Entrevista. Sam The Kid: “Há várias maneiras de dinamizares e contribuires para a cultura”
O que vais ler, ver e ouvir é da autoria do Backstage, um podcast criado por Ana Roque e Vasco Barreiros, que tem o apoio da Comunidade Cultura e Arte.
No oitavo episódio do podcast Backstage, o convidado é Samuel Mira, o famoso rapper Sam the Kid. A intenção deste convite foi conversar com alguém da área do hip-hop e a opção por este músico foi clara, uma vez que é um dos que mais contribui para este universo musical.
O rapper fala-nos da sua paixão pela escrita e em particular pela rima, que vem dos tempos de escola. “O português em geral também gosta muito da rima e do trocadilho”. Afirma ainda que a forma como esta paixão se tornou profissão, através do hip-hop, foi muito gradual.
“Às vezes fico surpreendido como é que eu sei rimas minhas” conta-nos Samuel, que confessa não saber muitas letras de músicas do princípio ao fim. Conta-nos que, em criança, “não sabia de que temas é que as música estavam a falar”.
A conversa segue pelo trabalho do rapper, que nos fala da ingenuidade inicial que se perde inevitavelmente ao longo dos anos. Diz-nos ainda que “os rappers são seres humanos como os outros cantores”, uma vez que, ao contrário do que muitos possam pensar, também utilizam um tom nas suas rimas, como exemplifica claramente Sam the Kid, falando-nos de situações onde sentiu a necessidade de adaptar o tom em que cantava.
Ainda na primeira parte, são abordados o seu último álbum “Caixa de Ritmos” e a sua plataforma TV Chelas, um grande contributo para o mundo do hip-hop nacional. Conta-nos que não sente a responsabilidade de partilhar conteúdo de forma regular — “Vou ao sabor do vento, mas vou picando o ponto”.
Nas habituais rubricas, Sam the Kid confessa que, se não fosse a música, provavelmente o seu percurso iria pela área dos audiovisuais. Diz-nos ainda que prefere “viver em Chelas e trabalhar num banco” a “ser rapper mas viver na Estrela” porque para si “Chelas é o sítio, Chelas é o berço”.
Na segunda parte da conversa, fala-se das rotinas de escuta musical do músico. “Ouço música a toda a hora”, mas “a tomar banho até é mais podcasts”, conta-nos num tom humorístico. Diz-nos ainda que sente a pressão de ouvir sempre novidades, dentro da pressão de hoje em dia, que resume através da frase “conquista-me nos próximos 30 segundos”. Apesar de não consumir através do Spotify, revela que descarrega os álbuns para construir playlists mensais com “mil sons”, que ouve a partir de uma pen.
Fala-se ainda sobre rimas e ideias musicais, e a conversa viaja até ao hip-hop de hoje em dia e as facilidades e dificuldades existentes. Sam the Kid afirma que “O contra é que há muito mais concorrência” e “Para prenderes a atenção, algo terá que acontecer”, mas confessa — “Eu aí gosto de ser romântico”.
A conversa termina com o músico a destacar Valete como o rapper que mais fez pelo hip-hop em Portugal, mas menciona ainda Mundo Segundo pela sua contribuição nos eventos e concertos que tanto fizeram pela comunidade deste género musical. Vê o episódio completo aqui: