depois com a bolsa, as coisas também já se nivelaram um pouco mais.

ABP: Sim, sim. Depois, nivelou-se.

MC: Quando descreves a viagem a Nova Iorque, há uma parte com a qual me identifiquei muito, apesar de ainda não ter ido a Nova Iorque, mas é algo que todos devem identificar em viagem, que é querer ir ver as igrejas, embora não sejamos católicos. Isso tem piada porque as igrejas são os sítios ótimos para refrescar, para descansar ou, pelo contrário, para aquecer. E é engraçado porque Ana Bárbara tinha uma ligação às igrejas, ao seu passado cristão e religioso, mas do Mehdi, pelo contrário, via ali uma construção, é apenas uma igreja. Isso é muito interessante. Via ali um resguardo e não um passado cristão ou religioso naquele edifício.

ABP: Sim, Eu tive educação católica. Andei nove anos na catequese. Sou ateia. O que não implica que esse passado cultural e que essa visão cultural me esteja intrínseca.

MC: Eu revejo-me isso, igualmente. Andei na catequese, fui escuteira e sou ateia.

ABP: Também fui escuteira. Não devia ter dito isso num podcast. [risos] Sim, implica uma série de referências culturais e isto nota-se, principalmente, na Palestina. Eu sentia que estava na Bíblia, quando estava na Palestina. Tudo é bíblico. Eu quando era pequena tinha umas cassetes da Bíblia, em desenhos animados, e parecia que estava nesses sítios. Lá está, outra vez a mesma relação com ficção, com os livros, de sentir que estou em cenários que só vi na Literatura. E, enfim, para alguém que não tem isso, é tudo muito mais distante. E para alguém que não teve qualquer educação religiosa, ouvir as explicações, em adulto, de coisas religiosas é um bocado absurdo. E até esse absurdo tem graça.

MC: Tem graça como?

ABP: Tem graça porque se alguém nunca ouviu falar de Moisés e eu estou a explicar a história da divisão dos mares, é estranho.

MC: É até parolo, não?

ABP: Não sei dizer. Porque nunca tive essa experiência a partir de adulta. Eu fiz a coisa ao contrário: houve a crença e, depois, a descrença. Agora, se sempre houve descrença, em adulto, ouvir falar da crença é uma coisa que é sempre recebida com muita estranheza.

MC: Será mais difícil, em adulto, largar a descrença e passar de ser crente?

ABP: Imagino que sim, porque se tem, ao longo do tempo, uma visão objetiva sobre a vida e implica suspender a lógica para aceitar uma versão de uma coisa que é uma coisa e que podia ser outra completamente diferente. E implica escolher um dogma entre vários dogmas.

MC: E são vários. Têm muito por onde escolher. Queria ainda explorar a relação da escrita com a viagem. No livro, escreves: «Escrita e viagem são dois amantes viciados ali às portas do pérfido». Consegues-me explicar o que querias dizer com isto?

ABP: Sim, que, no meu caso específico, eu aproveito muito as viagens para escrever. O que não significa que eu esteja a escrever sobre viagens. Isso nunca aconteceu. Porque eu aproveito a sensação de redoma e de estar fora da minha vida para poder estar dentro da vida que estou a criar. E eu adoro essa estranheza de estar num lugar em que as pessoas são diferentes de mim, em que falam outra língua, em que ninguém faz a mínima ideia do que é que se passa no governo do meu país, em que ninguém sabe quem eu sou, em que não temos uma única referência comum. Isso também ajuda muito a eu poder fugir para aquele sítio que só existe dentro de mim — no caso, o romance —, e que está ali protegido de olhares externos e também de influências externas, em permanência.

MC: Se em viagem não tiras apontamentos sobre a viagem, este livro é todo escrito a partir das memórias e sensações que retiraste dos locais.

ABP: Sim, sim. É memória e recriação de memória. Isso também me interessou fazer. Até porque eu na escrita não tenho grande interesse em escrever a realidade. Ou seja, em pegar no que já existe e pô-lo noutro formato. A escrita interessa-me como outra coisa: poder dar-me o que eu não tenho na minha vida. O que não significa que sejam coisas boas. Pode ser violência, pode ser incompreensão. Mas não me interessa muito a reprodução de uma coisa. Não me interessa fotografar uma coisa. Interessa-me criar outra realidade. E aqui, interessou-me esse jogo, que também é ficcional, de recriar uma memória e de recriar uma relação e, portanto, fui tratando tanto a narradora como o Mehdi também como personagens, de vez em quando. E tentando fazer algum exercício de alteridade enquanto escrevia o livro.

