Entrevista. António Zambujo edita novo álbum, “Cidade”, que aborda um dia-a-dia “meio urbano-depressivo”
O músico António Zambujo edita em novembro um novo álbum, “Cidade”, escrito e composto por Miguel Araújo, que aborda um dia-a-dia “meio urbano-depressivo” e vai ser apresentado ao vivo em fevereiro em Lisboa e no Porto.
A escolha do título “Cidade”, um álbum que “não é autobiográfico”, “tem que ver um bocadinho com ser a vida de uma pessoa”, disse António Zambujo à agência Lusa.
“Neste caso, pode ser interpretada como a vida de quem a narra, ou a vida de outra pessoa qualquer, o dia-a-dia – manhã, tarde, noite — em que as músicas transmitem diferentes tipos de emoções e diferentes estados de espírito. A ideia foi um bocadinho isso, a vida numa cidade, um dia-a-dia urbano, meio urbano-depressivo, como quase toda a gente vive. Uma solidão acompanhada, o Miguel falou-me um bocado nisso”, explicou.
O álbum é composto por 12 temas, que, com exceção de “Sagitário”, gravado por Pedro Flores em 2022, foram todos e escritos e compostos por Miguel Araújo para António Zambujo.
A escolha dos temas que compõem “Cidade” “foi feita mais ou menos a dois”.
O processo criativo de Miguel Araújo e António Zambujo é “mais ou menos permanente”.
“Como só faço músicas, ele [Miguel Araújo] está sempre a mandar-me letras ou alguma música inacabada para eu terminar. Essa partilha de temas é uma coisa que acontece com muita frequência”, contou.
Os dois músicos voltaram a reunir-se em palco este ano para uma série de concertos de voz e guitarra em Lisboa, no Porto e em Ponta Delgada, sete anos depois de terem esgotado 28 espetáculos nos coliseus.
De fora de “Cidade” ficou “uma série de outras músicas”.
Embora o álbum tenha produção de Miguel Araújo, todos os trabalhos de António Zambujo “têm que ser todas mais ou menos flexíveis e em conjunto”. “Ou seja, com a intervenção da toda a banda — que foi feita a dois — e a minha também”, disse.
António Zambujo tem apresentado alguns dos temas novos em concertos e a reação do público “tem sido boa”. “As músicas novas são mais difíceis de assimilar do que as já ouvidas muitas vezes, mas eu gosto desse desafio”, partilhou.
Os concertos de apresentação de “Cidade” — que tal como o álbum mais recente do músico, “Voz e Violão”, de 2021, é uma edição de autor — estão marcados para os coliseus de Lisboa e do Porto, nos dias 03 e 16 de fevereiro, respetivamente.