MC: Tanto que dizes que o mais difícil para ti é a descrição das paisagens. (Não se nota nada. São descrições belíssimas.) Há quem diga: «Porque é que eu vou descrever esta montanha, se tantos já descreveram montanhas e planícies ainda melhor? É só copiar dos outros.» Mas tu fá-lo muito bem, mas tens alguma dificuldade em descrever, é isso?

ABP: Não, não. Nem digo que seja difícil para mim. Digo é que, à partida, nesta altura da vida, a Literatura de Viagens tem esse problema até perante a aceitação dos leitores. Ou seja, quando a Literatura de Viagens era uma coisa relevante no panorama das publicações era porque as pessoas não tinham a possibilidade de ver os sítios e, agora, isso já existe. E o que eu quero dizer é que, à partida, em Literatura de Viagens não me interessa muito estar a descrever a Torre Eiffel porque dá pouco ao leitor.

MC: O leitor já tem a imagem, não é?

ABP: Exatamente, a imagem já existe. E, portanto, interessa-me é usar isso como o eixo que permita outra coisa. Usar o lugar como o eixo que permita outra coisa.

MC: Eu senti que havia muita verdade neste livro. Achas que, por isso, não se pode chamar-lhe romance? Ou podemos continuar a chamar-lhe autoficção ou Literatura de Viagens? Como é que catalogamos?

ABP: Não é autoficção. Eu acho que o mais evidente é catalogá-lo como uma Literatura de Viagens. Não é romance, não é autoficção. É o que, no momento, se chama Literatura de Viagens.

MC: Muito bem. Ficamos com essa catalogação para os livreiros e os bibliotecários saberem onde pôr este «Viagens com o Mehdi». Paralelamente com esta leitura, eu estava a ler o novo livro de Mia Couto, «A Cegueira do Rio». E cada capítulo começa com provérbio. E um deles era: «Não há viajante solitário. Os caminhos são feitos de gente.» I isto comunicou com o teu livro. Esta também pode ser uma das conclusões que podemos retirar do teu livro? Ou seja, os caminhos são feitos de gente e por gente? Vocês eram dois a viajar.

ABP: Eu acho que geral sim, embora a minha experiência de viagem tenda a ser outra. Principalmente quando vou sozinha, porque eu não tenho o hábito de falar, de meter conversa, porque eu gosto dessa ideia de solidão absoluta. E a viagem permite-me essa solidão absoluta. Estar casa não permite isso porque tenho o quotidiano e gente conhecida. Mas essa é experiência mais típica da Literatura de Viagens e da viagem em si. Enfim, aqui eu tenho este exemplo de uma relação que ia desenvolvendo ao longo da leitura. E há uma parte do livro em que eu até falo de amigo, que é o Paulo Moura, que viaja muito.

MC: Foi meu professor e esteve no Ponto Final, Parágrafo no episódio 43.

ABP: Foi? E ele estava sempre a dizer… Porque eu estava a falar-lhe das viagens dele e da experiência como jornalista, e ele dizia: «Mas fala com as pessoas…» E eu: «Mas o que é vou dizer às pessoas? Eu não vou meter conversa com as pessoas.» E eu também usei essa ideia de silêncio e de redoma. Eu acho que «redoma» é a palavra principal, quase como fio condutor do livro. No caso, esta redoma inclui outra pessoa, que tem o mesmo espírito em viagens e a mesma necessidade de solidão e de não falar.

MC: E que consegue conviver com a solidão da mesma forma que tu, não é? Conseguem estar lado a lado, calados, a ler um livro.

ABP: Mas é só por isso que este livro existe e que esta realidade existe, porque isto é uma história de amizade que tinha tudo para dar errado. São dois miúdos que se conhecem um com 19 anos, outro com 18, nos Estados Unidos, num programa que dura um verão e estava tudo feito para nunca mais se verem. Aliás, nós éramos 24. Não mantemos relação com as outras pessoas, sendo que algumas dessas pessoas vivem na mesma cidade que ele, por exemplo. Mas foi o facto de nós sermos quase diametralmente diferentes em muita coisa e, depois, exatamente iguais no resto que fez com que isto funcionasse. E às vezes nem tem só que ver com a intensidade da amizade, porque eu acho que a viagem pode arruinar uma amizade muito forte, porque estar permanentemente com alguém 24 horas por dia com mil stresses que surgem entretanto, requer dois feitios muito compatíveis. E é o que existe aqui.

Ouça a restante entrevista no episódio do “Ponto Final, Parágrafo”:

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